"Não o levemos na conta de exageros! Os santos fazem-nos tremer ao tratarem dos prejuízos que pode acarretar o estado de tibieza! Santo Afonso usa de expressões candentes quando fala, sobre esse grande mal, das pessoas que, pela sua própria condição, estão obrigadas a uma vida de santidade, a saber: os sacerdotes, os religiosos e as religiosas.
E ele, Santo Afonso, lembra-nos da famosa visão dos sete penhascos tida pelo Bem - Aventurado Henrique Suso. Vendo este muita gente no primeiro penhasco, perguntou quem eram, e Jesus respondeu-lhe: “São os tíbios, que evitam apenas o pecado mortal, contentando-se com isso”. E, voltando o Bem - Aventurado a indagar se eles se salvariam, foi lhe respondido: “Se morrerem sem culpa grave, salvar-se-ão; eles, porém, acham-se em maior perigo do que imaginam, porque se lisonjeiam de poder servir a Deus e aos sentidos, o que raramente é possível; e perseverar assim na graça de Deus é bem difícil”.
O mesmo Santo Afonso narra que declarou um dia Nosso Senhor a Santa Ângela de Foligno: “Aqueles que Eu ilumino para trilharem o caminho da perfeição, e teimam em seguir a via ordinária, serão por mim abandonados” (Selva Predicab. cap. V: “Del danno della tiepid, nei sac.” e “La vera Sposa de G.C. “: cap. V e VI: “Del pericolo d’una religiosa imperfetta”).
Escreve Santo Agostinho: “Deus negligentes deserere consuevit” - “Deus costuma desamparar os negligentes!”
Santa Teresa de Jesus (reparai bem em quem falo!), viu no inferno o lugar para ela preparado pela divina justiça, não por tê-lo já merecido, mas porque a isto chegaria, caso não se libertasse de certo estado de apatia a que descera.
Ah! Não nos iludamos, pensando podermos possuir a glória das almas eucarísticas, sem ter delas o mérito e o fervor."
(Antonino de Castellammare, A Alma Eucarística, Páginas 273 – 274)
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