domingo, 29 de abril de 2012

Árvore do mal 2 - Padre José Fortea


“Conduziu-me então à entrada do templo. Eis que águas jorravam de sob o limiar do edifício, em direção ao oriente (porque a fachada do templo olhava para o oriente). Essa água escorria por baixo do lado direito do templo, ao sul do altar. Ao longo da torrente, em cada uma de suas margens, crescerão árvores frutíferas de toda espécie, e sua folhagem não murchará, e não cessarão jamais de dar frutos: todos os meses frutos novos, porque essas águas vêm do santuário. Seus frutos serão comestíveis e suas folhas servirão de remédio.” (Ezequiel 47, 1.12)

Veja como este texto tem ressonância com o texto de Gênesis que lemos na pregação anterior. Aqui o profeta fala de um 'novo rio', um rio que jorra de dentro do templo; um rio espiritual, ao mesmo tempo que este templo é um templo espiritual.

A árvore da vida, que é Jesus, tem suas folhagens que é a Igreja e seus frutos que são os pregadores que dão de comer aos outros. Estes pregadores são sacerdotes e leigos; pois existe leigos cuja árvore é maior e mais frutuosa que a árvore de um sacerdote, do que a de um bispo e até um Papa. Certamente aqui há leigos que são mais santos do que certos Papas da história da Igreja. Se um Papa quer ser santo ele tem os mesmos meios que vocês leigos.

Os sacerdotes deveriam ser santos porque tocam as coisas santas, mas não está escrito em nenhum lugar que eles devem ser mais santos do que os leigos. Portanto se vocês encontrarem um sacerdote que não leva uma vida digna isso não deve surpreender vocês, porque eles possuem os mesmos meios do que os leigos.

Na palavra diz que “ Ao longo da torrente, em cada uma de suas margens, crescerão árvores frutíferas de toda espécie”. Eu vejo muitas pessoas dizendo: “Se Igreja tivesse os padres de antigamente, se fossem os santos de antigamente eu me aproximaria deles, mas estes de hoje...” Muitos dizem: “a igreja de hoje já não tem a mesma santidade de antes”. Veja o que a Palavra diz: “ sua folhagem não murchará, e não cessarão jamais de dar frutos”. Esta folhas são as boas obras da Igreja, e para cada época existe uma folhagem nova.

Muitas árvores são as boa obras sacerdotais, outras são obras dos leigos que se comprometem com o Reino de Deus, outros são os crentes que sofrem enfermidades. Veja que as folhas desta árvore são folhas medicinais, as mesmas que também encontramos no Livro do Apocalipse:

“No meio da avenida e às duas margens do rio, achava-se uma árvore da vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas da árvore para curar as nações.” (Ap 22, 2)

Este outro rio, que brota do Trono do Cordeiro, possui em ambas as margem, a árvore da vida. É quase palavra por palavra do livro de Ezequiel. E o que são estas folhas medicinais para os pagão e para os povos? Uma outra interpretação é que as folhas são as folhas da Palavra de Deus, e os frutos são os sacramentos.

Nós nos acostumamos com coisas extraordinária. Na leitura da Palavra de Deus, não busque coisas extraordinárias, busque as coisas simples. Você precisa sentar como um estudante que tem diante dele um professor e dizer para este professor: “nos ensine!”. São estas folhas que curam, que trazem o remédio de Deus
Não se trata de avançar com rapidez, nem ler muitos livros sobre a Sagrada Escritura, se trata de ir penetrando na Palavra de Deus aos poucos e tê-la como alimento espiritual. Os padres do deserto só levavam poucos livros da bíblia para o deserto e refletiam sobre aqueles poucos textos. Aqui não se trata de quantidade, mas qualidade da escuta da Palavra de Deus. As coisas extraordinárias atrapalham a verdadeira escuta da palavra.

Não pare na procura de coisas extraordinária na leitura da Palavra de Deus, avance nas coisas simples.

O importante é escutar. O discípulo é aquele que escuta mas do que aquele que fala. Eu me encontro com muitas pessoas que querem pregar muito, ter um apostolado para falar de Deus, mas muitas destas pessoas não falam com Deus.

O apostolado terá fruto na medida que você estiver com Deus. Quanto mais tempo com Ele mais fruto no seu ministério. A oração mais profunda é aquela onde o Pai pode se comunicar de forma mais silenciosa, e isto acontece quando estamos concentrados na solidão com Deus.

A fome pelo extraordinário faz com que erremos em nosso discernimento do que vem de Deus. Eu, por exemplo, não me importo com e-mails que dizem que a Virgem está aparecendo em tal e tal lugar. Aqui não estou dizendo que a Virgem não apareça, mas é preciso suspender o juízo sobre a veracidade destas mensagens, porque muitas vezes atrás destas mensagens que chegam por e-mails estão escondidas tentativas de ofuscar o que é simples.

Transcrição e adaptação: Daniel Machado

Padre José Antoneo Fortea

Sacerdote da Diocese de Madri (Espanha)





A árvore do mal - Padre José Antoneo Fortea


Hoje começaremos esta reflexão com um texto bíblico muito conhecido, mas que talvez vocês nunca pararam para refletir com profundidade este tema.

Utilizaremos o livro dos Gênesis capítulo 2 e 3. Falaremos da árvore do conhecimento Bem e do Mal que estava no centro do Jardim do Edem.

Deus deu uma ordem a Adão e a Eva “Não comais, nem sequer o toqueis, do fruto da árvore que está no centro do jardim, contrário morrereis".

Veja a ordem de Deus foi bem clara, porem, bem sabemos que o que tem de atrativo para o mal é o bem que ele tem dentro.
O bem que existe no mal é o que nos atrai. Foi isso que atraiu Adão e Eva, e esse bem foi a tentação do conhecimento. Eles sabiam o que era o mal, mas não tinham experimentado o mal. Apenas sabiam que ele poderia existir.

No jardim do Edem, não estava somente a árvore do bem e do mal, mas também a serpente, que é símbolo do demônio. Ele se utilizou da serpente para atrair Eva para si, porque, se o demônio mostrasse o seu rosto verdadeiro, ele nos assustaria e e ao invés de nos atrair , se o vissemos, buscaríamos cada vez mais a oração.

A serpende tentou Eva com um objeto deste mundo: o fruto da árvore. Assim, também acontece quando as pessoas caem no pecado. Elas são atraídas pelas coisas boas que o pecado pode te dar, o prazer por exemplo. Por causa da busca de um bem que podemos obter através do pecado, passamos a dar desculpas para cometer o pecado.

O que faz com que saibamos que estamos em pecado é a nossa consciência. Se uma pessoa faz o mal ela é automaticamente advertida pela sua consciência.

Não se pode transgredir a lei de Deus e não receber suas consequências.

Continuando a leitura do livro dos Genesis 3,6: “ A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. Colheu o fruto, comeu dele e deu a seu esposo, que também comeu.”

Saiba que o pecado não acontece de repente. Veja que primeiro Eva viu o fruto. Depois, ela se sentiu atraída por ele, em seguida ela tocou o fruto, e esse foi o pecado de Eva. Certamente, ela foi tocando aos poucos, passo a passo ela foi se aproximando do pecado, e isso aconteceu ao longo de alguns dias. Primeiro ela o observava, depois começou a tocar e a acariciar o fruto. Sentimentos muitos fortes a atraíram até esta fruta.

Antes de pecar, levemente caímos em pequenas imperfeições. Depois que Eva tocou a fruta, ela a apanhou do pé, comeu, e foi oferecer a Adão.

Existem pecados que ficam fora e pecados que ficam dentro do ser humano. Uma boa comparação para o pecado que acontece fora do ser humano é uma pessoa que fica em frente ao computador vendo pornografia, que é bem diferenta da pessoa que está com outra para realizar o ato sexual. Esse sim, é um pecado que acontece dentro do ser humano. É esse, justamente, que é o comer a fruta. Por isso, Deus em sua sabedoria, diz: "não toqueis no fruto, se não morrereis"Gn3,3. Quando Eva toca e come esse fruto, as substâncias tóxicas do mal que havia naquele fruto passam a contaminá-la.

O fruto do pecado tem o mesmo efeitos em nossa alma. A mesma coisa acontece no mundo material, quanto comemos uma fruta que contém veneno. Esse veneno entra pela nossa boca e envenena todo o nosso corpo. O mesmo acontece com a nossa alma.

Essa árvore era apontada por Deus como a árvore do mal. Antes de tocarem o fruto, Adão e Eva não conheciam o mal, eles só conheciam o bem e o conceito do mal. Eles estavam rodeados pelo amor de Deus, tudo estava em harmonia.

Mas, Eva descide comer a fruta para ter o conhecimento do mal e o seu veneno entra nela. E ela, não estando satisfeita, quer que Adão também o prove. Assim, também hoje uma pessoa que peca, quer que outras pessoas pequem.

A partir desta queda de Eva, o pecado entrou no mundo. Porem, nem tudo esta perdido, porque temos a árvore da Vida que é Jesus e seu fruto é saudável e gera a vida nova em nós. Quanto mais comemos desta árvore da Vida, mais benefícios teremos para a nossa alma.

Ela é o contrário da árvore do mal.
Esta árvore da Vida, que é Cristo, tem o antídoto contra a árvore do mal. Quando comemos estes frutos com amor, pouco a pouco, somos transformados por Jesus. Podemos e temos o privilégio de nos aproximar dela todos os dias, porque o fruto da árvore da Vida é a Eucarístia, e é o que nós precisamos buscar e este fruto, que está plantado dentro de nossas Igrejas, no sacrário.

O simples fato de tocar na árvore, que é Cristo, isso já produz um fruto de vida em nossa alma.

Quanto mais nos aproximamos e tocamos na árvore do mal, mais essas toxinas vão envenenando a nossa alma e vamos morrendo interiormente.

Se a árvore do mal nos leva a morte, a árvore da Vida nos enche de vida.


Transcrição e Adaptação: Mariana Lazarin Gabriel











segunda-feira, 23 de abril de 2012

sexta-feira, 20 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Maria e a ressurreição de Cristo

“Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!”

Depois da deposição de Jesus no sepulcro, Maria “é a única que permanece a ter viva a chama da fé, preparando-se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da ressurreição” (Alocução da Audiência geral, L’Osserv. Rom. ed. port., 6/4/96, pág. 12). A espera vivida no Sábado Santo constitui um dos momentos mais altos da fé da Mãe do Senhor: na obscuridade que envolve o universo, Ela entrega-se plenamente ao Deus da vida e, recordando as palavras do Filho, espera a realização plena das promessas divinas.
Os Evangelhos narram diversas aparições do Ressuscitado, mas não o encontro de Jesus com a sua Mãe. Este silêncio não deve levar a concluir que, depois da Ressurreição, Cristo não tenha aparecido a Maria; convida-nos, ao contrário, a procurar os motivos dessa escolha por parte dos evangelistas.

Supondo uma “omissão”, ela poderia ser atribuída ao fato de que tudo o que é necessário para o nosso conhecimento salvífico é confiado à palavra de “testemunhas anteriormente designadas por Deus” (At. 10, 41), isto é, aos Apóstolos que, “com grande poder”, deram testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus (cf. At. 4,33). Antes de aparecer a eles, o Ressuscitado apareceu a algumas mulheres fiéis por causa da sua função eclesial: “Ide dizer a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão” (Mt. 28,10).

Se os autores do Novo Testamento não falam do encontro da Mãe com o Filho Ressuscitado, isso talvez seja atribuível ao fato de que semelhante testemunho poderia ser considerado, por parte daqueles que negavam a Ressurreição do Senhor, muito interessado e, portanto, não digno de fé.

Os Evangelhos, além disso, referem um pequeno número de aparições de Jesus Ressuscitado, e não certamente o relatório completo de quanto aconteceu nos 40 dias após a Páscoa. São Paulo recorda uma aparição “a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez” (cf. I Cor. 15, 6). Como justificar que um fato conhecido por muitos não seja referido pelos Evangelistas, apesar de seu caráter excepcional? É sinal evidente de que outras aparições do Ressuscitado, embora estivessem no elenco dos notórios fatos ocorridos, não tenham sido mencionadas. Como poderia a Virgem, presente na primeira comunidade dos discípulos (cf. At. 1, 14), ter sido excluída do número daqueles que se encontraram com o seu divino Filho, ressuscitado dos mortos?

É antes legítimo pensar que, de modo semelhante, a Mãe tenha sido a primeira pessoa a quem Jesus Ressuscitado apareceu. A ausência de Maria do grupo das mulheres que ao alvorecer se dirige ao sepulcro (cf. Mc. 16, 1; Mt. 28, 1), não poderia talvez constituir um indício do fato de Ela já se ter encontrado com Jesus? Esta dedução encontraria confirmação no dado que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, que tinham permanecido fiéis ao pé da cruz e, portanto, mais firmes na fé. Com efeito, a uma delas, Maria de Mágdala, o Ressuscitado, confia a mensagem a ser transmitida aos Apóstolos (cf. Jo. 20,17-18). Também este elemento consente talvez pensar em Jesus que aparece em primeiro lugar à sua Mãe, Aquela que permaneceu a mais fiel e, na prova, conservou íntegra a fé.

Por fim, o caráter único e especial da presença da Virgem no Calvário e a sua perfeita união com o Filho, no sofrimento da cruz, parecem postular uma sua particularíssima participação no mistério da ressurreição. Sedúlio, um autor do século quinto, afirma que Cristo Se mostrou no esplendor da vida ressuscitada, antes de tudo, à própria Mãe. Com efeito, aquela que, na anunciação, tinha sido a via do Seu ingresso no mundo, era chamada a difundir a maravilhosa notícia da ressurreição, para se fazer anunciadora da Sua vinda gloriosa. Inundada assim pela glória do Ressuscitado, a Santíssima Virgem antecipa o “resplendor” da Igreja (cf. Sedúlio, Carmen Pascale, 5, 357-364, CSEL 10, 140 s.).

Sendo imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos O encontra durante as aparições pascais, parece razoável pensar que Nossa Senhora tenha tido um contato pessoal com o Filho Ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal.

Presente no Calvário durante a Sexta-Feira Santa (cf. Jo. 19, 25) e no cenáculo, no Pentecostes (cf. At. 1, 14), a Virgem Santíssima foi provavelmente testemunha privilegiada da Ressurreição de Cristo, completando desse modo a sua participação em todos os momentos essenciais do mistério pascal. Ao acolher Jesus Ressuscitado, Maria é, além disso, sinal e antecipação da humanidade, que espera obter a sua plena realização mediante a ressurreição dentre os mortos.

No tempo pascal a comunidade cristã, ao dirigir-se à Mãe do Senhor, convida-a a alegrar-se: “Regina caeli, laetare. Aleluja!”, “Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!”. Recorda assim a alegria de Maria pela Ressurreição de Jesus, prolongando no tempo o “alegra-te” que lhe fora dirigido pelo Anjo na anunciação, para que se tornasse “causa de júbilo” para a humanidade inteira.

Beato João Paulo II

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Responsório de Santo António




Se milagres desejais,

Recorrei a Santo Antônio;

Vereis fugir o demônio

E as tentações infernais.

Recupera-se o perdido,

Rompe-se a dura prisão

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido.

Todos os males humanos

Se moderam, se retiram,

Digam-no aqueles que o viram,

E digam-no os paduanos.

Pela sua intercessão

Foge a peste, o erro, a morte,

O fraco torna-se forte

E torna-se o enfermo são.

Recupera-se o perdido,

Rompe-se a dura prisão

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido.

Todos os males humanos

Se moderam, se retiram,

Digam-no aqueles que o viram,

E digam-no os paduanos.

Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo

Recupera-se o perdido,

Rompe-se a dura prisão

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido.

Todos os males humanos

Se moderam, se retiram,

Digam-no aqueles que o viram,

E digam-no os paduanos.

V: Rogai por nós, bem-aventurado Antônio.

R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Sete Dores de Nossa Senhora


Esta devoção se originou no século XIII.

Recorda as Dores que a Virgem Mãe de Deus suportou e a compaixão pelo sofrimento e morte de seu Divino Filho o Terço das Sete Dores consiste de sete Ave-Marias para cada uma das sete Dores.

Um Pai Nosso é dito antes de cada grupo de sete Ave-Marias.

Nas três esferas do terço no final, três Ave-Marias são ditas em honra das Lágrimas de Nossa Mãe das Dores.

Enquanto recitar orações a meditar sobre as dores:

A primeira Dor: A Profecia

A profecia do santo Simeão que disse a Nossa Mãe a respeito da amarga paixão e morte de Jesus.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

A Segunda Dor: A fuga para o Egito

Nossa Mãe é forçada a fugir para o Egito para salvar seu amado Filho da morte decretada por Herodes.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

A Terceira Dor: - A perda de Jesus

Nossa Mãe é de Jesus separada por três longos dias, enquanto ele está perdido em Jerusalém.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

Quarta Dor: - Encontra Jesus no caminho do Calvário

Nossa Mãe encontra Jesus no caminho do Calvário e vê-lo cair sob o cruel peso da Cruz.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

A Quinta Dor: Jesus morre

Nossa Mãe vê Jesus morrer na Cruz por nossos pecados.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.
A Sexta Dor: - Maria recebe Jesus morto

Nossa Mãe recebe o corpo de Jesus morto nos braços.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

A Sétima Dor: - O enterro

Nossa Mãe acompanha Jesus que é colocado no túmulo sagrado.

Pai Nosso - Sete Ave-Marias.

Final

Três Ave-Maria são ditas em honra das Lágrimas de Nossa Mãe das Dores.


Rezar um Pai-Nosso, Ave-Maria, e um Glória na intenção do Papa.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O poder do Sangue de Cristo

Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue?

Queres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-7). Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.
Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.

De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.
Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte.

Vede como Cristo se uniu à sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.

Das Catequeses de São João Crisóstomo