quarta-feira, 28 de março de 2012

Frase do Beato Pier Giorgio Frassati (1901-1925) sobre a Alegria.

“Você me pergunta se estou alegre; e como não poderia ser? A fé me dará sempre força para ser alegre! Todo católico não pode não ser alegre... A finalidade para a qual fomos criados nos mostra que o caminho está repleto de muitos espinhos, mas não um caminho triste: esse é a alegria mesmo em meio às dores” (Carta à irmã Luciana, Torino, 14 de fevereiro de 1925).

sexta-feira, 9 de março de 2012

71 – A Resposta Católica: “Formas de penitência e suas razões” « Christo Nihil Praeponere

71 – A Resposta Católica: “Formas de penitência e suas razões” « Christo Nihil Praeponere

PAPA BENTO XVI - fala de Fátima

Apraz-me pensar em Fátima como escola de fé com a Virgem Maria por Mestra; lá ergueu Ela a sua cátedra para ensinar aos pequenos Videntes e depois às multidões as verdades eternas e a arte de orar, crer e amar. Na atitude humilde de alunos que necessitam de aprender a lição, confiem-se diariamente, a Mestra tão insigne e Mãe do Cristo total.

Do DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL  DE PORTUGAL POR OCASIÃO DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

10 de Novembro de 2007

quinta-feira, 8 de março de 2012

10 Mandamentos para a paz na família

A paz começa em casa



1. Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo.



2. Ame-se, confie em si mesmo, em sua família e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor.



3. Reserve momentos para brincar e se divertir com sua família, pois a criança aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas.



4. Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater.



5. Participe com sua família da vida da comunidade, evitando as más companhias e diversões que incentivam a violência.



6. Procure resolver os problemas com calma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo o seu lado positivo.



7. Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que o que você pensa e ouvindo o que os outros têm para dizer.



8. Respeite as pessoas que pensam diferente de você, pois as diferenças são uma verdadeira riqueza para cada um e para o grupo.



9. Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser.



10. Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe de coração quando se sentir ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar.
 
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 7 de março de 2012

MÊS COM SÃO JOSÉ

Em 11 de junho de 1855, Pio XI indulgenciou a devoção deste mês consagrado a São José. Estas meditações e orações foram coletadas do “Devoto

Josefino”, devocionário de Pe. Eusebio Sacristán Villanueva, impresso em 1945.

ORAÇÕES INICIAIS

INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações de Vossos fiéis, e acendei neles o fogo de Vosso amor.V. Enviai o Vosso Espírito, e tudo será

criado.

R. E renovareis a face da terra.

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações de Vossos fiéis com as luzes e os dons do Espírito Santo, fazei com que saibamos apreciar

retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de Sua consolação. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

ORAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM

Esposa puríssima e amantíssima do glorioso Patriarca S. José, Mãe de Deus e Rainha dos céus e da terra, sei que são de vosso agrado os

obséquios que tributamos a vosso santíssimo Esposo, e que vos agradais de que em vosso nome, e para agradecer-lhe o que fez por Vós,

lhe ofereçamos nossas homenagens e recorramos a seu poderosíssimo valimento; animado dessa confiança, venho durante este mês

honrar vosso castíssimo Esposo, e juntamente a Jesus vosso Filho, e também a Vós que tomais como própria a honra e glória de meu

Santo protetor. Pelo muito que Vós o amais, e pelo muito que por Vós fez em vida, suplico-Vos que me ensineis o modo de dignamente

obsequiá-lo, e que unais vossas súplicas e as de vosso Esposo às minhas, para que as façais eficazes, de modo que seja neste mês

consolado, melhorado em graças e virtudes, e socorrido em minhas necessidades.

A SÃO JOSÉ

E Vós, santíssimo Patriarca, chefe da trindade terrestre, amparo dos fracos e consolador dos aflitos, dignai-vos escutar minhas humildes

súplicas, e alcançai-me a graça que peço e espero de vossa proteção. A quem senão a Vós recorria Jesus, quando na terra precisava de

alguma coisa? E que nome invocava quando se via em algum perigo, senão o vosso, poderosíssimo e admirável José? Em Vós, esposo

da Rainha dos céus, pai nutrício de Deus feito homem, tinha toda sua confiança Nossa Senhora, quando vivia neste mundo. Bem

sabemos que não vos falta agora o poder que tínheis de primeiro, senão que no céu ainda vos foi acrescentado; portanto espero com toda

confiança ser atendido em minhas súpicas, e que também me alcanceis a graça de aproveitar-me deste exercício.

MEDITAÇÃO DO DIA (vide abaixo)

ORAÇÕES APÓS A MEDITAÇÃO:

Para alcançar as graças que pedimos, rezaremos sete Pai-Nossos, sete Ave-Marias e sete Glória ao Pai, em memória das sete principais

dores e das sete principais alegrias de São José.

ORAÇÃO

Lembrai-vos, ó puríssimo Esposo de maria Virgem, ó meu doce Protetor São José, que jamais se ouviu dizer, que alguém tivesse

invocado a vossa proteção, e implorado o vosso socorro, e não tivesse sido por Vós consolado. Com esta confiança venho à vossa

presença, e a Vós fervorosamente me recomendo. Oh, não desprezeis a minha súplica, Pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la

piedosamente. Assim seja.

ORAÇÃO FINAL

Gloriosíssimo São José, amado e distinguido pela Santíssima Trindade, que em Vós tem todas suas delícias, obedecido e respeitado pelo

mesmo Unigênito de Deus que vos chamou seu Pai, e escutado com respeito e submissão pela Rainha dos anjos e dos santos, vimos à

vossa presença suplicar-vos que não desatendais nossas súplicas. Vimos hoje, e esperamos voltar todos os dias deste mês cheios de

confiança em vossa extraordinária proteção; fazei que cada dia nos retiremos consolados e voltamos ao seguinte com maior confiança à

vista das graças alcançadas. Não vos falta poder, porque em vossas mãos deixou o Onipotente nossa salvação; amor também não vos

falta porque somos os filhinhos de Maria e os irmãos de Jesus e portanto vossos filhos também. Não sejam obstáculo nossas faltas e

imperfeições à vossa grande misericórdia; se nossos pecados nos fazem indignos de sermos ouvidos, vosso amor e vossa bondade são

imensamente maiores, e não nos desatendereis. Ouvi-nos, S. José, em Vós esperamos. Não seremos confundidos


MEDITAÇÕES

MEDITAÇÃO PARA O PRIMEIRO DIA

GRANDEZA DE SÃO JOSÉ

1. São José levou na terra o nome de pai de Jesus, teve a seu

cuidado a vida de Deus-Homem, foi o depositário e guarda da

pureza da Virgem Maria

2. São José foi eleito e predestinado para esses ofícios altíssimos

pelo mesmo Deus, que não se engana.

3. São José cumpriu esses ofícios à satisfação de Deus.

Fruto: Façamos bem feito o que devemos fazer.

Jaculatória: Dai-me, São José, a conhecer o fim para que fui

criado.



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MEDITAÇÃO PARA O SEGUNDO DIA

SANTIDADE DE SÃO JOSÉ

1. São José nasceu santo, porque foi santificado no ventre de sua

mãe. Quanto amaria a santidade!

2. São José foi santo, porque viveu com a mesma Santidade e

aprendeu diretamente de Jesus a santidade.

3. São José devia aparecer na terra como o pai da santidade, devia

parecer-se com a santidade de Cristo!… Que santo e modelo de

santos!

Fruto: Cumprir bem as obrigações de nosso estado.

Jaculatória: São José, testemunha da santidade de Jesus, fazei-me

santo.



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MEDITAÇÃO PARA O TERCEIRO DIA

PUREZA DE SÃO JOSÉ

1. São José fez voto de castidade, dedicando seu corpo a Deus.

Que pureza a que devia figurar a par da pureza de Cristo!

2. São José foi puríssimo na alma, que devia ser parecida coma

alma de Maria e com a de Jesus, que o mundo chamava seu filho.

3. São José foi puríssimo nas intenções. Estava sempre na

presença de Deus, e sabia pela fé que a Jesus não eram ocultos os

segredos do coração e as intenções das almas.

Fruto: Fazer tudo com reta intenção.

Jaculatória: José puríssimo, fazei-me vosso imitador nesta virtude

da pureza.



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MEDITAÇÃO PARA O QUARTO DIA

NOME DE SÃO JOSÉ

1. O nome de José foi nome que Deus lhe deu, foi nome próprio

que nele produzia o que significava, isto é: crescer sempre na

virtude.

2. Foi o nome que Jesus e Maria, a Mãe de Deus, invocaram em

vida como seu amparo e recurso. Nome poderoso!

3. Foi nome amado por Jesus e Maria, e que nas devoções da

Igreja vai sempre unido a estes dois santíssimos nomes.

Fruto: Nas tentações, invocar os dulcíssimos nomes de Jesus,

Maria e José.

Jaculatória: São José, alcançai-me que cresça sempre na virtude e

perfeição.



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MEDITAÇÃO PARA O QUINTO DIA

DESPOSÓRIOS DE SÃO JOSÉ

1. São José mereceu a Santíssima Virgem mais do que nenhum

outro homem, porque Deus lha deu por esposa. Que virtudes e que

méritos pressupõem esta eleição de Deus!

2. São José imitou a Maria mais do que nenhum outro homem, e

foi mais parecido com ela, porque Deus, unindo-os nesse estado,

fez um casamento perfeito entre pessoas iguais ou parecidas. Que

grandeza a de São José!

3. São José foi o mais feliz esposo da terra, porque foi amado pela

esposa mais perfeita e mais amante.

Fruto: Ser muito diligente na eleição do estado de vida.

Jaculatória: Fazei-me, José, semelhante a Maria, vossa Esposa.



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MEDITAÇÃO PARA O SEXTO DIA

SÃO JOSÉ, CHEFE DE SUA CASA

1. São José é superior e chefe na família, onde obedecem Maria,

Mãe de Deus, e Jesus, Deus verdadeiro. Que dignidade!

2. São José manda com amor e governa com zelo, onde o

governado é o que governa todas as criaturas!

3. São José fez com seus suores e trabalhos a felicidade de Jesus e

Maria. Que feliz o tornariam eles também!

Fruto: Cumprir com diligência as obrigações de casa.

Jaculatória: São José, humilde superior de Jesus, ensinai-me a

obedecer!



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MEDITAÇÃO PARA O SÉTIMO DIA

SÃO JOSÉ NA ENCARNAÇÃO

1. Viu-se perplexo José reparando no estado de Maria; mas sendo

justo, não suspeita mal, mas por humildade imagina que deve

separar-se de Maria. Que tristeza!

2. O anjo, em nome de Deus, descobre-lhe o mistério, e sua

missão na terra a respeito desse mistério. Que alegria e que honra!

3. O anjo lhe dá a incombência de pôr a Deus humanado o nome

com que seria conhecido: o Santíssimo Nome de Jesus. Que júbilo

sabendo que vai cuidar do Salvador do mundo!

Fruto: Guardar-se de suspeitas e juízos temerários.

Jaculatória: Fazei, São José, que Jesus seja para mim verdadeiro

Salvador.



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MEDITAÇÃO PARA O OITAVO DIA

VIAGEM A BELÉM

1. Por obedecer uma ordem caprichosa do monarca da terra, põese São José e a um caminho difícil e perigoso; que exemplo de

obediência!

2. São José sabia que, nem Maria nem o fruto de seu ventre

estavam obrigados a obedecer àquela ordem, por motivo do estado

de Nossa Senhora; e todavia obedece com pontualidade e santa

resignação.

3. São José obedece com sacrifício do amor próprio, vendo sofrer

sua esposa; sofre com sacrifício do corpo, porque no Imperador

via a pessoa de Deus. Obedeces tu por Deus?

Fruto: Obedecer sem replicar a nossos legítimos superiores.

Jaculatória: São José, modelo de obediência, ensinai-me a

obedecer.



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MEDITAÇÃO PARA O NONO DIA

TRIBULAÇÕES EM BELÉM

1. Chegando a Sagrada Família a Belém depois de penosíssima

viagem, não encontra pousada… fecham-se-lhe todas as portas.

Maria Santíssima levava em suas entranhas o mesmo Deus!

2. São José e Maria recolhem-se a uma cova de animais,, onde à

meia-noite, em cruel inverno, nasce Jesus, o Rei da Glória! Depois

de nascido encostam-no numa manjedoura de animais!

3. Diria depois Jesus: Bem-aventurados os pobres. Que modo

eficaz de pregar a pobreza!

Fruto: Evitar com o maior cuidado o pecado mortal, que fecha a

Deus as portas de nosso coração.

Jaculatória: Dai-me a Jesus pobre, meu Santo bendito, e fazei que

nasça pela divina graça, em meu coração.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO DIA

NASCIMENTO DE CRISTO

1. Afinal nasce Jesus; vê José o que seus pais desejaram ver e não

viram; vê o que vaticinaram os profetas, vê o Salvador.

2. Toma em seus braços a Jesus, aperta-O contra seu coração,

beija-O e extasia-se com seu Deus. Feliz São José!

3. Ouve os louvores dos anjos, e alegra-se com a música que

cantam a Jesus nos ares. Que satisfação para São José!

Fruto: Procurar a Jesus com fervor.

Jaculatória: Pai nutrício de Jesus, fazei-me conhecer meu Deus.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO PRIMEIRO DIA

FRUTOS DO NASCIMENTO



1. Os anjos entoam nos ares hinos em que cantam “Gloria a Deus

nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade”. Começava

Jesus a produzir os efeitos de sua vinda.

2. Aos pastores anunciaram os anjos uma nova de grande alegria:

que lhes nascera o Salvador que salvaria todo o povo. E São José é

o guarda e depositário desse Salvador.

3. Os pastores humildes e fervorosos vieram adorar o Rei dos

céus, encostado em poucas palhas no presépio de Belém. Feliz

São José que começa a ver Jesus adorado!

Fruto: Fazer a comunhão espiritual, e desejar que Jesus faça em

nós o que fez para todos em Seu nascimento.

Jaculatória: Fazei, José, de meu coração, um presépio vivo em que

Jesus descanse como no de Belém.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO SEGUNDO DIA

SÃO JOSÉ NA CIRCUNCISÃO

1. Que tormento para o coração de São José ver correr o sangue de

Jesus na circuncisão!… E saber que depois há de ser esse sangue

derramado de todo!…

2. Pôs São José ao Menino o nome de Jesus, ou Salvador do

mundo, e sabe que salvará seu povo. Que alegria ver em profecia

o sem-número de almas que se haviam de salvar por Jesus!

3. O sangue que Cristo havia de derramar na circuncisão era

bastante para salvar o mundo: não servirá para abrandar teu

coração?

Fruto: Pronunciar com freqüência e fervor o nome de Jesus.

Jaculatória: Fervorosíssimo José, dai-me a conhecer a Jesus e

amá-Lo com fervor.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO TERCEIRO DIA

SÃO JOSÉ NA EPIFANIA

1. À cova de Belém chegam príncipes do oriente, guiados por uma

estrela. Nunca falta Deus a ninguém no conhecimento da verdade,

e todas as criaturas em suas mãos são instrumentos aptos para isso.

2. Esses príncipes, desprezados os respeitos humanos,

perguntando ao mesmo Herodes, chegam a Belém: premia Deus

sua diligência fazendo que encontrem Jesus.

3. Oferecem a Jesus ouro, incenso e mirra, como a Deus, como a

rei e como a homem. Que júbilo para São José ver assim honrado

e adorado a Cristo!

Fruto: Buscar Jesus e a sua vontade, custe o que custar.

Jaculatória: Felicíssimo José, que víeis sempre a Cristo, mostraime a Jesus.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO QUARTO DIA

SÃO JOSÉ NA PURIFICAÇÃO

1. Ouve José louvar a Jesus e reconhecê-lO por Deus, Messias e

Salvador do mundo. Que felicidade para quem tanto O ama!

2. Ouve José que seu Jesus há de ser ocasião de ruína para muitos,

e alvo de contradição. Jesus o Salvador, o Deus, aquela criança

inocente!

3. Ouve ainda que Maria, sua esposa, verá seu Coração

traspassado por uma espada de dor. São José que a estima tanto!

Fruto: Confessar sem respeito humano a Cristo e sua religião.

Jaculatória: Purificai, José, meu coração e fazei-o digno de Jesus.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO QUINTO DIA

FUGA PARA O EGITO

1. Apareceu a José o anjo do Senhor em sonhos, e lhe mandou que

fosse para o Egito com Jesus e com Maria. São José, sem replicar,

obedece.

2. Que circunstâncias naquela viagem! É de noite, no mais

rigoroso do inverno, sem preparação nenhuma, levando a Jesus

recém-nascido…, mas lá vai o obediente José!

3. Assim, porém, livra a Jesus, que, embora seja no exílio, estará

salvo, e sempre a seu lado. Que alegria viver sempre com Deus!

Fruto: Fugir das ocasiões de pecar.

Jaculatória: Não permitais, São José, que me aparte de Jesus.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO SEXTO DIA

PERMANÊNCIA NO EGITO

1. Chega São José ao Egito e vê cair os ídolos falsamente

adorados naquela região. Deus é conhecido, é o que basta a São

José.

2. Sofre o exílio da Terra Santa, o do templo de Jerusalém, por

assim determiná-lo Deus. Em toda a parte está Deus e em todo

lugar pode ser adorado, quando assim o dispõe Sua divina

Majestade.

3. No Egito ouviu pela primeira vez que Jesus o chamava com o

nome de pai. Que alegria imensa para seu coração!

Fruto: Desterrar do coração as aflições terrenas, para guardá-lo só

para Jesus.

Jaculatória: Permiti, meu Santo, que vos chame como Jesus: meu

querido pai.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO SÉTIMO DIA

VOLTA DO EGITO

1. O anjo apareceu a São José outra vez, mandando-lhe em nome

de Deus que voltasse à sua terra. Que solícita é sempre a

Providência divina com os seus!

2. Que alegria a de São José, ao deixar o exílio e voltar à sua terra!

3. Que satisfação por voltarem à Terra Santa, à cidade de

Jerusalém, ao povo de Deus!

Fruto: Nas adversidades, recorrer a Deus.

Jaculatória: Defendei, Santo bendito, a Jesus em nós contra as

tentações do demônio.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO OITAVO DIA

DOR DE SÃO JOSÉ NA VOLTA DO EGITO

1. Sabe São José que Arquelau governa em vez de Herodes; que

perigo para Jesus expor-se a cair em mãos desse tirano!

2. Tranqüilizado José pelo anjo, empreende a viagem a Nazaré.

Como sofre São José com o sofrimento de sua delicada Esposa e

do Filho de Deus, tão pequeno ainda!

3. Que dor vendo a malícia dos homens e a raiva que ainda

conservam contra Jesus.

Fruto: Recordar nas adversidades a presença de Deus.

Jaculatória: Defendei, ó José, a Jesus em nós contra as ciladas dos

nossos inimigos.



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MEDITAÇÃO PARA O DÉCIMO NONO DIA

SÃO JOSÉ EM NAZARÉ

1. Em Nazaré, Jesus e Maria têm casa, estão na própria terra, têm

algumas comodidades. Que alegria para São José que amava tanto

a Jesus e Maria!

2. A casa onde moram é a mesma onde Deus fez o grande mistério

da Encarnação. Que recordações tão fagueiras!

3. Nessa casa poderá José dedicar-se com sossego a tratar de seus

queridos Jesus e Maria.

Fruto: Aproveitar os momentos de paz da consciência para

progredir na virtude.

Jaculatória: Ó providentíssimo Guarda de Jesus, conservai em

meu coração a tranqüilidade do espírito.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO DIA

SAGRADA FAMÍLIA

1. Em Nazaré, vive São José sempre em companhia de Jesus e

Maria, e não se aparta deles nem eles, por sua vez, se apartam de

São José.

2. Nessa casa santa, José dedica-se, exclusivamente, a servir a

Jesus e a Maria, por eles trabalha, para eles ganha o pão. Que

felicidade ser o servo de Deus e de Sua Mãe!

3. Em Nazaré, Jesus e Maria servem a São José; os únicos

empregados nessa casa, onde São José era o patrão, eram Jesus e

Maria. Bem-aventurado servo São José!

Fruto: Trabalha em conservar a união e a amizade com as pessoas

da casa.

Jaculatória: Jesus, José e Maria, dai-me caridade e união com as

pessoas da família.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO PRIMEIRO DIA

JESUS PERDIDO

1. Indo cumprir um dever religioso, perdem José e Maria a Jesus.

Prova terrível!

2. Três dias inteiros sem Jesus, em pessoas para as quais Jesus é a

vida e a respiração, era a dor mais espantosa que se podia

imaginar!

3. Pensar o que podia ser de Jesus, o que podia sofrer uma criança

abandonada, era dor inexplicável. Pensar se seria por sua culpa, ou

negligência, era cruciantíssimo tormento!

Fruto: Desprende-te das coisas criadas e cuida só em não perder a

Jesus.

Jaculatória: Dai-me a Jesus, meu Santo, e isso me basta.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO SEGUNDO DIA

JESUS ACHADO

1. Entretanto, no templo, depois de três dias de cruciantes penas,

vê São José a Jesus, são, salvo, honrado. Que alegria!

2. Encontra Jesus ensinando como mestre divino, e aqueles

veneráveis mestres em Israel admirando-O!

3. Maria, nessa ocasião, dá a São José o nome de pai de Jesus e

Jesus não protesta. Que honra e que satisfação!

Fruto: Em todas as dificuldades, recorramos à oração.

Jaculatória: Quando já não soubermos aonde dirigir nossos olhos,

sempre nos ficareis Vós, nosso bom pai, como único refúgio e

amparo.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO TERCEIRO DIA

VIDA DOMÉSTICA

1. Jesus, achado no templo, voltou à casa de Nazaré e continuou

até os trinta anos a obedecer a José e a Maria.

2. Jesus crescia cada dia em sabedoria e graça, e, a seu exemplo,

crescia também São José nas virtudes domésticas.

3. São José santificou-se em seu ofício humilde, e Maria progredia

divinamente na virtude, cumprindo comtoda exatidão o que devia

fazer em casa.

Fruto: Ama a vida de casa e cumpre bem os deveres de família

Jaculatória: São José, servo e criado de Jesus, fazei-me encontrar a

Jesus em minhas obrigações domésticas.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO QUARTO DIA

SÃO JOSÉ NO SEU TRABALHO

1. Os grandes milagres que sabemos de São José, foram: trabalhar

bem para sustentar sua família.

2. São José trabalhava por Jesus e por Maria, e assim nunca lhe

parecia pesadoo trabalho. Se fizéssemos tudo por Jesus…

3. Trabalhava São José sempre contente com sua humildesorte;

nunca apeteceu mudar de condição. Se Deus nos quer pobres, para

que desejar mudar de condição?

Fruto: Aproveitar o tempo trabalhando em cumprir nossas

obrigações, por consciência.

Jaculatória: Dai-me, São José, a conhecer o preço do tempo e o

valor da graça.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO QUINTO DIA

AMOR DE SÃO JOSÉ A MARIA E A JESUS

1. Não podia São José amar mais que a Jesus e a Maria, porque a

eles só conhecia.

2. São José amou fervorosíssimamente a Jesus e a Maria, porque

só com Jesus e Maria tratava.

3. São José amou a Jesus e a Maria comtodo o amor possível,

porqueamava-os natural e sobrenaturalmente, como a seu filho e

como a sua esposa, como a Deus e como a Mãe de Deus.

Fruto: Lembra-te que é tempo perdido o que não for amar a Deus.

Jaculatória: Amantíssimo José, ensinai-me a amar Jesus e Maria

como vós os amastes.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO SEXTO DIA

AMOR DE JESUS E DE MARIA A SÃO JOSÉ

1. Jesus que não negou a São José o título de pai, não lhe negou

também o amor de filho. Que amor imenso o amor de Jesus!

2. Maria, verdadeira esposa de São José, amou seu esposo como

pode amar a mais fiel das esposas e como sabe amar a Mãe de

Deus.

3. Jesus e Maria amavam a José com gratidão pelos benefícios

recebidos. Como amaria Deus agradecido!

Fruto: Não cuides para nada do amor do mundo; esteja Deus

contigo, seja embora contrário o mundo.

Jaculatória: Fazei-me vosso amigo, São José, para ser amigo de

Jesus e de Maria.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO SÉTIMO DIA

SÃO JOSÉ, VARÃO JUSTO

1. O Evangelho diz de São José que é varão justo. Certamente: foi

justo em tudo e justo sempre.

2. Foi varão justo, porque teve todas as virtudes em supremo grau.

3. Foi justo para Deus, servindo-O com fidelidade; justo para os

homens e justo para consigo mesmo.

Fruto: Imitemos a São José em gaurdar a caridade nos

pensamentos, nas palavras e nas obras.

Jaculatória: Ó José, cognominado justo pelo mesmo Espírito

Santo, ensinai-me a justiça e a santidade.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO OITAVO DIA

SÃO JOSÉ, SERVO FIEL

1. São José mereceu ser constituído sobre a Sagrada Família

porque foi fiel no serviço de Deus.

2. Serviu São José a Jesus e a Maria, com o entendimento, como

coração, com as forças e trabalhos corporais: foi fidelíssimo servo

de Deus.

3. São José trabalhava por Jesus e por Maria, como quem não se

pertencia a si, senão a ele, dos quais se julgava verdadeiro escravo.

Que humildade e que fidelidade!

Fruto: Lembra-te da palavra de Cristo: é impossível servir a Deus

e ao mundo conjuntamente.

Jaculatória: São José, servo fiel, alcançai-me fidelidade no serviço

divino.



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MEDITAÇÃO PARA O VIGÉSIMO NONO DIA

MORTE DE SÃO JOSÉ

1. São José morre na casa de Jesus, e morre nos braços de Jesus e

de Maria. Que morte feliz!

2. São José morre nos braços de seu juiz, a quem dá o nome de

filho. Que confiança na morte!

3. São José despede-se por pouco tempo, e sabe que vai estar

sempre com Jesus e com Maria. Que morte desejável!

Fruto: A morte é o espelho da vida; vive como São José, para que

seja igual tua morte.

Jaculatória: Felicíssimo Patriarca, assistido por Jesus e por Maria

em vossa morte, assisti-me naquele transe.



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MEDITAÇÃO PARA O TRIGÉSIMO DIA

PODER DE SÃO JOSÉ NO CÉU

1. José foi, na terra, o depositário do poder de Deus Pai, e não se

pode negar que fez bom uso desse poder; como negar-lhe agora o

prêmio?

2. José, na terra, cuidou da vida do divino Filho, e é certo que se

desempenhou bem dessa incumbência: como lhe negará agora o

Filho agradecido o que lhe pedir?

3. José, na terra, foi custódio fidelíssimo de Maria: com lhe negará

essa Senhora ser dispensador das graças que passam por Ela?

Fruto: Sendo tão grande o poder de São José, recorre a ele em

todas tuas necessidades.

Jaculatória: José poderosíssimo, valei-me sempre.

A Agonia de Jesus - Pelo Santo Padre Pio

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.

O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!...

Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus. Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono. Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!

Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam... No termo da sua vida terrestre, depois de se nos ter inteiramente entregue no Sacramento do seu amor, o Senhor dirige-se ao Jardim das Oliveiras, conhecido dos discípulos, mas de Judas também. Pelo caminho ensina-os e prepara-os para a sua Paixão iminente convida-os, por Seu amor, a sofrer calúnias, perseguições até à morte, para os transfigurar à semelhança dele, modelo divino. No momento de começar a sua Paixão amaríssima, não é nele que pensa; pensa em ti.

Que abismos de amor não contém o seu Coração! A sua Santa Face é toda tristeza, toda ternura. As suas palavras jorram da profundidade mais íntima do seu coração, e são todas palpitação de amor.

— Ó Jesus, o meu coração perturba-se quando penso no amor que vos obriga a correr ao encontro da
vossa Paixão. Ensinastes-nos que não há amor maior que dar a vida por aqueles a quem se ama. Eis que estáis prestes a selar estas palavras com o vosso exemplo.
No Jardim da Oliveiras, o Mestre afasta-se dos discípulos e só leva três testemunhas da sua Agonia: Pedro, Tiago e João. Eles, que o viram transfigurado sobre o Tabor, terão força para reconhecer o Homem-Deus neste ser, esmagado pela angústia da morte?

Ao entrar no Jardim disse-lhes: “Ficai aqui! Velai e rezai para não cairdes em tentação. Acautelai-vos, porque o inimigo não dorme. Armai-vos antecipadamente com as armas da oração para não serdes surpreendidos e arrastados para o pecado. É a hora das trevas”. Tendo-os exortado, afastou-se à distância de uma pedrada e prostrou-se com a face em terra. A sua alma está mergulhada num mar de amargura e extrema aflição.

É tarde.

Na lividez da noite agitam-se sombras sinistras. A Lua parece injetada de sangue. O vento agita as árvores e penetra até aos ossos. Toda a natureza como que estremece de secreto pavor!

Ó noite, como nunca houve outra semelhante.

Eis o lugar onde Jesus vem orar. Ele despoja a sua santa Humanidade da força à qual tem direito pela sua união com a Divina Pessoa, e mergulha-a num abismo de tristeza, de angústia, de abjeção. O seu espírito parece submergir-se... Via antecipadamente toda a sua Paixão.

Vê Judas, seu apóstolo tão amado, que o vende por alguns dinheiros.

Ei-lo a caminho de Getsêmani, para o trair e entregar! Todavia, ainda há pouco não o alimentou com a sua carne, não lhe deu a beber o seu sangue? Prostrado diante dele, lavou-lhe os pés, apertou-os contra o coração, beijou-os com os seus lábios. Que não fez ele para o reter à beira do sacrilégio, ou pelo menos para o levar a arrepender-se!

Não!

Ei-lo que corre para a perdição... Jesus chora. Vê-se arrastado pelas ruas de Jerusalém onde ainda há alguns dias o aclamavam como Messias. Vê-se esbofeteado diante do sumo-sacerdote. Ouve os gritos: À morte! Ele, o autor da vida, é arrastado como um farrapo de um para outro tribunal. O povo, o seu povo tão amado, tão cumulado de bênçãos, vocifera contra Ele, insulta-o, reclama aos gritos a sua morte, e que morte, a morte sobre a cruz. Ouve as suas falsa acusações. Vê-se flagelado, coroado de espinhos, escarnecido, apupado como falso rei. Vê-se condenado à cruz, subindo ao Calvário, sucumbindo ao peso do madeiro, trêmulo, exausto...

Ei-lo chegado ao Calvário, despojado das roupas, estendido sobre a cruz, impiedosamente trespassado pelos pregos, ofegante entre indizíveis torturas... Meu Deus! Que longa agonia de três horas, até sucumbir no meio dos apupos da gentalha, ébria de cólera!
Ei-lo com a garganta e as entranhas, devoradas por sede ardente. Para estancar essa sede, dão-lhe vinagre e fel.

Vê o Pai que o abandona, e a Mãe, aniquilada pela dor.

Para acabar, a morte ignominiosa no meio de dois ladrões. Um reconhece-o, e pôde salvar-se; o outro blasfema e morre réprobo.

Vê Longuinhos, que se aproxima para lhe trespassar o coração.

Ei-la, consumada, a extrema humilhação do corpo e da alma, que separam...

Tudo isto, cena após cena, passa diante dos seus olhos, apavora-o, acabrunha-o Recusará?

Desde o primeiro instante tudo avaliou, tudo aceitou. Porque, pois, este terror extremo? É que expôs a sua santa humanidade como escudo, captando os ataques da Justiça, ultrajada pelo pecado.

Sente vivamente no espírito, mergulhado na maior solidão, tudo o que vai sofrer.
Para tal pecado, tal pena... Está aniquilado, porque se entregou, ele próprio, ao pavor, à fraqueza, à angústia.

Parece ter chegado ao auge da dor. Está de rastos, com a face em terra, diante da Majestade do Pai. Jaz no pó, irreconhecível, a santa Face do Homem-Deus, que goza da visão beatífica. Meu Jesus! Não sois Deus? Não sois o Senhor do Céu e da Terra, igual ao Pai? Para que haveis de abaixar-vos até perder todo o aspecto humano?

Ah, sim... Compreendo! Quereis ensinar-me, a mim, orgulhoso, que para entender o Céu devo abismar-me até ao fundo da Terra. É para expiar a minha arrogância que vos deixais afundar no mar da agonia. É para reconciliar o Céu com a Terra que vos abaixais até à terra como se quisesseis dar-lhe o beijo da paz...

Jesus ergue-se, volve para o céu um olhar suplicante, ergue os braços, reza. Cobre-lhe o rosto mortal palidez! Implora o Pai que se desviou dele. Reza com confiança filial, mas sabe bem qual o lugar que lhe foi marcado. Sabe-se vítima a favor de toda a raça humana, exposta à cólera de Deus ultrajado. Sabe que só ele pode satisfazer a Justiça infinita e conciliar o Criador com a criatura. Quer, reclama que seja assim. A sua natureza, porém, está literalmente esmagada. Insurge-se contra tal sacrifício. Todavia, o seu espírito está pronto à imolação e o duro combate continua. Jesus, como podemos pedir-vos para sermos fortes, quando vos vemos tão fraco e acabrunhado?

Sim, compreendo! Tomastes sobre vós a nossa fraqueza. Para nos dardes a vossa força, vos tornastes a vítima expiatória. Quereis ensinar-nos como só em vós devemos depositar confiança, até quando o céu nos parece de bronze.

Na sua Agonia, Jesus clama ao Pai: “Se é possível, afasta de mim este cálix”. É o grito da natureza que, prostrada, recorre cheia de confiança ao Céu. Embora saiba que não será atendido, porque não deseja sê-lo, contudo ora. Meu Jesus, por que pedis o que não podeis obter? Que mistério vertiginoso! A mágoa que vos dilacera vos faz mendigar a ajuda e conforto, mas o vosso amor por nós e o desejo de nos levar a Deus vos faz dizer: “Não se faça a minha vontade, mas a tua”.

O seu coração desolado tem sede de ser confortado, tem sede de consolação.

Docemente, Ele levanta-se, dá alguns passos vacilantes; aproxima-se dos discípulos; eles, pelo menos, os amigos de confiança, hão de compreender e partilhar da sua mágoa...
Encontra-os mergulhados no sono. De súbito sente-se só, abandonado! “Simão, dormes?” pergunta docemente a Pedro. Tu, que há pouco me dizias que querias seguir-me até à morte!
Vira-se para os outros. “Não podeis velar uma hora comigo?”. Uma vez mais, esquece os sofrimentos, não pensa senão nos discípulos: “Velai e orai para não cairdes em tentação!”. Parece dizer “Se me esquecestes tão depressa, a mim, que luto e sofro, pelo menos no vosso próprio interesse, velai e orai!”.

Mas eles, tontos de sono, mal o ouvem.

Ó meu Jesus, quantas almas generosas, tocadas pelos vossos lamentos, vos fazem companhia no Jardim da Oliveiras, compartilhando da vossa amargura e da vossa angústia moral. Quantos corações têm respondido generosamente ao vosso apelo através dos séculos! Possam eles vos consolar e, comparticipando do vosso sofrimento, possam eles cooperar na obra da salvação! Possa eu próprio ser desse número e vos consolar um pouco, ó meu Jesus!

Jesus volta ao local da oração e apresenta-se-lhe diante dos olhos um outro quadro bem mais terrível. Desfilam diante dele todos os nossos pecados, nos seus mais ínfimos pormenores. Vê a extrema vulgaridade dos que os cometem. Sabe a que ponto ultrajam a divina Majestade. Vê todas as infâmias, todas as obscenidades, todas as blasfêmias que mancham os corações e os lábios, criados para cantar a glória de Deus. Vê os sacrilégios que desonram Pais e fiéis. Vê o abuso monstruoso dos sacramentos, instituídos por Ele para nossa salvação, e que facilmente podem ser causa de nos perdermos.

Tem de cobrir-se com toda a lama fétida da corrupção humana. Tem de expiar cada pecado à parte, e restituir ao Pai toda a glória roubada. Para salvar o pecador, tem de descer a esta cloaca. Mas, isto não o detém. Vaga monstruosa, essa lama rodeia-o, submerge-o, oprime-o.

Ei-lo em frente do Pai, Deus da Justiça, Ele, Santo dos Santos, vergado ao peso dos nossos pecados, tornando-se igual aos pecadores. Quem poderá sondar o seu horror e a sua extrema repugnância? Quem compreenderá a extensão da horrível náusea, do soluço de desgosto? Tendo tomado todo o peso sobre ele, sem exceção alguma sente-se esmagado por monstruoso fardo, e geme sob o peso da Justiça divina, em face do Pai que permitiu ao Seu filho se oferecesse como vítima pelos pecados do mundo, e se transformasse numa espécie de maldito.

A sua pureza estremece diante desta massa infame mas ao mesmo tempo vê a Justiça ultrajada, o pecador condenado... No seu coração defrontam-se duas forças, dois amores. Vence a Justiça ultrajada. Mas, que espetáculo infinitamente lamentável! Este homem, carregado com todos os nossos crimes. Ele, essencialmente Santidade, confundido, embora exteriormente, com os criminosos... Treme como um folha.

Para poder afrontar esta terrível agonia abisma-se na oração. Prostrado diante da Majestade do Pai, diz: “Pai, afasta de mim este cálice”. É como se dissesse: “Pai, quero a tua glória! Quero o cumprimento da tua justiça. Quero a reconciliação do gênero humano. Mas não por este preço! Que eu, santidade essencial, seja assim salpicado pelo pecado, ah! não... isso não! Ó pai, a quem tudo é possível, afasta de mim este cálice e encontra outro meio de salvação nos tesouros insondáveis da tua sabedoria. Porém, se não quiseres, que a tua vontade, e não aminha, se faça!

Desta vez ainda, fica sem efeito a prece do Salvador. Sente a angústia mortal, ergue-se a custo em busca de consolação. Sente como as forças o abandonam. Arrasta-se penosamente até junto dos discípulos. Uma vez mais, encontra-os a dormir. A sua tristeza torna-se mais profunda. E contenta-se simplesmente em os acordar. Sentiram-se confusos? Sobre isto nada sabemos. Só vemos Jesus indizivelmente triste. Guarda para ele toda a amargura deste abandono.

Mas Jesus, como é grande a dor que leio no teu coração, transbordante de tristeza. Vos vejo afastando-vos dos vossos discípulos, ferido, todo magoado! Pudesse eu dar-vos algum reconforto, consolar-vos um pouco... mas, incapaz de mais nada, choro aos vossos pés. Unem-se às vossas as lágrimas do meu amor e da minha compunção. E elevam-se até ao trono do Pai, suplicando que tenha piedade de nós, que tenha piedade de tantas almas, mergulhadas no sono do pecado e da morte.

Jesus volta ao lugar onde rezara, extenuado e em extrema aflição. Cai, sim, mas não se prostra. Cai sobre a terra. Sente-se despedaçado por angústia mortal e a sua prece torna-se mais intensa.

O Pai desvia o olhar, como se Ele fosse o mais abjeto dos homens. Parece-me ouvir os lamentos do Salvador:

Se, ao menos as criaturas por causa de quem eu tanto sofro quisessem aproveitar-se das graças obtidas através de tantas dores! Se, ao menos reconhecessem pelo seu justo valor, o preço pago por mim para resgatar e dar-lhes a vida de filhos de Deus! Ah! este amor despedaça-me o coração, bem mais cruelmente do que os carrascos que irão, em breve, despedaçar-me a carne...

Vê o homem que não sabe, porque não quer saber; e blasfema do Sangue Divino e, o que é bem mais irreparável, serve-se desse Sangue para sua condenação.

Quão poucos o hão de aproveitar, quantos outros correrão ao encontro do próprio extermínio!

Na grande amargura do Seu coração, continua a repetir: “Quæ utilitas im sanguine meo? Quão poucos aproveitaram o meu Sangue!

O pensamento, porém, deste pequeno número basta para afrontar a Paixão e morte.
Nada existe, não há ninguém que possa dar-lhe sombra de consolação. O Céu fechou-se para Ele. O homem, embora esmagado ao peso dos pecados, é ingrato e ignora o seu amor. Sente-se submerso num mar de dor e grita no estertor da agonia: “A minha alma está triste até a morte”.

Sangue Divino, que jorras, irresistivelmente do Coração de Jesus, corres por todos os seus poros para lavar a pobre Terra ingrata. Permite-me que eu te recolha, Sangue tão precioso, sobretudo estas primeiras gotas. Quero guardar-te no cálice do meu coração.
És prova irrefutável deste Amor, única causa de teres sido vertido. Quero purificar-me através de ti, Sangue preciosíssimo! Quero com ele purificar todas as almas, manchadas pelo pecado. Quero oferecer-te ao Pai.

É o sangue do seu Filho Bem-Amado que caiu sobre a Terra para a purificar. É o Sangue do seu Filho que ascende ao Seu trono para reconciliar a Justiça ultrajada. A alegria é na verdade muito mais veemente do que a dor.

Jesus chegou então ao fim do caminho doloroso?

Não.

Ele não quer limitar a torrente do seu amor! É preciso que o homem saiba quanto ama o Homem-Deus. É preciso que o homem saiba até que abismos de abjeção pode levar amor tão completo. Embora a Justiça do Pai esteja satisfeita com o suor do Sangue preciosíssimo, o homem carece de provas palpáveis deste amor.

Jesus seguirá pois até ao fim: até à morte ignominiosa sobre a cruz. O contemplativo conseguirá talvez intuir um reflexo desse amor que o reduz aos tormentos da santa agonia no Jardim das Oliveiras. Aquele, porém, que vive, entorpecido pelos negócios materiais, procurando muito mais o mundo do que o Céu, deve vê-lo também pelo aspecto externo, pregado à cruz, para que, ao menos, o comova a visão do seu Sangue e a Sua cruel agonia.

Não.

O Seu coração, transbordante de amor, não está ainda contente! Domina-o a aflição, e ora de novo: “Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que eu bebe, faça-se a Tua vontade”.

A partir deste instante, Jesus responde do fundo do seu coração abrasado de amor, ao grito da humanidade que reclama a sua morte como preço da Redenção. À sentença de morte que seu Pai pronuncia no Céu, responde a Terra reclamando a sua morte. Jesus inclina a sua adorável cabeça: “Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que eu o beba, faça-se a Tua vontade”.

E eis que o Pai lhe envia um anjo de consolação. Que alívio pode um anjo oferecer ao Deus da força, ao Deus invencível, ao Deus Todo-Poderoso? Mas este Deus quis tornar-se inerme. Tomou sobre os ombros toda a nossa fraqueza. É o Homem das Dores, em luta com a agonia.

Ora ao Pai por Si e por nós. O Pai recusa atendê-lo, pois deve morrer por nós. Penso que o anjo se prostra profundamente diante da Beleza eterna, manchada de pó e sangue, e com indizível respeito suplica a Jesus que beba o cálice, pela glória do Pai e pelo resgate dos pecadores.

Rezou assim, para nos ensinar a recorrer ao Céu, unicamente quando as nossas almas estão desoladas como a Sua.

Ele, a nossa força, virá ajudar-nos, pois que consentiu em tomar sobre os ombros todas as nossas angústias.

Sim, meu Jesus, é preciso que bebais o cálice até ao fundo! Estais votado à morte mais cruel. Jesus, que nada possa separar-me de vós, nem a vida nem a morte! Se, ao longo da vida, só desejo unir-me ao vosso sofrimento, com infinito amor, ser-me-á dado morrer convosco no Calvário e convosco subir à Glória. Se vos sigo nos tormentos e nas perseguições tornar-me-eis digno de vos amar um dia, no Céu, face a face, convosco, cantando eternamente o vosso louvor em ação de graças pela cruel Paixão.

Vede! Forte, invencível, Jesus ergue-se do pó! Não desejou Ele o banquete de sangue com o mais forte desejo? Sacode a perturbação que o invadira, enxuga o suor sangrento da face, e, em passo firme dirige-se para a entrada do Jardim.

Onde ides, Jesus? Ainda há instantes, não estavas empolgado pela angústia e pela dor? Não vos vi eu, trêmulo, e como que esmagado sob o peso cruel das provações que vão tombar sobre vós? Aonde ides nesse passo intrépido e ousado? A quem vais entregar-vos?

— Escuta, meu filho. As armas da oração ajudaram-me a vencer; o espírito dominou a fraqueza da carne. A força foi-me transmitida, enquanto orava, e agora eis-me pronto a tudo desafiar. Segue o meu exemplo e arranja-te com o Céu, como eu fiz. Jesus aproxima-se dos apóstolos. Continuam a dormir! A emoção, a hora tardia, o pressentimento de alguma coisa horrível e irreparável, a fadiga — e ei-los mergulhados em sono de chumbo. Jesus tem piedade de tanta fraqueza. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

Jesus exclama. “Dormi agora e repousai”. Detém-se por instante. Ouvem que Jesus se vai aproximando, e entreabrem os olhos...

Jesus continua a falar: “Basta. É chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que me há de entregar”. Jesus vê todas as coisas com os seus olhos divinos. Parece dizer: Meus amigos e discípulos, vós dormis, enquanto que os meus inimigos velam e se aproximam para virem prender-me! Tu, Pedro, que há pouco te julgavas bastante forte para me seguir até na morte, também tu dormes agora! Desde o princípio tens-me dado provas da tua fraqueza! Está, porém, tranqüilo.

Aceitei sobre mim a tua fraqueza e rezei por ti. Depois de confessares a tua falta, serei a tua força e apascentará os meus rebanhos...

E tu, João, também tu dormes? Tu, que acabavas de sentir as pulsações do meu coração, não pudeste velar uma hora comigo!

Levantai-vos, vamos partir, já não há tempo para dormir. O inimigo está à porta! É a hora do poder das trevas! Partamos. De livre vontade, vou ao encontro da morte. Judas acorre para trair-me, e eu vou ao seu encontro. Não impedirei que se cumpram à risca as profecias. Chegou a minha hora: a hora da misericórdia infinita.

Ressoam os passos; archotes acesos enchem o jardim de sombras e púrpura. Intrépido e calmo, Jesus avança seguido pelos discípulos.

— Ó meu Jesus, dai-me a vossa força quando a minha pobre natureza se revolta diante dos males que a ameaçam, para que possa aceitar com amor as penas e aflições desta vida de exílio. Uno-me com toda a veemência aos vossos méritos, às vossas dores, à vossa expiação, às vossas lágrimas, para poder trabalhar convosco na obra da salvação. Possa eu ter a força de fugir ao pecado, causa única da vossa agonia, do vosso suor de sangue, e da vossa morte.
Afasteis de mim o que vos desagrada, e imprimi no meu coração com o fogo do vosso santo amor todos os vossos sofrimentos. Abraçai-me tão intimamente, em abraço tão forte e tão doce, que nunca eu possa deixar-vos sozinho no meio dos vossos cruéis sofrimentos.


Só desejo um único alívio: repousar sobre o vosso coração. Só desejo uma única coisa: partilhar da vossa Santa Agonia. Possa a minha alma inebriar-se com o vosso Sangue e alimentar-se com o pão da vossa dor!

Amém.



Pio de Pietrelcina

terça-feira, 6 de março de 2012

Em que ordem ler a Bíblia?

Plano de leitura do Novo Testamento

A Bíblia não é um simples livro. Ela é uma biblioteca de 73 livros. Eles são bem diferentes uns dos outros, têm os mais diversos estilos, foram escritos em épocas muito distantes e em situações muito diferentes.
:: Padre Jonas ensina método de leitura da Bíblia

É necessário um Plano de leitura. No início, há muita coisa que não se entende, o que é muito natural. Até na leitura de um romance acontece isso. Não pare por causa disso, prossiga, à medida que se vai lendo, as coisas vão se esclarescendo umas às outras. É uma regra de ouro: a Bíblia se explica por si mesma. Por isso é tão importante um plano de leitura.

Existem vários planos de leitura. Todos eles são bons, porque se baseiam num princípio. Apresento aqui um determinado plano. Ele se destina àqueles que desejam começar a ler a Bíblia e não têm outros recursos a não ser conhecer a Bíblia através dela mesma. Siga a ordem indicada aqui, ela faz parte do método.

Plano de leitura do Novo Testamento

1. 1ª Carta de São João. (2 vezes)

2. Evangelho de São João

3. Evangelho de São Marcos
4. As pequenas cartas de São Paulo:

Gálatas

Efésios

Filipenses
Colossenses

1ª e 2ª Tessalonicences

1ª e 2ª Timóteo

Tito
Filêmom

5. Evangelho de São Lucas

6. Atos dos Apóstolos

7. Carta aos Romanos

8. Evangelho de São Mateus

9. 1ª e 2ª Carta aos Coríntios
10. Hebreus

11. Carta de São Tiago

12. 1ª e 2ª Carta de São Pedro

13. 2ª e 3ª Carta de São João

14. Carta de São Judas

15. Apocalipse

16. 1ª Carta de São João (3ª vez)

17. Evangelho de São João (2ª vez)

Padre Jonas Abib

Regras de ouro para ler a Bíblia

Eis a principal regra de ouro: ler a Bíblia todos os dias

1. Leia a Bíblia todos os dias

Eis a principal regra de ouro: ler a Bíblia todos os dias. Sem exceção. Leia quando tiver vontade e quando não tiver também! É como remédio: com ou sem vontade, tomamos, porque é necessário. Com a Bíblia é a mesma coisa. E nos tempos em que vivemos, isso é premente.

Assim como você alimenta o corpo todos os dias, alimente diariamente o seu espírito com a Palavra de Deus. Assim como tomamos banho todos os dias e, quando não podemos fazê-lo de manhã, à noite o corpo pede um banho, assim também se passa com a leitura da Bíblia: se você não conseguir ler durante o dia, sem que você se aperceba, o seu espírito ficará pedindo um banho da Palavra de Deus. Não deixe de dar ao seu espírito o que você dá ao seu corpo!

Tem gente que não consegue dormir sem tomar banho; essas pessoas se viram e se reviram na cama sem dormir. Que eu e você sejamos assim: que não possamos dormir sem o banho da leitura da Palavra de Deus.

2. Tenha uma hora marcada para a Leitura

Para grande parte das pessoas, a melhor hora de ler é de manhã cedinho. Elas se levantam cedo para ler a Bíblia e fazer o seu trabalho com o Diário Espiritual, antes das outras ocupações e do começo do movimento em casa.

Trata-se de um costume maravilhoso. É certamente o que mais rende. Além disso, tem-se a vantagem de iniciar logo cedo, uma super-refeição e começamos o dia com força total.

Há, porém quem tenha dificuldades para fazer isso. São pessoas que, pela manhã, sentem-se pesadas, sonolentas. Parece que a cabeça não funciona. Elas não conseguem se concentrar. E não adianta fazer esforço, pois terminam por gastar tempo para alcançar pouco.

Nada há de estranho nisso. Existem muitas pessoas assim, talvez você seja uma delas. Essas pessoas em geral, rendem mesmo à noite. Apesar do cansaço do dia, à noite sua mente fica desperta, ativa... Se para você o período bom for o noturno, não hesite: trabalhe com a Bíblia à noite.

Fazer isso também tem vantagens: você prolonga a leitura até a hora que quiser e vai dormir com um bom conteúdo na mente. E o seu inconsciente com certeza, vai trabalhar com todo esse material.

Para muitas mães de família, o melhor momento é o meio da tarde, depois de terminar os trabalhos domésticos. Nessa hora, elas estão sossegadas, não havendo barulho nem movimento na casa, o que lhes permite trabalhar com a Bíblia.

O importante é descobrir o melhor período para você. E fazer dele a sua hora marcada, sendo-lhe fiel, sem exceções.

3. Marque a duração da Leitura

Esta é outra regra de ouro: marque a duração da leitura e seja-lhe fiel. Seja sério consigo mesmo. É preferível 10 minutos todos os dias a ser levado pelo entusiasmo de quem começa e não ir em frente.

Muitas pessoas que, de início, exigiram muito de si mesmas, a fim de fazer com seriedade e constância esse trabalho, agora se confessam satisfeitas com o fato de que, passado certo tempo, sentiram um envolvimento e uma motivação tamanhos que a disciplina deixou de ser uma exigência. Do mesmo modo, dado o rigor com o qual encararam esse tempo para a leitura, hoje, percebem que se tornou curto. Elas precisam de mais tempo, o trabalho ficou com gosto de "quero mais". Pena que nem sempre seja possível.
4. Escolha um bom lugar

Ter o cantinho da gente é muito bom. E não precisamos de nada especial; o que importa é contar com um lugar tranqüilo, silencioso, que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Faz bem, ir todos os dias para o nosso cantinho e nele fazer o nosso trabalho com a Bíblia.

Lembre-se, todavia, que o lugar é uma coisa secundária: ele é apenas um meio para trabalharmos melhor e com maior resultado. Importante mesmo é, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, realizar com dedicação a nossa tarefa.

5. Leia com lápis ou caneta na mão

Não se trata de simplesmente ler; devemos fazer uma leitura ativa. Um meio simples, mas eficaz é ler com lápis ou caneta na mão. Sublinhe as passagens mais importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que lhe falaram e que o tocaram de modo especial. É até bom ter uma caneta de quatro cores e usar ora uma ora outra. Isso ajuda: ponha trechos em destaque, diferencie.

Utilize sinais que tenham sentido para você, faça anotações, não tenha medo de riscar a sua Bíblia. Ela é um instrumento de trabalho. Você vai ficar com a Bíblia bem marcada; vai ser fácil você se lembrar das passagens e encontrá-las quando procurar. Além disso, facilita a concentração na leitura, o entendimento da mensagem e a impressão do que é lido na mente e no coração.

6. Faça tudo em espírito de oração
Você não está apenas lendo a Bíblia, você está buscando um encontro com a Palavra de Deus. Está à procura de um contato íntimo com a Palavra Viva do Deus, que fala a você.

Trata-se de um diálogo: você escuta, você acolhe, você se toca, se sensibiliza, responde. É um encontro vivo entre pessoas vivas, um encontro de pessoas que se amam mutuamente. Muitos experimentaram essa relação. Experimente você também.

O principal interesse de Deus não é tanto fazer você escutar, mas falar com você. Ele deseja instruir você, quer conduzi-lo ao conhecimento da verdade. Por isso, esteja atento, fique alerta; mantenha-se numa atitude de expectativa. Deus tem algo de bem pessoal e concreto para lhe dizer!

Monsenhor Jonas Abib

.: Trecho do livro: A Bíblia no meu dia-a-dia

Método para ler a Bíblia

Aprenda com Padre Jonas a fazer o Diário Espiritual

Vamos fazer juntos o diário espiritual

É um treinamento. Quero ajudar você a fazer o seu diário. Porque não basta ler: o trabalho com a Bíblia se completa com o Diário Espiritual. As pessoas em geral têm preguiça de escrever e acham até estranho fazê-lo. Por que é preciso escrever? Não basta ler? Eu digo a você: não basta ler. A receita é escrever.


Como a palavra diz, trata-se de um diário. A gente lê todos os dias e faz o diário todos os dias.

Comece hoje mesmo:

Pegue um caderno. Ele vai servir exclusivamente para o seu Diário Espiritual. Ponha no alto da página a data e, em seguida, anote o trecho lido: 1Jo 1,2.

A primeira coisa que você vai anotar, todos os dias, são as promessas de Deus que você encontrou na leitura. É muito importante anotar as promessas de Deus. Ele as cumpre. São promessas de Deus e não dos homens. É por isso também que é bom ler e riscar: fica mais fácil encontrar as promessas contidas nos trechos lidos.

Se você reparou bem, no final do capítulo 1, o versículo 9 diz: "Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo, para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade". É ou não uma promessa? E que promessa! Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados. Basta-nos cumprir uma única condição: reconhecer os nossos pecados. Uma condição muito simples não é?

Vamos agora anotar. Escreva no seu caderno: Promessa. Agora copie o trecho e ponha a citação: 1 Jo 1,9.

Veja então o início do capítulo 2: não é uma promessa? "Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo." É uma importantíssima promessa: podemos ter a certeza de que, se pecarmos, teremos um intercessor junto ao Pai, e esse intercessor é Jesus, o justo. A promessa continua no versículo 2: "Ele é a expiação dos nossos pecados, e não somente pelos, mas também pelos de todo o mundo".

Anote então no seu caderno e ponha a citação: 1 Jo 2,1-2.

O versículo 25 é bem claro, porque nele aparece a palavra promessa: “Eis a promessa que ele nos fez: A vida eterna”. Essa é a promessa de Deus, e não é pouca coisa: é a vida eterna. Anote e ponha a citação.

O segundo item que você anota são as ordens de Deus. Se são ordens, elas precisam ser cumpridas. Para isso, temos de conhecê-las.

Veja 1 João 2,15. Não há aí uma ordem? Anote então: "Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai". e pode continuar no versículo 16, que complementa: “Porque tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas do mundo”.

Observe que em 1 João 2,28 há outra importantíssima ordem. Nem vou apresentá-la aqui. Encontrou? Então anote.

A terceira coisa que se anota no Diário Espiritual são os Princípios Eternos. A maneira mais fácil de compreender o que é um princípio eterno é aprender na prática. Veja 1 João 1,5. Temos aí um princípio eterno. Nada o mudará. Queiramos ou não, é assim porque é assim. "Deus é luz e nele não há treva alguma."

Continue com os versículos 6 e 7. Eles também trazem princípios eternos. São princípios que regem o Reino de Deus. Anote.

Veja 1 João 2,9. Não se trata de um princípio eterno? Vá em frente com os versículos 10 e 11. Percebeu? Então anote.

São, portanto três coisas: Promessas, Ordens e Princípios eternos.

Em seguida, você vai anotar coisas muito concretas e pessoais:

1 - Qual a mensagem de Deus para mim no dia de hoje? No texto que leu, você vai encontrar a mensagem que Deus tem para você no dia de hoje. É só prestar atenção. Em seguida, escreva.

2 - Como posso colocar isso em prática na minha vida? Como pôr em prática tudo o que você leu, tudo o que Deus lhe falou. Não tenha medo de dizer isso por escrito.

Esse é o ponto de chegada do Diário Espiritual. É cem por cento prático e concreto. Pegue a Bíblia, leia o trecho indicado e faça em seguida o seu diário.

Amanhã você vai pegar o capítulo 3 e fazer o diário. Depois de amanhã o 4 e, por fim o 5. Em quatro dias você faz toda a primeira Carta de São João.

Depois disso, você vai retomá-la novamente, parte por parte e vai fazer o diário. Acredite, não será simples repetição. Haverá novidades. Especialmente na mensagem de Deus e em como pôr em prática o que você leu.

Experimente e você vai ver.

Eu fiz de propósito. Assim como se joga a pessoa na piscina para que ela perca o medo, eu fiz questão de colocá-lo frente a frente com o Diário Espiritual para você se aventurar e aprender na prática. Siga em frente!
.: Trecho do livro: A Bíblia no meu dia-a-dia

Perdoar é ato de vontade e não um simples sentimento.

Perdoar: um ato de vontade


Comece a amar e tudo vai se transformar em sua vidaA+ A-





Perdoar é a prova pela qual o Senhor faz passar todos os seus combatentes. Perdoar nos classifica. Não perdoar nos desclassifica nessa seleção de combatentes.



 Temos o livre-arbítrio de escolher entre perdoar ou guardar entulhos no coração. A decisão é nossa. Somente com o perdão conseguimos harmonia em nosso coração.

A Palavra de Deus nos mostra claramente que o perdão abre a porta para alcançarmos as graças de que necessitamos.

“E quando estiverdes de pé orando, se tendes algo contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está no céus também vos perdoe vossas faltas” (Mc 11,25).

Muitas vezes, não somos atendidos em nossas orações por causa da dureza do nosso coração. Pedimos muitas graças, rezamos, fazemos penitências, mas se não perdoamos, se ficamos guardando ressentimentos em nosso coração, a graça não acontece. Se nos recusamos a perdoar, automaticamente estamos impedindo que a graça de Deus se realize em nossas vidas...

Sem perdão o canal da graça está impedido. Ressentimentos, e muito mais ainda, rancores e ódios “entopem” o canal da graça. Ao longo de nossas vidas vamos acumulando mágoas e ressentimentos; somos pessoas complicadas, nos ofendemos com facilidade e na mesma proporção magoamos e ferimos as pessoas... É preciso mudar o coração. É necessário ser misericordioso como o Pai é misericordioso.

Temos um Pai que é todo amor. Na qualidade de filhos, precisamos nos encher de misericórdia, piedade e compaixão para como o nosso próximo. É preciso agir como o bom samaritano (cf. Lc 10,30-37).

Precisamos ser homens e mulheres semelhantes ao bom samaritano. Ele precisou renunciar a todos os seus projetos de seguir em frente e dar prioridade àquele que estava precisando de cuidados. Assim são os combatentes que o Senhor escolheu.

Deus coloca em nosso caminho as pessoas que precisamos ajudar e perdoar. É necessário ter um coração misericordioso. É imprescindível que este coração transborde em atitudes concretas.

Em nossa vida existem situações concretas nas quais precisamos usar de misericórdia. Por essa razão, precisamos conservar um coração sensível. A vida moderna não pode nos arrastar. Não pode endurecer o nosso coração. O mundo não pode nos tornar insensíveis.

Quando começamos a amar, tudo se transforma. Não espere toda a sua vida mudar, para depois começar a amar. Ao contrário: comece amando e tudo vai se transformar em sua vida.

Talvez na sua casa exista uma pessoa difícil de se relacionar, sempre irritada, indiferente e revoltada. A única maneira de reverter esse quadro é amá-la. Amar sem impor condições. Amar, mesmo que a pessoa continue errando. O amor precisa ser traduzido em paciência: ver a pessoa errar e assim mesmo estar junto, sem irritação, sem ficar a recriminando. Apenas amar, e isso é um exercício.

Amar não quer dizer deixar a pessoa fazer o que quiser. Você está presente, não a abandona, não fica falando na cabeça dela. Você aponta o caminho, mostra o certo e ama apenas. A misericórdia triunfa no julgamento. Se você for uma pessoa misericordiosa, será tratada com misericórdia no julgamento; o que nos salvara no julgamento será o amor traduzido em gestos concretos para com aqueles que erram.


Padre Jonas Abib


Fundador da Comunidade Canção Nova

Livre-se do jugo que pesa sobre você

 Este é o chamado do Senhor nos tempos de hoje: “Vinde a mim todos vós”. Jesus está em todos os lugares, todas as cidades, caminhando por todas as ruas, batendo às portas, chegando a cada pessoa e a cada coração dizendo: “Vinde a mim todos vós”. Você também está sendo chamado a se aproximar de Cristo.

Se você já pertence ao Senhor, se já é íntimo d'Ele, está sendo chamado a ser ainda mais íntimo. Sempre há lugar para maior intimidade com Deus! Mas se você está frio, tíbio, relaxado, o chamado do Senhor para você é urgente, é para agora: “Vinde a mim, vinde a mim todos vós”.

"Troque seu fardo pessoal de pecado pelo fardo de Jesus", é o convite que monsenhor Jonas faz a você.

Deus não está com o dedo levantado para acusá-lo nem mesmo Ele o chama para castigá-lo ou jogar em seu rosto seus erros, seus pecados, suas faltas. Não! O Senhor o chama de volta, porque Ele o ama. Ele não precisa de você, mas você precisa d'Ele. Por isso, o Pai está chamando você de volta. Quanto mais afastado, mais longe estiver, mais motivos você terá para voltar aos braços do Pai. Se você está próximo de Deus, mas se sente revoltado e desanimado, volte seu coração para Ele!

O Senhor está lhe dizendo: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados sob o peso do fardo, e eu vos darei descanso” (Mateus 11,28). Às vezes, você pensa que Deus quer tratá-lo como “filhinho de papai”. Qualquer “dodói” que você tenha, pode chegar ao Senhor e Ele, um "super-pai", irá tratá-lo como “super-filho”, cuidando de seus “dodóis”. Não é isso! Deus não quer tratá-lo como “filhinho mimado”, mas como filho. Ele é um Pai cheio de amor, de misericórdia.

Quando Ele diz: “Todos vós que estais cansados sob o peso do fardo”, fala realmente do fardo desta vida, do peso do mal, do pecado, da tentação, de mil misérias que encontramos em nós mesmos e também no mundo.
O maior fardo que tenho sou eu mesmo. Todos os vícios, pecados e más inclinações que tenho dentro de mim, o “homem velho” que sou obrigado a carregar. Com você também é assim. O maior fardo que você carrega é você mesmo; tem seu nome. Não é apenas um fardo exterior, é interior. Seu coração é mau e é do interior dele que vêm todos os males. Por isso, o Senhor o chama: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados sob o peso do fardo, e eu vos darei descanso” (Mateus 11,28). Além de seu fardo pessoal e interior, você carrega o peso deste mundo. Livre-se do mal que pesa sobre você, livre-se do pecado; coloque em suas costas o jugo de Jesus Cristo. Como o Senhor vai aliviá-lo? Simplesmente tirando seu fardo.
“O meu jugo é fácil de carregar e o meu fardo é leve”, diz o Senhor. Então, faça essa troca sem medo. Você vai sair ganhando. Não fique receoso, porque Deus vai livrá-lo do mal e do pecado, vai colocar sobre você jugo d'Ele, que é leve e fácil. Mas há muitos cristãos enganados, pensando que, ao carregar o jugo do Senhor, ficarão livres para fazer e pensar tudo o que quiserem, irem a qualquer lugar. Não é assim. Pelo contrário, precisamos de um jugo, precisamos de rédeas que vão nos levar para a vida, para o caminho certo.

O jugo pessoal do "homem velho", que parece ser muito suave, na verdade, nos leva à escravidão. Viver sem rédeas é uma verdadeira prisão. O fardo e as rédeas de Jesus nos levam para a vida eterna. É isso que o Senhor quer para nós.

Trecho do livro "O Pão da Palavra – vol 1", de monsenhor Jonas Abib