terça-feira, 22 de março de 2011

A Via Sacra: O que é e como teve origem?

Em síntese: O exercício espiritual da Via Sacra consiste em que os fiéis percorram mentalmente a caminhada de Jesus a carregar a Cruz desde o pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente a Paixão do Senhor. Tal exercício, teve origem na época das Cruzadas (séculos XI/XIII): os fiéis que então percorriam na Terra Santa os lugares sagrados da Paixão de Cristo quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. O número de estações ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI. O Papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos Evangelistas. A nova configuração ainda não se tornou geral. O exercício da Via Sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus.

Compreende quatorze estações ou etapas, cada uma das quais apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo. A Via Sacra é um exercício espiritual onde quem reza faz uma mini-peregrinação na Vida de Jesus Cristo contemplando os Mistérios de nossa Salvação, exercício este muito proveitoso para alma.

Oração da Via Sacra

1ª Estação: Jesus é condenado à morte.
Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Sentenciado e não por um tribunal, mas sim por todos e por nossos pecados. Condenado pelos mesmos que vos tinham aclamado pouco antes. E Ele cala… Nós fugimos de ser reprovados. E saltamos imediatamente…

Daí-me, Senhor, vos imitar, me unindo a Ti pelo Silêncio quando alguém me faça sofrer ou me condene injustamente. Eu o mereço. Ajudai-me! Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

2ª Estação: Jesus carrega a cruz

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Que eu compreenda, Senhor, o valor da cruz, de minhas pequenas cruzes de cada dia, de meus achaques, de minhas doenças, de minha solidão. Que eu não desanime, mas tome a minha cruz de cada dia e te siga, faça dela um instrumento de salvação.

Daí-me converter em oferta amorosa, em reparação por minha vida e no apostolado por meus irmãos, minha cruz de cada dia. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

3ª Estação: Jesus cai, pela primeira vez, com o peso da cruz.
Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Tu cais Senhor, para me redimir. Para me ajudar a me levantar em minhas quedas diárias, quando depois de ter me proposto a ser fiel, volto a reincidir em meus pecados e defeitos cotidianos.
Ajuda-me a levantar sempre e a seguir meu caminho a Ti! Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…
4ª Estação: Encontro com a Virgem Maria

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Faz Senhor, com que eu me encontre ao lado de tua Mãe em todos os momentos de minha vida. Com ela, apoiando-me em seu carinho maternal, tenho a segurança de chegar a Ti no ultimo dia de minha existência.

Ajuda-me Mãe! Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

5ª Estação: O Cirineu ajuda o Senhor a carregar a Cruz

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Cada um de nós tem nossa vocação, viemos ao mundo para algo concreto, para nos realizarmos de uma maneira particular. Qual é a minha vocação e como eu a vivo? Mas, há algo, Senhor, que é minha missão e de todos: a de ser Cirineu dos demais, a de ajudar a todos.

Como levo adiante a realização de minha missão de Cirineu? Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…

6ª Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. É a mulher valente, decidida, que se aproxima de Ti quando todos te abandonam. Eu, Senhor, te abandono quando me deixo levar por ele “que dirão”, do respeito humano, quando não me atrevo a defender o próximo ausente, quando não me atrevo a replicar uma brincadeira que ridiculariza aos que tratam de aproximar-se de Ti. E em tantas outras ocasiões.
Ajuda-me a não me deixar levar pelo respeito humano, pelo “o que dirão”. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

7ª Estação: Segunda queda no caminho da Cruz
Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Cais, Senhor, pela segunda vez. A Via Sacra nos indica três quedas em teu caminhar até o Calvário. Talvez foram mais. Cais diante de todos… Quando aprenderei a não temer ficar mal diante dos demais, por um erro, pelo orgulho, por um equívoco? Quando aprenderei que também isso pode se converter em oferenda? Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

8ª Estação: Jesus consola as filhas de Jerusalém
Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Muitas vezes, teria eu que analisar a causa de minhas lágrimas. Ao menos, de meus pesares, de minhas preocupações. Talvez haja neles um fundo de orgulho, de amor próprio mal entendido, de egoísmo, de inveja. Deveria chorar por minha falta de correspondência a teus inúmeros benefícios de cada dia, que me manifestam Senhor, quanto me queres.

Daí-me profunda gratidão e correspondência a tua misericórdia. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…

9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Terceira queda. Mais perto da Cruz. Mais esgotado, mais falta de forças. Cais desfalecido, Senhor. Eu digo que me pesam os anos, que não sou o mesmo de antes, que me sinto incapaz.

Daí-me, Senhor, imitar-te nesta terceira queda e faz com que meu desfalecimento seja benéfico para outros, porque eu os dou a Ti para eles. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…

10ª Estação: Jesus é despojado de suas vestes

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Arrancam tuas vestes, aderidas a Ti pelo sangue de tuas feridas. A infinita distância de tua dor, eu senti, às vezes, como algo que arrancava dolorosamente de mim pela perda de meus seres queridos.

Que eu saiba oferecer a lembrança das separações que me desgarraram, unindo-me a tua paixão a consolar aos que sofrem, fugindo de meu próprio egoísmo. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…
11ª Estação: Jesus é pregado na Cruz

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Senhor, que eu diminua minhas limitações com meu esforço e assim possa ajudar a meus irmãos. Quero pregar na cruz contigo todos os meus pecados, o meu homem velho, meus vícios, egoísmos e auto-suficiências…

E que quando meu esforço não consiga diminuí-las, me esforce em oferecê-las também por eles. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

12ª Estação: Jesus morre na Cruz

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Eu te adoro, meu Senhor, morto na Cruz para me salvar. Adoro e beijo suas chagas, as feridas dos cravos, o golpe de lança no lado, de onde jorrou sangue e àgua fonte de misericória para nós… Obrigado Senhor, obrigado! Morreste para me salvar, para salvar a todos nós e nos dar a vida em plenitude.

Daí-me responder a teu amor com amor, cumprir a tua Vontade, trabalhar por minha salvação, ajudado por tua graça. E daí-me trabalhar com afinco pela salvação de meus irmãos e pela defesa da vida. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.

Pai Nosso Ave Maria e Glória…

13ª Estação: Jesus nos braços de sua mãe

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Deixa-me estar a teu lado, Mãe, especialmente nestes momentos de tua incomparável dor. Deixa-me estar a teu lado. Mais te peço: que hoje e sempre me tenhas perto de Ti e te compadeças de mim. Nos momentos de dor e sofrimento ponha-me no teu colo.
Olhai-me com compaixão, não me deixes ó minha Mãe! Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…

14ª Estação: Jesus é depositado no Sepulcro.

Nós vos adoramos Senhor, e vos bendizemos, porque por vossa Santa Cruz remistes o mundo. Tudo está terminado. Mas não: depois da morte, a Ressurreição. Ensina-me a ver tudo o que passa, o transitório e passageiro, à luz do que não passa. E que essa luz ilumine todos meus atos. Que eu nunca perca a esperança, pois o amor é mais forte do que a morte!

Coloco no sepulcro vazio todos os meus pecados e o homem velho. Assim seja. Pequei Senhor, tem piedade e misericórdia de mim.
Pai Nosso Ave Maria e Glória…

Oração Final: Eu te suplico Senhor, que me concedas, por intercessão de tua Mãe a Virgem Maria, que cada vez que medite tua Paixão, fique gravado em mim com marca de atualidade constante, o que Tu fizeste por mim e teus constantes benefícios. Faz Senhor, que me acompanhe, durante toda minha vida, um agradecimento imenso a tua Bondade. Amém


“Olhe pra Cruz essa é a minha grande prova: Ninguém te ama como Eu!”.

Via Matris

A Virgem Maria tem uma missão especial na historia da salvação resgatou a obediência à Vontade de Deus, esteve com Jesus do seu nascimento até sua ascensão ao céu. Esteve com Jesus aos pés da cruz e compartilhou com coração de mãe os sofrimentos do Filho. Neste ambiente de cruz e salvação ela também oferecia suas dores e por Jesus foi nos dada como mãe, como um dom especial, que saiu do seu coração dilacerado pelos nossos pecados, a partir da cruz Maria é mãe de toda a humanidade: Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” (Cf. Jo 19,26-27).

Será que conseguimos imaginar as dores do coração de Maria ao acompanhar O Mistério da vida de seu Filho, pois como diz a palavra de Deus em João 3, 16 “Deus amou tanto o mundo que deu o seu filho único para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A vida de Jesus foi uma entrega total e consciente, um caminho para morte a fim de gerar a vida por aqueles que não mereciam. E o mais bonito Maria a mãe, se entrega com Ele, pois ela também abraça a humanidade nas dores do seu Imaculado Coração. O Caminho da Mãe Dolorosa. 

Como a Virgem Maria ajuda você a viver os seus momentos de sofrimento?

Via Matris

Ato de contrição:

Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo mal que pratiquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus e sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo firmemente, ajudado com a vossa graça, fazer penitência e fugir às ocasiões de pecar. Senhor tende piedade de mim, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.

V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta primeira estação se contempla a profecia do Santo ancião Simão. Considera alma minha, a grande dor da Virgem Santíssima ao ouvir as tristes palavras que o ancião Simão profetizou referentes à Paixão e morte do menino Jesus. Oh! Mãe aflita. Pela dor com que foste tão atormentada em tua alma te suplico me dê lágrimas de verdadeira contrição, para que seja meritória a compaixão que sinto por tuas dores.

V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta segunda estação se contempla a ida ao Egito. Considera alma minha, a aguda dor da Virgem Maria ao receber de São José a mensagem do anjo que deviam sair de noite ao Egito para salvar ao menino Deus da matança decretada por Herodes. Oh!, Mãe aflita. Pela dor que sentiste ao ir com teu Filho ao Egito, suplico-te me dês a graça para sair sempre das ocasiões de pecar.

V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta terceira estação se contempla a perda de Jesus no Templo. Considera alma minha, a intensa dor da Virgem Maria quando viu que havia perdido a seu amado Filho, pelo qual buscou durante três dias com inconsolável aflição. Oh!, Mãe aflita. Pela dor que tiveste ao perder a teu Filho, te suplico me alcances a graça para que o busque até achá-lo no templo de minha alma.
V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta quarta estação se contempla o dolorosíssimo encontro da Virgem Santíssima com seu Filho Divino. Considera alma minha, a agudíssima dor da Virgem Maria ao encontrar-se com seu Divino Filho, quando levava a pesada cruz até o monte Calvário para ser crucificado nela por nossa salvação. Oh!, Mãe aflita. Pela dor com que viste o teu Filho carregando a cruz, suplico-te me dês a graça para segui-lo, levando com paciência a cruz de meus trabalhos.

V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta quinta estação se contempla a crucificação e morte de Jesus. Considera alma minha, a penetrante dor da Virgem Maria quando viu o seu Filho cravado sobre o duro madeiro da Cruz, e morrer derramando sangue por todo seu sacratíssimo corpo. Oh! Mãe aflita. Pela dor com que viste crucificar o teu Divino Filho suplico-te dês a graça para que mortificando minhas paixões, viva sempre crucificado com Cristo.

V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.
Nesta sexta estação se contempla o descimento de Jesus da Cruz. Considera alma minha, a agudíssima dor que transpassou o coração da Virgem Maria ao receber em seus braços o corpo morto de Jesus, coberto de sangue e todo despedaçado. Oh! Mãe aflita. Pela dor que recebeste ao ter em teus braços, chagado e destroçado, o corpo de teu Filho no sepulcro, te suplico me alcances a graça de recebê-lo dignamente na Sagrada Comunhão.
V: Mãe dolorosa.

R: Rogai por nós.

Nesta sétima estação se contempla a sepultura de Jesus. Considera alma minha, os soluços que exalaria o coração aflito da Virgem Maria, ao ver a seu amado Jesus colocado no sepulcro. Oh! Mãe aflita. Pela dor com que deixaste o corpo de teu Filho no sepulcro, suplico-te me dês a graça para detestar o pecado e viver morto aos gostos do mundo.

Oração final: Rogamos-te Senhor nosso Jesus Cristo, que seja nossa intercessora, cercada de tua clemência, agora e na hora de nossa morte, a bem-aventurada Virgem Maria, tua Mãe, cuja sacratíssima alma foi transpassada pela dor na hora de tua Paixão. Pedimos-te por Vos, Cristo Jesus, Salvador do mundo, que com o Pai e o Espírito vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém. Rezam-se sete Ave-Marias.

Virgem Dolorosa rogai por nós!

SANTA TERESA SALVA POR SÃO JOSÉ

“Santa Teresa D’Ávila nada fazia sem se recomendar a São José. Foi a grande apóstola e como que restauradora do fervor e devoção ao culto josefino de seu tempo. Numa das suas viagens, dirigia-se a santa com algumas irmãs a uma cidade da Espanha, onde iria fundar um novo mosteiro em honra de São José. O carro, puxado a cavalos, atravessava uma região montanhosa, em estrada cercada de precipícios. Num certo momento, o condutor perdeu as rédeas num lugar perigoso, e os cavalos, assustados, se precipitaram na direção de um enorme precipício. Santa Teresa, ao perceber o perigo em que se encontravam, disse, com voz firme e confiante, às religiosas:

- Minhas filhas, aqui só existe um jeito de escapar da morte: rezem a São José!

E todas gritaram confiantes, por São José.
De repente, ouviram uma voz forte, enérgica:

- Parem ou todos morrerão!

Imediatamente os cavalos pararam. Em seguida, retomaram o caminho, com tranqüilidade. As irmãs procuraram ao redor quem havia dado a ordem aos cavalos. Não viram ninguém por ali. Então, Santa Teresa, disse:

- Não adiante procurar nosso salvador. Quem nos falou foi São José!

A partir daí, a santa nunca mais saiu em viagem sem antes invocar a proteção de São José!”

Oração ao glorioso São José

Oh! Glorioso São José fiel seguidor de Jesus Cristo, a vos elevamos nossos corações e nossas mãos para implorar vossa poderosa intercessão em obter do benigno Coração de Jesus todos os auxílios e graças necessárias ao nosso bem-estar espiritual e temporal, particularmente a graça de uma morte feliz e o especial favor que agora vos pedimos ( Clique em comentário e deixe os seus pedidos de orações ). Oh! Guardião dos encarnados do mundo sentimo-nos animados e confiantes de que vossas orações em nosso favor serão graciosamente ouvidas ao trono de Deus. Oh! Glorioso São José, pelo amor que tendes por Jesus Cristo e pela glória do Seu nome, escutai as nossas orações e dai-nos o que pedimos. Amém.

Rogai por nós glorioso São José

Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

As dores e alegrias de São José

As dores e alegrias de São José esposo de Maria e pai de Jesus. Patrono universal da Igreja, ele teve a sublime missão de guardar, zelar, amar e defender a Virgem Maria Cristo o nosso Salvador.

I.
Ó Esposo castíssimo de Maria, glorioso São José, assim como foi grande a dor e angustia de vosso coração, quando vos julgastes na obrigação de abandonar vossa Esposa Imaculada, assim foi intensa a vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o mistério da Encarnação. Nós vos suplicamos por esta vossa dor e por este vosso gozo vos digneis consolar nossas almas agora e na hora da morte, alcançando-nos a graça de viver santamente e ter uma morte semelhante à vossa nos braços de Jesus e Maria. Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

II.

Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que foste elevado á eminente dignidade de Pai putativo do Verbo humanado, a dor que sentistes ao ver nascer o Menino Jesus em tanta pobreza, se transformou bem depressa em celeste jubilo, quando ouvistes as harmonias dos Anjos e fostes testemunha dos gloriosos acontecimentos daquela memorável e esplendidíssima noite. Nós vos suplicamos por esta vossa dor e por este vosso gozo nos alcanceis a graça de passar, depois de chegados ao termo desta vida, a ouvir os louvores dos Anjos e a gozar os resplendores da glória no céu. Pai Nosso, Ave Maria e Glória

III.

Ó obedientíssimo executor das leis divinas, glorioso São José, o sangue preciosíssimo que na Circuncisão derramou o Redentor Menino encheu de dor vosso coração; mas a imposição do nome de Jesus vo-lo reanimou enchendo-o de contentamento. Alcançai-nos por esta vossa dor e por este vosso gozo que, depois de ter extirpado todos os nossos vícios nesta vida, possamos expirar cheios de júbilo com o nome santíssimo de Jesus no coração e na boca. Pai Nosso, Ave Maria e Glória

IV.

Ó fidelíssimo Santo, que também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, glorioso São José, se a profecia de Simeão, a respeito do que Jesus e Maria tinham de padecer, vos causou mortal angústia, também vos encheu de puríssimo gozo pela salvação e gloriosa ressurreição que igualmente predisse teria de resultar para inumeráveis almas. Conseguiu por esta vossa dor e por este vosso gozo que sejamos do número dos que, pelos méritos de Jesus, e pela intercessão da Virgem Maria, hão de ressuscitar para a glória. Pai Nosso, Ave Maria e Glória

V.

Ó vigilantíssimo guarda do Filho de Deus humanado, glorioso São José, quanto sofrestes para servir ao Filho do Altíssimo e prover á sua sustentação, particularmente durante a fugida para o Egito!Mas qual não foi o vosso gozo por terdes sempre na vossa companhia o Filho de Deus, e por verdes cair por terra os ídolos dos Egípcios! Alcançai-nos por esta vossa dor e por este vosso gozo que, conservando sempre afastado de nós o infernal tirano, especialmente com a fugida das ocasiões perigosas, sejam derribados dos nossos corações todos os ídolos das afeições terrenas e que, inteiramente consagrados ao serviço de Jesus e de Maria, para Eles somente vivamos e felizmente morramos. Pai Nosso, Ave Maria e Glória
VI.

Ó Anjo da terra, glorioso São José, que, cheio de admiração, vistes o Rei do Céu submisso ás vossas ordens, se a consolação que experimentaste ao reconduzir do Egito o vosso querido Jesus foi perturbada pelo temor de Arquelau, com tudo tranquilizado pelo anjo, permanecestes alegre em Nazaré com Jesus e Maria. Obtende-nos por esta vossa dor e por este gozo que, livres de todos os temores que nos podem ser nocivos, gozemos a paz de uma boa consciência, vivamos tranquilos em união com Jesus e Maria, e no momento da morte em suas mãos entreguemos nossa alma. Pai Nosso, Ave Maria e Glória

VII.

Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, que, tendo perdido o Menino Jesus, sem que houvesse culpa da vossa parte, na maior aflição O procurastes durante três dias; o momento em que O encontrastes no Templo no meio dos doutores foi para vós um gozo inefável, o maior da vossa vida. Nós vos suplicamos do íntimo do coração por esta vossa dor e por este vosso gozo vos digneis de empregar o vosso valimento de ante de Deus e afim de que nunca nos suceda perder a Jesus por culpa grave; mas se por desgraça O perdêssemos, fazei que O procuremos de novo com a mais profunda dor, até O encontrarmos benigno, sobre tudo no momento da morte, para passar a gozá-Lo no Céu e alcançar convosco eternamente sua misericórdia infinita. Pai Nosso, Ave Maria e Glória

Rogai por nós, São José
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oração

Ó Deus, que por uma inefável providência Vos dignastes de escolher o bem-aventurado José para Esposo de vossa Mãe Santíssima: concedei-nos que aquele mesmo que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no Céu por nosso intercessor. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.



A Oração é a expressão máxima de nossa fé.

A Oração é a expressão máxima de nossa fé, não posso pensar na oração como algo que partisse somente de mim, mas quando o homem se põe em oração a iniciativa é de Deus que atingiu com a sua graça o coração do homem que responde à Sua graça. Oração não é somente o meu dialogo com Deus, mas também uma resposta à iniciativa do amor de Deus, da Sua graça que já me conquistou.

Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós. A oração constitui uma abertura para Deus, para o próximo e para o mundo; um sim de acolhimento, de louvor, de conformidade.

Na virtude teologal da fé, nós dizemos um sim ao Pai na obediência. Procuramos situar-nos sempre de novo dentro de nossa vocação e da nossa missão. O homem se pergunta pela sua vocação, o homem responde à sua vocação, o homem realiza em profundidade sua vocação de comunhão íntima de vida com Deus. É na oração que o homem melhor cultiva seu relacionamento de Filho com Deus, que se revela como Pai.

Durante a Quaresma a Igreja convoca os fiéis a se exercitarem intensamente na oração, a fim de que toda a sua vida se transforme em oração. Ela evoca o Cristo em oração diante do Pai no deserto e nas montanhas, onde ele passava noites em colóquio. Evocando o Cristo orante, a Igreja torna-se o prolongamento da presença do Cristo orante entre os homens.

E desta forma a Igreja vive em atitude de penitencia, pois a oração constitui a expressão máxima da conversão.

Se os fieis souberem viver a autentica comunhão com Deus na oração durante a Quaresma, conseguirão viver durante o ano todo em atitude de oração, transformando também as outras dimensões da vida, como o relacionamento com o próximo e com o mundo, em oração de atitude ou verdadeira devoção.
Na vida de oração crescemos na virtude da fé e no relacionamento com Deus. Portanto quanto mais eu rezar e rezar melhor, crescerei em sabedoria e santidade também na fé e no conhecimento verdadeiro de Deus. O exercício da oração desde dialogo com Deus aumenta e expressa em mim o Dom da fé. Esse dom gratuito de Deus que também é uma virtude porque é um exercício.

O que é a virtude?

A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem.
Quantas classes de virtudes existem?

Existem duas classes de virtudes: as virtudes teologais e as virtudes humanas ou morais.

Quantas são as virtudes teologais?

As virtudes teologais são três: a fé, a esperança e a caridade;

O que é a fé?

A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus, em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos ensina como objeto de fé.

A oração quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele. Então quando eu rezo estou saciando a minha sede de Deus e de eternidade, alimentando a minha alma daquilo que ela mais almeja e precisa e muitas vezes eu não sei ler os seus anseios, ou seja, os sintomas da minha alma. Por isso, é através da oração, comunhão com Deus, que Ele alimenta a minha fome e sede dele e das coisas do céu, fazendo crescer nas virtudes da fé e também no relacionamento com as pessoas e as coisas criadas. Eu não posso dizer que amo a Deus se eu não amo o meu irmão, a oração é o dialogo com Deus mais também me lança para o meu irmão.

È um exercício de conversão a Deus e aos irmãos. Precisamos crescer na vida de oração, na intimidade com Deus para que possamos crescer como homens e mulheres de Deus, irmãos uns dos outros. A oração me lança para Deus e para os irmãos.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.

* Fonte de pesquisa: Livro Celebrar a vida Cristã, Frei Alberto Beckhauser, OFM. Editora Vozes, 1991.

* Catecismo da Igreja Católica.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A VIDA DE SÃO JOSÉ

José nasceu provavelmente em Belém, o pai se chamava Jacó (Mt 1,16) e parece que ele fosse o terceiro de seis irmãos. A tradição nos passa a figura do jovem José como um rapaz de muito talento e de temperamento humilde, manso e devoto.

José era um carpinteiro que morava em Nazaré. Com a idade de mais ou menos 30 anos foi convocado pelos sacerdotes do templo, com outros solteiros da tribo de David, para se casar. Quando chegaram ao templo, os sacerdotes colocaram sobre cada um dos pretendentes um ramo e comunicaram que a Virgem Maria de Nazaré teria se casado com aquele em que o ramo se desenvolvesse e começasse a germinar.

Maria, com a idade de 14 anos, foi dada em casamento a José, todavia ela continuou a morar na casa da familia em Nazaré da Galileia ainda por um ano, que era o tempo pedido pelos Ebreus, entre o período do casamento e a entrada na casa do esposo. Foi alí, naquele lugar, que recebeu o anúncio do Anjo e aceitou: "Eis-me, sou a serva do Senhor, aconteça a mim aquilo que disseste" (Lc 1,38).

Como o Anjo lhe havia dito que Isabel estava grávida (Lc 1,39), pediu a José para acompanhá-la a casa da sua prima que estava nos seus últimos três meses di gravidez. Tiveram que enfrentar uma longa viagem de 150 km porque Isabel morava a Ain Karim na Judéia. Maria ficou com ela até o nascimento de João Batista.

Maria, voltando da Judéia, colocou o seu esposo diante a uma maternidade que ela não podia explicar. Muito inquieto José combateu contra a angústia do suspeito e meditou até de deixá-la fugir secretamente (Mt 1,18) para não condená-la em público, porque era um esposo justo. Na verdade, denunciando Maria como adultera a lei previa que fosse lapidada e o filho do pecado morresse con ela (Levitino 20,10); Deuteronomio 22,22-24).

José estava para atuar esta idéia quando um Anjo apareceu em sonho a fim de dissipar os seus temores: "José, filho de David, não temer de casar com Maria, tua esposa, porque aquele que foi generado nela, vem do Espirito Santo" (Mt 1,20). Todos os turbamentos sumiram e não só, antecipou a cerimonia da festa de ingresso na sua casa con a esposa.

Com ordem de um edito de César Augusto que ordenava o censimento de toda a terra (Lc 2,1), José e Maria partiram para a cidade de origem da dinastia, Belém. A viagem foi muito cansativa, seja pelas condições desastrosas, seja pelo estado de Maria já próxima à maternidade.

Belém naqueles dias era cheia de estrangeiros e José procurou em todas as locandas, um lugar para a sua esposa mas as esperanças de encontrar uma boa acolhença foram frustradas. Maria deu a luz ao seu filho em uma gruta na periferia de Belém (Lc 2,7) e alguns pastores correram para visitá-la e ajudá-la.

A lei de Moisés prescrivia que a mulher depois do parto fosse considerada impura, e ficasse 40 dias segregada se tivesse partorido um macho, e 80 dias se uma femea, e depois deveria se apresentar ao templo para purificar-se legalmente e fazer uma oferta que para os pobres era limitada a duas rolas e dois pombos. Se o menino era primogenito, ele pertencia pela lei ao Dio Jahvé. Vindo o tempo da purificação, eles vão ao templo para oferecer o primogenito ao Senhor. No templo encontraram o profeta Simeão que anunciou a Maria: "e também a ti uma espada traspassarà a alma" (Lc 2,35).

Chegaram depois os Magos do oriente (Mt 2,2) que procuravam pelo recém nascido Rei dos Judeus. Vindo ao conhecimento disto, Herodes teve um grande medo e procurou com todos os meios de saber onde estava a criança para poder eliminá-la. Os Magos entanto encontraram o menino, estiveram em adoração e ofereceram os dons dando tranquilidade à Santa Familia.

Depois que eles partiram, um Anjo do Senhor, que apareceu a José, o convidou a fugir: "Levanta-te, pega o menino e a sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que não te aviso quando voltar; porque Herodes está procurando o menino para matá-lo. (Mt 2,13).

José foi logo embora com a familia (Mt 2,14) para uma viagem de mais ou menos 500 km. A maior parte do caminho foi pelo deserto, infestado da numerosas serpentes e muito perigoso por causa dos brigantes. A S. Familia teve assim que viver a penosa experiencia de prófugos longe da própria terra, para que acontecesse, quanto tinha dito o Senhor por meio do Profeta (Os XI,1): "Eu chamei o filho meu do Egito" (Mt 2,13-15).

No mês de Janeiro do ano 4 a.C., imediatamente depois da morte de Herodes, um Anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito e lhe disse: "Levanta-te, pega o menino e sua mãe e vai na terra de Israel; na verdade morreram aqueles que procuravam matar o menino" (Mt 2,19). José obedeceu às palavras do Anjo e partiram mas quando chegou a eles a notícia que o sucessor de Herodes era o filho Archelao teve medo de ir embora. Avisado em sonho, foi embora da Galileia e foi morar em uma cidade chamada Nazaré, porque assim aconteceria quanto foi dito pelos profetas: "Ele serà chamado Nazareno" (Mc 2,19-23).

La S. Familia, como cada ano, foi a Jerusalém para a festa da Pascoa. Passado os dias de festa, retornando a casa, acreditavam que o pequeno Jesus de 12 anos fosse na comitiva. Mas quando souberam que não era com eles, iniciaram a procurá-lo desesperadamente e depois de três dias, o encontraram no templo, sentado no meio dos mestres, enquanto os escutava. Ao verem ele, ficaram perplexos e sua mãe lhe disse: "Filho, porque nos fez isto? Eis, teu pai e eu, angustiados te estavamos procurando". (Lc 2,41-48).

Passaram outros vinte anos de trabalho e de sacrifício para José, sempre perto a sua esposa e morreu pouco antes que seu filho iniciasse a predicação. Não viu a paixão de Jesus no Golgota provavelmente porque não teria podido suportar a atroz dor da crocificação do Filho tanto amado.


JOSÉ, PAI TERRENO


José foi o pai terreno de Jesus e como tal teve que providenciar às necessidade da familia, tutelar e crescer o seu filho adotivo, sempre pronto a satisfazer os desejos de Deus conhecendo, em parte, alguns do seus desenhos.

Ele fez o impossível para que não faltasse nada à famiglia e como pai, para ensinar as coisas da vida ao seu filho. Deus não o deu um pai qualquer, ma uma alma pura, para que fosse de ajuda a uma candida esposa e a um Deus encarnado.

Muitas pessoas não consideram aquela que foi a sua incumbência: nunca discutiu as ordens recebidas no sono ou através dos mensageiros de Deus, mas obedecia fielmente, mesmo que isto o levasse a abandonar tudo aquilo que tinha realizado naquele momento; as amizades, os bens e a segurança social para enfrentar o desconhecido.

A sua fé era tanta que não teve dúvidas ou incertezas, foi aonde Deus o enviava com o seu fardel, com os seus tesouros constituídos de uma exile mãe e da um pequenino antes e da um rapaz depois. Como pai não se opôs, mas aceitou, as Divinas vontades e no seu animo ardente abençoou este seu filho, a fim de que anunciasse com a palavra; e no mundo acontecesse os desenhos do Pai.

Foi um trabalhador exemplar, um exemplo da seguir, conduziu a familia em um porto seguro e soube guiá-la aos lidos e portos reparados, mesmo que fora as águas fossem turbolentas. Soube ser um digno companheiro para a sua esposa e se amaram com sentimentos tão puros que encantavam os Anjos dos Céus.

Oh! Vós pais, seguis os ensinamentos deste homem que soube construir uma familia humana; aplicou todas as virtudes de que era capaz com a sua alma ardente de amor. Somente o amor e a fé lhe permitiram, no caminho da sua vida, de superar grandes obstáculos, o peso humano, o sustentamento, era quase tudo nas suas costas e isto Ele ofereceu alegremente ao seu filho que tanto adorava.

Muitos não dão a devida importancia que ele teve nos desenhos de Deus: mas podia Deus dar a uma qualquer alma a responsabilidade de pai terreno? Ou na sua Omnisciência escolheu uma alma eleita? E no céu lhe foi designado o lugar que lhe era devido. Apelais tranquilamente a Ele, a fim de que possa interceder por vós em todos as vossas necessidades. Pela sua fidelidade e pelo seu amor lhe foi dada a potência de intercessão e de graça para todas as vossas necessidades. Seja para vós um modelo constante.

Se voçes souberem seguir como pais de familia as suas pegadas, voçes poderão serem alegres nas vossas familias e serão olhados bonariamente do céu, a graça e a benção descerá sobre vós e sobre as vossas familias. Serão modelos de fidelidade que aquecerà de amor, não somente a vossa familia, mas todos aqueles que, perdidos e desesperados, desejam apoiar-se e esperar nos exemplos coerentes. Tenham confiança Nele dentro da vossa familia, pedindo ajuda. Rezais para que caia sobre vós as virtudes tanto necessárias para a vossa salvação.

Se quereis graças, ide a S. José!

"Tomei por advogado e senhor o glorioso S. José e encomendei-me muito a ele. Vi claramente que tanto desta necessidade, como de outras maiores de honra e perda de alma, este Pai e Senhor meu me tirou com maior bem do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo até agora de lhe ter suplicado coisa que tenha deixado de fazer. É coisa de espantar as grandes mercês que Deus me têm feito por meio deste bem aventurado santo e dos perigos de que me tem livrado tanto no corpo como na alma. A outros santos parece ter dado o Senhor graça para socorrerem uma necessidade; deste glorioso Santo tenho experiência que socorre todas. O Senhor nos quer dar a entender que assim como lhe foi sujeito na terra - pois como tinha nome de pai, embora sendo aio, O podia mandar - assim no céu faz quanto lhe pede...

Quisera eu persuadir a todos a serem devotos deste glorioso santo, pela grande experiência que tenho dos bens que alcança de Deus. Não tenho conhecido pessoa que deveras lhe seja devota e lhe presta particulares obséquios, que a não veja mais aproveitada na virtude; porque ajuda de grande modo às almas que a Ele se encomendam.

Parece-me que há alguns anos que, cada ano, no seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo realizada; se a petição vai algo torcida ele a endireita para maior bem meu...só peço, por amor de Deus, que faça a prova quem não acreditar e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção...

É que não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos - no tempo em que tanto passou com o menino Jesus - sem que se dê graças a S. José pelo muito que então os ajudou. Quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome a este glorioso Santo por mestre e não errará caminho."

(Santa Teresa de Ávila, "Livro da Vida", Capítulo VI, 6-8)

Oração para ser misericordiosos

Ó Senhor, desejo transformar-me toda na Vossa Misericórdia e ser um vivo reflexo de Vós. Que este supremo atributo de Deus, a Sua insondável Misericórdia, passe através do meu coração ao próximo.

Ajudai-me, ó Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos, a fim de que eu jamais desconfie de alguém ou julgue segundo as aparências; e para que procure o belo na alma do meu próximo e corra para auxiliá-lo.

Ajudai-me, ó Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos, a fim de que leve em conta as necessidades do meu próximo e não seja indiferente às suas penas e gemidos.

Ajudai-me, ó Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa, a fim de que jamais fale negativamente do meu próximo e de que tenha sempre uma palavra de consolo e perdão para todos.

Ajudai-me, ó Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e cheias de boas obras, a fim de que saiba fazer só o bem ao meu próximo e tome para mim os trabalhos mais difíceis e mais penosos.

Ajudai-me, ó Senhor, para que os meus pés sejam misericordiosos, a fim de que sempre me apresse a socorrer o meu próximo, dominando a minha própria fadiga e o meu cansaço.

Ajudai-me, ó Senhor, para que o meu coração seja misericordioso, a fim de que sinta todos os sofrimentos do meu próximo.

Que a vossa Misericórdia, ó Senhor meu, repouse sempre dentro de mim.

(Santa Faustina Kowalska, Diário, 163)

Máximas espirituais de Santa Teresa de Ávila

“Só o amor dá valor a todas as coisas”.

“A oração de intimidade com Deus não é outra coisa senão um morrer quase total a todas as coisas do mundo para alegrar-se só em Deus”.

“Não acrediteis ter progredido na perfeição, se não vos julgardes piores que todos e se não desejais ser tratados como os últimos”.

“Não há melhor meio para se chegar à perfeição do que a Comunhão frequente”.

“Uma pessoa caminha mais para Deus quando deixa de desculpar-se do que ouvindo dez sermões. Não se desculpando, começa a adquirir a liberdade interior e a não se preocupar se dizem dela bem ou mal”.

“Todos os danos provêm de não nos conhecermos devidamente”.

“Desde que me trato com menos cuidado e delicadeza, passo muito melhor”.

“É grandíssima vantagem para uma alma que se dá à oração, tratar com os que deveras servem a Deus”.

“As inspirações de Deus estão unidas à obediência”.

“Procurai viver sempre no silêncio e na esperança”.

“O Senhor ama-nos mais do que nós nos amamos a nós mesmos”.

Santa Teresa de Ávila

Máximas extraídas das suas obras

Esquece o mundo; que o teu coração descanse em Deus

"Pobres e infelizes são as almas que se deixam envolver no torvelinho das preocupações mundanas. Quanto mais amam o mundo, mais se multiplicam as suas paixões, mais se acendem os seus desejos, mais incapazes se tornam para a realização dos seus projectos.

Os corações que não palpitam de caridade e de santo amor são tomados de inquietações, impaciências e aborrecimentos. Rezemos por estas desgraçadas almas, por estas almas miseráveis, pedindo a Jesus que as perdoe e as conduza para junto de Si, pela Sua infinita misericórdia."

São Pio de Pietrelcina

Convertei-vos a Deus, de todo o coração

"Convertei-vos de coração sincero!

Que Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabe recompensar com grande generosidade, vos dê a paga dos vossos trabalhos.

Fugi do mal, afastai-vos dos perigos. Nós e todos os nossos irmãos, embora indignos, rogamos constantemente a Deus Pai, ao Seu Filho Jesus Cristo, e também à Virgem Maria, Sua Mãe, que sempre vos ajudem e guiem no esforço para alcançar a salvação das vossas almas e corpos.

Portanto, irmãos, exorto-vos insistentemente a que trabalheis com toda a prudência e solicitude na salvação das vossas almas. A morte é certa; e a vida, que é breve, desfaz-se como a fumaça.

Lembrai-vos da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo que, ardendo de amor por nós, desceu do céu para nos salvar; suportou inúmeros tormentos na alma e no corpo, e não quis evitar sofrimento algum por nossa causa. Ele deu-nos o exemplo da perfeita paciência e do perfeito amor; portanto, sejamos nós também pacientes nas adversidades.

Afastai de vós toda a espécie de ódio e inimizade; evitai cuidadosamente as palavras ásperas e inconvenientes; e se alguma vez tiverem saído da vossa boca, não vos envergonheis de levar o remédio com os mesmos lábios que provocaram a ferida.

Perdoai-vos uns aos outros e esquecei totalmente qualquer ofensa recebida. Guardar sentimento do mal é uma injúria, é complemento da ira, retenção do pecado, ódio da justiça, veneno da alma, destruição das virtudes, verme da consciência, obstáculo da oração, impedimento da caridade, espinho cravado na alma, maldade sempre desperta, pecado que nunca se apaga, morte quotidiana.

Amai a paz, que é o mais precioso de todos os tesouros. Convertei-vos, então, de coração sincero. Vivei de tal modo que mereçais receber a bênção do Senhor; e a paz de Deus nosso Pai esteja sempre convosco."

(São Francisco de Paula, cartas)

Guardai-vos das conversas vãs, inúteis e que não edificam

«O Pai celeste disse uma única palavra: é o Seu Filho. Disse-a eternamente e num eterno silêncio. É no silêncio da alma que Ele se faz ouvir.

Falai pouco e não vos metais em assuntos sobre os quais não fostes interrogados.

Não vos queixeis de ninguém; não façais perguntas ou, se for absolutamente necessário, que seja com poucas palavras.

Procurai não contradizer ninguém e não vos permitais uma palavra que não seja pura.

Quando falardes, que seja de modo a não ofender ninguém e não digais senão coisas que possais dizer sem receio diante de toda a gente.

Tende sempre paz interior assim como uma atenção amorosa para com Deus e, quando for necessário falar, que seja com a mesma calma e a mesma paz.

Guardai para vós o que Deus vos diz e lembrai-vos desta palavra da Escritura: "O meu segredo é meu" (Is 24,16)...

Para avançar na virtude, é importante calar-se e agir, porque falando as pessoas distraem-se, ao passo que, guardando o silêncio e trabalhando, as pessoas recolhem-se.

A partir do momento em que aprendemos com alguém o que é preciso para o avanço espiritual, não é necessário pedir-lhe que diga mais nem que continue a falar, mas pôr mãos às obras, com seriedade e em silêncio, com zelo e humildade, com caridade e desprezo de si mesmo. Antes de todas as coisas, é necessário e conveniente servir a Deus no silêncio das tendências desordenadas, bem como da língua, a fim de só ouvir palavras de amor.»

(São João da Cruz, Conselhos e Máximas)

Ama, não te perturbes nem te escandalizes

«Não te prendas às suspeitas nem às pessoas que te levam a que te escandalizes com certas coisas. Porque aqueles que, de uma forma ou de outra, se escandalizam com as coisas que lhes acontecem, quer as tenham querido quer não, ignoram o caminho da paz que, pelo amor, leva ao conhecimento de Deus os que dela se enamoram.

Não tem o perfeito amor aquele que é ainda afectado pelo temperamento dos outros, que, por exemplo, ama uns e detesta outros, ou que umas vezes ama e outras detesta a mesma pessoa pelas mesmas razões. O perfeito amor não despedaça a única e mesma natureza dos homens só porque eles têm temperamentos diferentes mas, tendo em consideração essa natureza, ama de igual forma todos os homens. Ama os virtuosos como amigos e aos maus que são inimigos; fazendo-lhes bem, suportando-os com paciência, aceitando o que vem deles, não tomando em consideração a malícia, chegando mesmo a sofrer por eles em apresentando-se uma ocasião. Assim, fará deles amigos, se tal for possível. Pelo menos, será fiel a si mesmo; mostra sempre os seus frutos a todos os homens, de igual modo. O Nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, mostrando o amor que tem por nós, sofreu pela humanidade inteira e deu a esperança da ressurreição a todos de igual forma, embora cada um, com as suas obras, atraia sobre si a glória ou o castigo.»
(São Máximo Confessor, Centúria 1 sobre o amor)

A ansiedade não vem de Deus


"A ansiedade é a maior traidora que a verdadeira virtude e a verdadeira piedade poderiam ter. Finge aquecer-se no Bem, mas não o faz senão para resfriar-se.

Só nos faz correr para que tropecemos. Portanto, devemos resguardarmo-nos da ansiedade em todas as ocasiões, principalmente nas orações. E, para nos defendermos no momento das orações, sempre é bom lembrar que a graça e o gosto pela oração não são deste mundo, e sim do céu. Por conseguinte, todos os nossos esforços não são suficientes para impedir as nossas quedas. É necessário, porém, que procuremos rezar bem, empenhando-nos constantemente nisso com toda a nossa diligência, sempre humildes e tranquilos. Precisamos ter o coração aberto para o céu, esperando que de lá nos venha o celestial orvalho."

Padre Pio

Respeitemos os sacerdotes; sobretudo, respeitemos, hoje e sempre, o Santo Padre!

«Filha querida, ao manifestar-te a grande virtude daqueles pastores, quero colocar em evidência a dignidade dos meus ministros.

Pelo pecado de Adão, as portas da eternidade fecharam-se, mas o meu Filho abriu-as com a chave do Seu sangue. Ao sofrer a paixão e morte, Ele destruiu a vossa morte e lavou-vos no sangue.

Sim, foram o Seu sangue e a Sua morte que, em virtude da união da natureza divina com a humana, deram acesso ao céu.

E a quem deixou Cristo tal chave? Ao apóstolo Pedro e aos seus sucessores, os que vieram e que virão depois dele até ao dia do juízo final. Todos possuem a mesma autoridade de Pedro; nenhum pecado a diminui, do mesmo modo que não destrói a santidade do sangue de Cristo e dos Sacramentos. Já disse que o sol eucarístico não tem manchas e que o mal cometido por quem o administra ou recebe não apaga a sua luz.

Não, o pecado não danifica os sacramentos da santa Igreja, não lhes diminui a força; prejudica a graça e aumenta a culpa somente em quem os ministra ou recebe indignamente.

Na terra, quem possui a chave do sangue é Cristo-na-terra. Certa vez eu manifestei-te essa verdade numa visão, para indicar o grande respeito que os leigos devem ter pelos ministros, bons ou maus que eles sejam, e quanto me desagrada que alguém os ofenda. Pus diante de ti a hierarquia da Igreja sob a figura de uma dispensa contendo o sangue do meu Filho. No sangue estava a virtude de todos os sacramentos e a vida dos fiéis. À porta daquela despensa, vias o Cristo-na-terra, encarregado de distribuir o sangue e fazer-se ajudar por outros no serviço de toda a santa Igreja. Quem ele escolhia e ungia, logo se tornava ministro. Dele procedia toda a ordem clerical; ele dava a cada um a sua função no ministério do glorioso sangue. E como dispunha dos seus auxiliares, possuía a força de corrigi-los nos seus defeitos.

De facto, é assim que eu quero que aconteça. Pela dignidade e autoridade confiada aos meus ministros, retirei-os de qualquer sujeição aos poderes civis. A lei civil não tem poder legal para puni-los; somente o possui aquele que foi posto como senhor e ministro da lei divina.

Os ministros são ungidos meus. A respeito deles diz a Escritura: “Não toqueis nos meus cristos” (Sl 105, 15). Quem os punir cairá na maior infelicidade.

Se me perguntares por que é que a culpa dos perseguidores da santa Igreja é a maior de todas e, ainda, por que não se deve ter menor respeito pelos meus ministros por causa dos seus defeitos, respondo-te: porque, em virtude do sangue por eles ministrado, toda a reverência feita a eles, na realidade, não atinge a eles, mas a mim. Não fosse assim, poderíeis ter para com eles o mesmo comportamento de praxe para com os demais homens. Quem vos obriga a respeitá-los é o ministério do sangue. Quando desejais receber os sacramentos, procurais os meus ministros; não por eles mesmos, mas pelo poder que lhes dei. Se recusais fazê-lo, em caso de possibilidade, estais em perigo de condenação. A reverência é dada a mim e ao meu Filho encarnado, que somos uma só coisa pela união da natureza divina com a humana. Mas também o desrespeito. Afirmo-te que devem ser respeitados pela autoridade que lhes dei, e por isso mesmo não podem ser ofendidos.

Quem os ofende, a mim ofende. Daí a proibição: “Não quero que mãos humanas toquem nos meus cristos”!

Nem poderá alguém escusar-se, dizendo: “Eu não ofendo a santa Igreja, nem me revolto contra ela; apenas sou contra os defeitos dos maus pastores”! Tal pessoa mente sobre a própria cabeça. O egoísmo cegou-a e não vê. Aliás, vê; mas finge não ver, para abafar a voz da consciência.

Ela compreende muito bem que está a perseguir o sangue do meu Filho e não os pastores. Nestas coisas, injúria ou acto de reverência dirigem se a mim. Qualquer injúria: traições, afrontas. Já disse e repito: não quero que os meus cristos sejam ofendidos. Somente eu devo puni-los, não outros. No entanto, homens ímpios continuam a revelar a irreverência que têm pelo sangue de Cristo, o pouco apreço que possuem pelo amado tesouro que deixei para a vida e santificação das suas almas.

Não poderíeis ter recebido maior presente que o todo-Deus e todo-Homem como alimento. Cada vez que o conceito relativo aos meus ministros não coloca em mim a sua principal justificativa, torna-se inconsistente e a pessoa neles vê somente muitos defeitos e pecados. De tais defeitos falarei noutro lugar.

Mas quando o respeito se fundamenta em mim, jamais desaparece, mesmo diante de defeitos nos ministros; como disse, a grandeza da eucaristia não é diminuída por causa dos pecados. A veneração pelos sacerdotes não pode cessar; se tal coisa acontecer, sinto-me ofendido."

(Santa Catarina de Sena, “O Diálogo”, Cap. 28, Paulus, 9ª edição, São Paulo, 2005 pp. 237-240)

A oração, o jejum e a misericórdia

São Pedro Crisólogo

«Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente.

O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua pratique a misericórdia. Quem deseja ser atendido nas suas orações, atenda as súplicas de quem lhe pede; pois aquele que não fecha os seus ouvidos às súplicas alheias, abre os ouvidos de Deus às suas próprias súplicas.

Quem jejua, pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja sensível à sua; seja misericordioso quem espera alcançar misericórdia; quem pede compaixão, também se compadeça; quem quer ser ajudado, ajude os outros. Muito mal suplica quem nega aos outros aquilo que pede para si.

Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a rapidez que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade.

Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração, jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam elas para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas.

Reconquistemos pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos as nossas almas pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus, como ensina o Profeta: “O sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado” (Sl 50,19).

Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferta pura, um sacrifício santo, uma vítima viva que ao mesmo tempo permanece em ti e é oferecida a Deus. Quem não dá isto a Deus não tem desculpa, porque todos podem oferecer-se a si mesmos.

Mas, para que esta oferta seja aceite por Deus, a misericórdia deve acompanhá-la; o jejum só dá frutos se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum. Por mais que cultive o coração, purifique o corpo, extirpe os maus costumes e semeie as virtudes, o que jejua não colherá frutos se não abrir as torrentes da misericórdia.

Tu que jejuas, não te esqueças que fica em jejum o teu campo se jejua a tua misericórdia; mas, pelo contrário, a liberalidade da tua misericórdia encherá de bens os teus celeiros. Portanto, ó homem, para que não venhas a perder por teres guardado para ti, distribui aos outros, para que venhas a recolher; dá a ti mesmo, dando aos pobres, porque o que deixares de dar aos outros, também tu não o possuirás.»

Para alcançar a perfeição, fortalece as asas e voa devagar

"Observas o cume da montanha da perfeição cristã e dizes: como hei de subir até lá? Coragem! Quando as ninfas das abelhas começam a tomar forma, não têm ainda asas para voar sobre os rios e ir colher o mel nas flores das montanhas e das colinas; mas, nutrindo-se do mel que as suas mães lhes preparam, vão ganhando asas e fortalecendo-se pouco a pouco, até que por fim conseguem tomar voo e alcançar lugares mais elevados.

Na verdade, nós somos como essas ninfas no caminho da devoção e não estamos em condições de subir até onde quereríamos, isto é, até ao cume da perfeição.

Mas se começarmos a tomar forma por meio dos nossos desejos e resoluções, começarão a nascer-nos asas e, um dia, como as abelhas, voaremos. Nesse meio tempo, alimentemo-nos do mel de tantos ensinamentos que os antigos santos nos legaram, e peçamos a Deus que nos dê as asas da pomba, a fim de não somente podermos voar durante a vida presente, mas também alcançar o repouso na eternidade futura."

(São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota, IV, 2)

Serenidade e alegria nas provações

São Pedro Damião nasceu em Ravena, na Itália, em 1007. Primeiro professor, depois eremita, prior de um mosteiro, promotor da vida religiosa e de reformas no Clero numa época de grande fragilidade moral e disciplinar. Os Papas confiaram-lhe tarefas árduas e acabaram por nomeá-lo Bispo e Cardeal. Morreu em 1072, depois de uma vida intensa. Eis o texto de uma carta:

"Caríssimo, pediste-me que te escrevesse palavras de consolação, a fim de reconfortar o teu ânimo amargurado por tantos golpes dolorosos. (...)

Para os escolhidos de Deus, o castigo divino é consolação, porque, através das dores momentâneas que suportam, progridem a grandes passos na grande esperança de alcançar a glória da felicidade eterna. É para isso que o martelo bate no ouro: para que o ourives possa extrair a escória: é para isso que se usa a lima: para que a veia do brilhante metal brilhe com mais fulgor. É no forno que se experimenta o vaso do oleiro, é na tribulação que se experimentam os homens justos. Porque também diz São Tiago: considerai como motivo de grande alegria, irmãos, as diversas provações por que tendes passado. (...)

Portanto, caríssimo e dulcíssimo irmão, enquanto te atingem os golpes da desgraça, enquanto és castigado pelos açoites da correcção divina, não te deixes vencer pelo desalento, não te queixes nem murmures, não te deixes amargurar pela tristeza nem impacientar pela fraqueza de ânimo; mas conserva sempre a serenidade no teu rosto, a alegria no teu coração, a acção de graças na tua boca."

(SÃO PEDRO DAMIÃO, Livro 8,6; PL 144, 473-475; citado em Liturgia das Horas vol. III)

Decálogo da serenidade

Papa João XXIII

1 - Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez.

2 - Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência; serei cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.

3 - Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste.

4 - Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos.

5 - Hoje, apenas hoje, dedicarei 10 minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma.

6 - Hoje, apenas hoje, farei uma boa acção, e não direi a ninguém.

7 - Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

8 - Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado, talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei, e fugirei de dois males, a pressa e a indecisão.

9 - Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo.

10 - Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.

Papa João XXIII, ajuda-me!

Rezai, rezai sempre

«Até agora, ainda não pedistes nada. Pedi e recebereis; assim sereis cumulados de alegria».

“Vede, meus filhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas no Céu. (Mt. 6, 20). Pois bem! O nosso pensamento deve estar onde está o nosso tesouro. O homem tem a bela função de rezar e amar. Vós rezais, e amais: eis a felicidade do homem sobre a terra.

A oração, outra coisa não é senão uma união com Deus. Quando se tem o coração puro e unido a Deus, sente-se um bálsamo, uma doçura que inebria, uma luz que encandeia, atrai, seduz. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera fundidos entre si; jamais se podem separar. É uma coisa muito bela esta união de Deus com a Sua pequena criatura. É uma felicidade que não se pode compreender. Nós não éramos dignos de rezar, mas Deus, na Sua bondade, permitiu que Lhe falássemos. A nossa oração é um incenso que Deus recebe com um extremo, imenso prazer.

Meus filhos, vós tendes um coração pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração é um ante gozo do Céu, um fluxo do paraíso. Ela nunca nos deixa sem doçura. É um mel que desliza pela alma e tudo dulcifica. Os sofrimentos, as dores derretem-se diante de uma oração bem feita, como a neve diante do sol”.

(São João Maria Vianney, Catecismo sobre a oração)

Abraça Jesus crucificado

«Abraça Jesus crucificado, amante e amado



“Querida irmã em Jesus,

Eu, Catarina, serva dos servos de Jesus, escrevo-te no Seu precioso sangue, desejosa de que te alimentes do amor de Deus e de que dele te nutras, como do seio de uma doce mãe. Ninguém, de facto, pode viver sem este leite!



Quem possui o amor de Deus, nele encontra tanta alegria que cada amargura se transforma em doçura e cada grande peso se torna leve. E isto não nos deve surpreender porque, vivendo na caridade, vive-se em Deus: ‘Deus é amor; quem permanece no amor habita em Deus e Deus habita nele’. Vivendo em Deus, por conseguinte, não se pode ter amargura alguma porque Deus é delícia, doçura e alegria infinita!



É esta a razão pela qual os amigos de Deus são sempre felizes! Mesmo se doentes, necessitados, aflitos, atribulados, perseguidos, nós estamos alegres. Mesmo quando todas as línguas caluniosas nos colocarem em má situação, não nos preocuparemos, mas nos alegraremos com tudo porque vivemos em Deus, nosso repouso, e saboreamos o leite do seu amor. Como a criança suga o leite do seio da mãe, assim nós, enamorados de Deus, atingimos o amor de Jesus Crucificado, seguindo sempre as Suas pegadas e caminhando com Ele pelo caminho das humilhações, das penas e das injúrias. Não procuramos a alegria se não em Jesus e fugimos de toda a glória que não seja aquela da cruz.



Abraça, Jesus Crucificado, portanto; elevando a Ele o olhar do teu desejo! Toma em consideração o Seu amor ardente por ti, amor que O levou a derramar sangue de todas as partes do seu corpo!



Abraça Jesus Crucificado, amante e amado e nele encontrarás a verdadeira vida, porque Ele é Deus que se fez homem. Que o teu coração e a tua alma ardam pelo fogo do amor do qual foi coberto Jesus cravado na cruz!



Tu deves, portanto, tornar-te amor, olhando para o amor de Deus, que tanto te amou, não porque te devesse obrigação alguma, mas por um puro dom, impelido somente pelo Seu inefável amor. Não terás outro desejo para além daquele de seguir Jesus! E, como que inebriada do Amor, não farás caso se te encontras só ou acompanhada: não te preocuparás com tantas coisas mas somente de encontrar Jesus e segui-lo!



Corre e não estejas a dormir, porque o tempo passa e não espera nem um momento!



Permanece no doce amor de Deus.

Doce Jesus, amor Jesus.»



(Santa Catarina de Sena, "Cartas", carta 165)

Obediência ao chamamento e à vontade de Deus, pelo caminho da cruz!

"Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu ao Seu Pai até à morte vergonhosa da cruz.



Pensai que Ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-o sempre presente diante dos olhos do vosso espírito. Vede como Ele é obediente, este Verbo, a Palavra de Deus! Ele não recusa transportar o fardo das dores de que o Seu Pai o encarregou; pelo contrário, lança-se, animado de um grande desejo.



Não é isso que manifesta na Ceia de quinta-feira santa quando diz: "Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa, antes de padecer" (Lc 22,15)?



Por "comer a Páscoa", o dulcíssimo Jesus entende o cumprimento da vontade do Pai e do seu desejo. Não vendo quase mais nenhum tempo à sua frente (via-se já no fim, quando devia sacrificar o seu corpo por nós), exulta, rejubila e diz com alegria: " Desejei ardentemente".



Aqui está a Páscoa de que falava, aquela que consistia em se dar a si próprio em alimento, a imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai.



Jesus tinha celebrado muitas outras Páscoas com os discípulos, mas nunca esta; ó Indizível, Doce e Ardente Caridade! Tu não pensaste nem nas tuas dores nem na tua morte ignominiosa; se tivesses pensado nisso, não terias sido tão feliz, não lhe terias chamado uma Páscoa.



O Verbo viu que foi Ele próprio que foi escolhido, Ele próprio é que recebeu por esposa a nossa humanidade. Pediram-lhe que nos desse o seu próprio sangue, a fim de que a vontade do Pai se cumprisse em nós, a fim de que seja o seu sangue que nos santifique.



Vede bem a doce Páscoa que aceita este Cordeiro sem mancha (Ex 12, 5), e com que grande amor e desejo cumpre a vontade do Pai, observando inteiramente o seu desejo. Que doce Amor indizível!...



É por isso, meus bem-amados, que vos peço que nunca tenhais medo de nada e que coloqueis toda a vossa confiança no sangue de Cristo crucificado. Que qualquer temor servil seja banido do vosso espírito. Direis com S. Paulo: Por Cristo crucificado, tudo posso, pois Ele está em mim por desejo e por amor, e fortalece-me (Fil 4,13; Gal 2,20). Amai, amai, amai! Pelo seu sangue, o doce Cordeiro fez da vossa alma um rochedo inabalável."



(Santa Catarina de Sena, "Cartas", Carta 129)

Não ofendamos o bom Deus pela tibieza! Amemo-Lo de todo o nosso coração e com todas as forças!

"Não o levemos na conta de exageros! Os santos fazem-nos tremer ao tratarem dos prejuízos que pode acarretar o estado de tibieza! Santo Afonso usa de expressões candentes quando fala, sobre esse grande mal, das pessoas que, pela sua própria condição, estão obrigadas a uma vida de santidade, a saber: os sacerdotes, os religiosos e as religiosas.



E ele, Santo Afonso, lembra-nos da famosa visão dos sete penhascos tida pelo Bem - Aventurado Henrique Suso. Vendo este muita gente no primeiro penhasco, perguntou quem eram, e Jesus respondeu-lhe: “São os tíbios, que evitam apenas o pecado mortal, contentando-se com isso”. E, voltando o Bem - Aventurado a indagar se eles se salvariam, foi lhe respondido: “Se morrerem sem culpa grave, salvar-se-ão; eles, porém, acham-se em maior perigo do que imaginam, porque se lisonjeiam de poder servir a Deus e aos sentidos, o que raramente é possível; e perseverar assim na graça de Deus é bem difícil”.



O mesmo Santo Afonso narra que declarou um dia Nosso Senhor a Santa Ângela de Foligno: “Aqueles que Eu ilumino para trilharem o caminho da perfeição, e teimam em seguir a via ordinária, serão por mim abandonados” (Selva Predicab. cap. V: “Del danno della tiepid, nei sac.” e “La vera Sposa de G.C. “: cap. V e VI: “Del pericolo d’una religiosa imperfetta”).



Escreve Santo Agostinho: “Deus negligentes deserere consuevit” - “Deus costuma desamparar os negligentes!”



Santa Teresa de Jesus (reparai bem em quem falo!), viu no inferno o lugar para ela preparado pela divina justiça, não por tê-lo já merecido, mas porque a isto chegaria, caso não se libertasse de certo estado de apatia a que descera.



Ah! Não nos iludamos, pensando podermos possuir a glória das almas eucarísticas, sem ter delas o mérito e o fervor."



(Antonino de Castellammare, A Alma Eucarística, Páginas 273 – 274)

O grande poder de Maria Santíssima na salvação das almas

«Por volta do ano de 1604, viviam numa cidade de Flandres dois jovens estudantes, que, descuidando os estudos, se entregavam a orgias e a toda a espécie de devassidões. Numa dessas noites, foram a uma das muitas casas de tolerância que conheciam. Um deles, chamado Ricardo, depois de algum tempo, retirou-se; foi para casa, e o outro ficou.

Chegando Ricardo a casa, e estando ele já para se deitar, lembrou-se de que não havia rezado umas Ave-Marias, em honra da Santíssima Virgem, como era seu costume fazer.

Dominado pelo sono, sem vontade nenhuma de rezar, fez, contudo, um esforço e rezou as Ave-Marias, embora sem devoção e por entre bocejos de sono. Deitou-se depois e adormeceu.

Mas não tardou em ouvir alguém bater-lhe à porta com muita força. e imediatamente, sem que ele a abrisse, vê diante de si o seu companheiro de farras, mas desfigurado e medonho.

- Quem és tu? - perguntou aterrorizado.

- Não me conheces? - respondeu o outro.

- Mas como é que mudaste tanto? Tu pareces um demónio.

- Ai, pobre de mim! - exclamou aquele infeliz - que ao sair daquela casa infame, veio um demónio e sufocou-me. O meu corpo ficou no meio da rua, e a minha alma está no inferno. E acrescentou: Sabes que o mesmo castigo te tocava também a ti? Mas a bem aventurada Virgem, pelo teu pequeno obséquio das Ave-Marias, Livrou-te dele. Ditoso és tu se souberes aproveitar este aviso que a Mãe de Deus te manda por mim.

Depois destas palavras, o condenado entreabriu a capa e mostrou as chamas e as serpentes que o atormentavam e desapareceu.

Então Ricardo, que chorava muito, com o rosto por terra, deu graças a Maria, sua libertadora. Enquanto pensava como mudar de vida, ouviu tocar Matinas no convento dos franciscanos. Logo pensou: "É aí que Deus me quer para fazer penitência". E foi pedir aos frades que o recebessem. Cientes da sua má vida, não queriam eles aceitá-lo.

Contou-lhes então entre lágrimas o que havia acontecido. Dois religiosos foram à rua indicada, achando efectivamente o cadáver do companheiro, sufocado e negro como um carvão.

Depois disso foi Ricardo admitido e levou uma vida penitente e exemplar. Mais tarde foi como missionário pregar nas Índias e em seguida no Japão, onde teve finalmente a graça de morrer mártir, queimado vivo por amor de Jesus Cristo.»
 
(Santo Afonso Maria de Ligório, "As Glórias de Maria", página 188)

O grave vício da ira e os meios de refreá-lo

«Omnis qui irascitur fratri suo, reus erit iudicio – “Todo aquele que se irar contra o seu irmão, será réu no seu juízo” (Mateus 5, 22).

Sumário: É com razão que Jesus Cristo disse que, quem se encoleriza, se torna réu do juízo; porquanto a ira faz o homem cair em mil excessos, sem que lhe deixe ver o mal que faz. Roguemos ao Senhor que nos livre desta paixão, sejamos mansos para com todos; e façamos com a nossa língua o contracto segundo o qual nos guardaremos de falar, quando se diga contra nós alguma coisa que nos possa irar. Se por desgraça nos tivéssemos irado, não se ponha o sol sobre a nossa ira.

I. Quantos males nascem do vício insensato da ira! Ela é semelhante ao fogo, porque assim como o fogo é veemente na sua força destrutiva, e logo que pega, impede a vista pelo fumo que dele sai, assim a ira faz o homem cair em mil excessos, e não lhe deixa ver o que está a fazer, e assim, conforme à palavra de Jesus Cristo no Evangelho de hoje, torna-o réu do juízo: Ominis qui irasciturr fratri suo, reus erit indicio.

É tão prejudicial ao homem a ira, que ainda mesmo exteriormente o desfigura. Ainda que seja a pessoa mais bela e graciosa do mundo, quando a cólera a transporta, será, como diz São Boaventura e confirma a experiência, semelhante a um monstro, a uma fera que atemoriza. Portanto, se a ira nos desfigura aos olhos dos homens, quanto mais nos desfigurará aos olhos de Deus.

Ira viri; escreve São Thiago, institiam Dei non operatur. Isto quer dizer que as obras de um homem iracundo não podem harmonizar-se com a justiça divina, nem, por conseguinte, estar isentas de pecado, talvez mesmo grave. Sim, porque a ira, no dizer de São Jerónimo, faz o homem perder a razão, e obrar cegamente como um louco ou uma fera. Fá-lo cair em pecados de murmurações, de injustiças, de vinganças, de blasfémias, de escândalos e de mil outras iniquidades. Numa palavra, conclui o mesmo Santo, é pela ira que entram na alma quase todos os vícios: Omnium vitiorum ianua est iracundia.

Ai, porém, dos iracundos! ao mesmo tempo que os desgraçados se inflamam em cólera contra o próximo, Deus não somente se afasta deles pela subtracção das graças, mas arma também a sua mão com o açoite do castigo para puní-los neste mundo e no outro. Além disso, os iracundos, nos dias da sua vida, passam uma existência infeliz, por estarem sempre agitados como numa tempestade.

II. Sendo tão numerosos e funestos os prejuízos que o vício da ira causa à alma, necessário é que usemos de todo o cuidado em refreá-la, afeiçoando-nos à mansidão, que é a virtude predilecta de Jesus Cristo. Dizia São Francisco de Sales: “O que se deixa levar por leves movimentos de ira, em breve se tornará furioso e insuportável”. - Devemos, portanto, conforme à exortação de São Paulo, vestir-nos de entranhas de misericórdia para com o próximo, e suportar os seus defeitos, lembrando-nos de que ele deve também suportar os nossos, que são talvez mais graves.

Quando recebermos algum agravo, respondamos com brandura, ou, melhor ainda, abstenhamo-nos de responder, à imitação de São Francisco de Sales, que tinha feito com a sua língua a convenção que havia de ficar calado quando se dissesse alguma coisa que o pudesse encolerizar. - Quando, porém, por desgraça, a ira tivesse entrado no nosso coração, tenhamos cuidado de não a deixar descansar ali: Sol non occidat super uracundiam vestram – “O sol não se ponha sobre a vossa ira”. E Jesus Cristo conclui o Evangelho de hoje com estas palavras: “Se, estando a apresentar a tua oferta diante do altar, te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, larga a tua oferta ao pé do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e depois virás fazer a tua oblação”.

Mas, sobretudo, para que não nos deixemos dominar por alguma paixão, e em particular pela ira, roguemos muitas vezes ao Senhor com o Eclesiástico: Não me entregues a uma alma sem pejo e sem recato: Animo irreverenti et infrunito ne tradas me.

Ó Pai Eterno, pelo amor de Jesus Cristo, suplico-Vos, não permitais que eu seja escravo do vício da ira; infundi no meu coração o espírito de mansidão e de doçura, afim de que eu não ofenda a ninguém e perdoe aos que me ofendem. – “Ó Deus, que preparastes bens invisíveis para os que Vos amam, infundi nos nossos corações o afecto do vosso amor, para que, amando-Vos em tudo e sobre tudo, alcancemos as vossas promessas, que excedem todos os desejos”. Fazei-o pelos méritos de Jesus Cristo e pela intercessão de Maria Santíssima.»

(Santo Afonso Maria de Ligório, "Meditações Para todos os Dias e Festas do Ano")

Prece ao Espírito Santo , Santo Agostinho

Ó Divino Amor, ó vínculo sagrado que unis o Pai e o Filho, Espírito omnipotente, fiel consolador dos aflitos, penetrai nos abismos profundos do meu coração e fazei aí brilhar a vossa resplandecente luz. Derramai o vosso doce orvalho sobre esta terra deserta, a fim de fazer cessar a sua longa aridez. Enviai os dardos celestes do vosso amor até ao santuário da minha alma, de modo que, nela penetrando, acendam chamas ardentes que consumam todas as minhas fraquezas, as minhas negligências e as minhas misérias.

Vinde, doce Consolador das almas desoladas, refúgio no perigo e protector na aflição desamparada.

Vinde, Vós que lavais as almas das suas sordices e que curais as suas chagas.

Vinde, força dos fracos, apoio daqueles que caem.

Vinde, doutor dos humildes e vencedor dos orgulhosos.

Vinde, pai dos órfãos, esperança dos pobres, tesouro dos que estão na indigência.

Vinde, estrela dos navegantes, porto seguro dos náufragos.

Vinde, força dos vivos e salvação dos moribundos.

Vinde, ó Espírito Santo, vinde e tende piedade de mim. Tornai a minha alma simples, dócil e fiel, e condescendei com a minha fraqueza. Condescendei, com tanta bondade que a minha pequenez ache graça diante da vossa grandeza infinita; a minha impotência diante da vossa força; as minhas ofensas diante da multidão das vossas misericórdias. Assim seja.

Compreensão das misérias humanas e amor sem medida

"Se há coisa que sempre nos garantirá o céu, são os actos de caridade e de generosidade com que tivermos preenchido a nossa existência.
Saberemos algum dia o bem que pode fazer um simples sorriso? Proclamamos que Deus acolhe, compreende, perdoa. Mas somos a prova viva disso que proclamamos? Os outros detectam em nós esse acolhimento, essa compreensão e esse perdão, vivos?

Sejamos sinceros nas nossas relações uns com os outros; tenhamos a coragem de nos aceitarmos uns aos outros tal como somos.

Não nos deixemos espantar nem preocupar com os nossos fracassos nem com os fracassos dos outros; antes, vejamos o bem que há em cada um de nós. Descubramo-lo, porque todos nós fomos criados à imagem de Deus.



Não nos esqueçamos nunca de que ainda não somos santos, mas que nos esforçamos por sê-lo. Sejamos, pois, extremamente pacientes com os nossos pecados e com as nossas quedas. Não te sirva a língua senão para o bem dos outros, “porque a boca fala da abundância do coração”. Temos de ter alguma coisa no coração para podermos dar, e aqueles cuja missão é dar têm primeiro de crescer no conhecimento e amor a Deus."



(Madre Teresa de Calcutá, "Não há amor maior")

A falta de amor torna as pessoas frias e vazias - com vidas mediocres e profundamente infelizes

"O maior perigo que ronda o ser humano consiste na falta de amor e nas consequências que esta falta acarreta.

Quem não se sente amado rejeita-se a si mesmo, condena-se, torna-se duro, frio e vazio; é incapaz de amar a si mesmo e aos outros.

Torna-se necessário, então, um amor que não se poupa, que não recua nem mesmo diante da própria morte para curar-nos da ferida mortal da falta de amor."

(Anselm Grün, "Jesus - Porta para a Vida")

Frases de Santa Teresinha

"Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido ao Céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto no meio do sofrimento, como na alegria. Numa palavra, é algo de grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus"



"Não tenho coragem para procurar belas orações nos livros; ao não saber quais escolher, reajo como as crianças; digo simplesmente ao bom Deus o que preciso e Ele compreende-me"



"O que me impulsiona a ir para o Céu é o pensamento de poder acender no amor de Deus uma multidão de almas que O louvarão eternamente"



"O meu caminhozinho é o caminho de uma infância espiritual; o caminho da confiança e da entrega absoluta"



"Quisera também eu encontrar um elevador para elevar-me até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a dura escada da perfeição"



"Na lavandaria, a minha companheira de trabalho sacudia a roupa com uma tal força que me salpicava a cara de sabão. Isto fazia-me sofrer, mas nunca lhe disse nada a respeito, e assim oferecia este pequeno sacrifício pelos pecadores"



"Eu nunca aconselho nada a ninguém sem antes ter-me encomendado à Virgem Santíssima. É ela quem faz com que as minhas palavras tenham eficácia nos que as ouvem"



"A vida é um instante entre duas eternidades"



"Que grande é o poder da oração! Pode dizer-se que é como uma rainha que, a todo o momento, tem acesso directo ao rei e pode conseguir tudo o que lhe pede"



"A Santíssima Virgem demonstra-me que nunca deixa de proteger-me. Logo que A invoco, mesmo quando me sobrevém uma qualquer inquietação, um aperto, imediatamente recorro a Ela e preocupa-se sempre pelos meus interesses como a mais terna das mães"



"Sabemos muito bem que a Virgem Santíssima é a Rainha do céu e da terra; porém, é mais Mãe do que Rainha"



"Ó Maria, se eu fosse a rainha do céu e Tu fosses Teresa, eu queria ser Teresa para que Tu fosses a Rainha do Céu"



"Depois da minha morte, farei cair uma chuva de rosas"



"Vou passar o meu céu a fazer o bem à terra"



"Eu não morro, entro na vida"



Santa Teresinha, pequenina grande flor dos jardins celestes, intercedei por mim que tão miserável sou e ajudai-me a ser um milésimo do que fostes Vós!

Oração para pedir a virtude da humildade

A humildade é um tesouro inestimável. Todos devemos rezar frequente e fervorosamente esta oração, para que o orgulho e a soberba não nos dominem; e para que o zelo amargo não se apodere do nosso coração.

“Senhor, Vós conheceis a minha fraqueza!

Cada manhã faço a resolução de praticar a humildade; e à noite reconheço que cometi ainda muitas faltas de orgulho.

À vista disto, sou tentada a desencorajar, mas, eu sei, o desencorajamento é também orgulho.

Quero pois, ó meu Deus, colocar a minha esperança somente em Vós; porque Vós tudo podeis!

Dignai-vos fazer nascer na minha alma, a virtude que desejo.

Para obter esta graça, da vossa infinita misericórdia, repetir-vos-ei muitas vezes:

Ó Jesus, doce e humilde de coração, tornai o meu coração semelhante ao vosso!”



(Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Oração 20)

A fórmula da santidade segundo Santa Teresinha do Menino Jesus - a pequena via

"Sabíeis, Madre, que sempre desejei ser santa, mas ai! sempre constatei, quando me comparei com os santos, haver entre eles e mim a mesma diferença que existe entre uma montanha cujos cimos se perdem nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos transeuntes. Em vez de desanimar, disse a mim mesma: Deus não poderia inspirar-me desejos irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade; não consigo crescer, devo suportar-me como sou, com todas as minhas imperfeições; mas quero encontrar o meio de ir para o Céu por uma via muito directa, muito curta, uma pequena via, totalmente nova. Estamos num século de invenções. Agora, não é já preciso subir os degraus de uma escada; nas casas dos ricos, um elevador a substitui com vantagens. Eu também gostaria de encontrar um elevador para elevar-me até Jesus, pois sou pequena demais para subir a íngreme escada da perfeição. Procurei então, na Sagrada Escritura, a indicação do elevador, objecto do meu desejo, e li estas palavras da eterna sabedoria: Quem for pequenino, venha cá; ao que falta entendimento vou falar. Vim, então, adivinhando ter encontrado o que procurava e querendo saber, ó Deus, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso chamamento. Continuei as minhas pesquisas e eis o que achei: Como alguém que é consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei. Sereis amamentados, levados ao colo, e acariciados sobre os joelhos! Ah! nunca palavras mais suaves, mais melodiosas, vieram alegrar a minha alma. Os vossos braços são o elevador que deve elevar-me até ao Céu, ó Jesus! Para isso, eu não preciso crescer, pelo contrário, preciso permanecer pequena, que o venha a ser sempre mais."



(SANTA TERESINHA DE LISIEUX - HISTÓRIA DE UMA ALMA - MANUSCRITO C -ENDEREÇADO À MADRE MARIA DE GONZAGA)

Ensinamentos de São Bernardo de Claraval

"Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que ela não se afaste dos teus lábios, não se afaste do teu coração".



"Tudo o que temos de benefícios de Deus, nós o recebemos pela intercessão de Maria. E por que é assim? Porque Deus assim o quer".



"Quem somos nós, e qual a nossa força para resistirmos a tantas tentações? Certamente era isso que Deus queria: que nós, vendo a nossa insuficiência e a falta de auxílio, recorrêssemos com toda a humildade à sua misericórdia".



"Maria recebeu de Deus uma dupla plenitude de graça. A primeira foi o Verbo eterno feito homem nas suas puríssimas entranhas. A segunda é a plenitude das graças que, por intermédio desta divina Mãe, recebemos de Deus".



"O avarento está sempre faminto como um mendigo, nunca chega a ficar satisfeito com os bens que deseja. O pobre, como senhor de tudo, despreza-os, pois não deseja nada".



"A oração controla os nossos afectos e dirige as nossas acções para Deus"



"Não consideres tanto o que sofres, mas o que Jesus sofreu por ti".



"O que é Deus? Ele é ao mesmo tempo comprimento, largura, altura e profundidade... Esse comprimento, o que é ele? A eternidade, pois ela é tão longa que não tem limites seja quanto ao lugar, seja quanto ao tempo. É Deus também largura? E essa largura, o que é ela senão a caridade que se estende até ao infinito? Deus é altura e profundidade; e por essa altura deveis entender o seu poder; e por profundeza, a sua sabedoria. Ó sabedoria cheia de poder que chega a todos os recantos com força. Ó poder cheio de sabedoria que tudo dispõe com doçura"



"Os clérigos que estudam por puro amor da ciência: é uma curiosidade ignominiosa; outros o fazem para alardear um renome de sábios: é uma vaidade vergonhosa... outros ainda estudam e vendem o seu saber em troca de dinheiro e honras: é um tráfico vergonhoso. Mas há também os que estudam para edificar o seu próximo: é uma obra de caridade; outros, finalmente, para edificar a si mesmos: é uma atitude de prudência..."



"Se a pobreza não fosse um grande bem, Jesus Cristo não teria escolhido para si, nem a teria deixado em herança para os seus preferidos".



"Fica sabendo, ó cristão, que mais se merece em participar devotamente de uma só Missa do que com distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar por toda a terra"



"Amo porque amo, amo para amar. Grande coisa é o amor, contanto que vá ao seu princípio, volte à sua origem, mergulhe na sua fonte, sempre beba donde corre sem cessar".



"Deus é sabedoria e quer ser amado não só suave mas também sapientemente... Aliás com muita facilidade o espírito do erro escarnecerá do teu zelo, se desprezares a ciência; nem o astuto inimigo tem instrumento mais eficaz para arrancar do coração o amor, do que conseguir que no mesmo amor se ande incautamente, e não com a razão"



"O servo de Maria não pode perecer".



"Maria é a omnipotência suplicante".



"Quem não medita não julga com severidade a si mesmo, porque não se conhece"



"Há o espírito de sabedoria e de inteligência que, à maneira da abelha que produz cera e mel, tem com que acender a luz da ciência e infundir o sabor da graça. Não espere, portanto, receber o beijo, nem o que compreende a verdade, mas não a ama; nem o que a ama, mas não a compreende"



"Quando Deus ama não quer outra coisa senão ser amado, já que ama para ser amado; porque bem sabe que serão felizes pelo amor aqueles que O amarem".



"Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado aos teus pés".



"A Eucaristia é o amor que supera todos os outros amores no céu e na terra"



"Deus depositou em Maria a plenitude de todo o bem".



"Onde há amor, não há canseira, mas gosto".



"São fortes as potências do inferno, entretanto, a oração é mais forte do que todos os demónios".



"Possuireis todas as coisas sobre as quais se estender a vossa confiança. Se esperais muito de Deus, Ele fará muito por vós. Se esperais pouco, Ele fará pouco".



"O amor do Esposo, ou melhor, o Esposo-Amor, somente procura a resposta do amor e a fidelidade. Seja permitido à amada corresponder ao amor! Por que a esposa e esposa do Amor não deveria amar? Por que não seria amado o Amor?"



"A causa para amar a Deus é o próprio Deus; a medida, é amá-lo sem medida".



"Oh! amor santo e casto! Oh! doce e suave afecto!... Tanto mais doce e suave, porque é todo divino o sentimento que se prova. Experimentá-lo é divinizar-se".



"É melhor para mim, Senhor, abraçar-te na tribulação e estar contigo na fornalha, do que estar sem ti até mesmo no Céu".



"Que faria a ciência sem o amor? Envaideceria. Que faria o amor sem a ciência? Erraria".



"Por vós, Maria, temos acesso ao Filho, por vós que achaste a graça, Mãe da Salvação, para que por vós nos receba Aquele que por vós nos foi dado".



"Da cruz e das chagas do nosso Redentor sai um grito para nos fazer entender o amor que Ele nos tem".



"Busquemos a graça, mas busquemos por intermédio de Maria! Por ela acha-se o que se busca e não se pode ser desatendido".



"Todo o nosso mérito consiste em confiarmos plenamente em Deus".



"A nossa esperança não pode ser incerta, pois que ela se apóia nas promessas divinas".



"Com a oração a alma consegue o auxílio divino, diante do qual desaparece todo o poder das criaturas".



"Existe indubitavelmente uma espantosa analogia entre o azeite e o nome do Amado, pelo que a comparação apresentada pelo Espirito Santo não é arbitrária. A não ser que possais sugerir algo de melhor, afirmarei que o nome de Jesus possui semelhança com o azeite na tripla utilidade deste último, nomeadamente, para iluminar, na alimentação e como lenitivo. Mantém a chama, alimenta o corpo, alivia a dor. É luz, alimento e medicina. Observai como as mesmas propriedades podem ser encontradas no nome do noivo divino. Quando pronunciado fornece luz; quando meditado, alimenta; quando invocado, serena e abranda".



"Deus quis que não recebêssemos nada que não passe pelas mãos de Maria"



"A vista ofuscada pela raiva não vê bem".



"Quando estou dividido em mim mesmo é porque não estou unido a Deus".



"Quando se vê uma pessoa perturbada, a causa da perturbação não é outra coisa senão a incapacidade de satisfazer a própria vontade".



"Não é a pobreza que é considerada virtude, mas o amor à pobreza".



"Ninguém tenha em pouca conta a oração, porquanto Deus não a tem em pouca conta; pois Ele ou dá o que pedimos, ou dá o que deve ser-nos mais útil".



"Tal é a vontade de Deus, que quis que tenhamos tudo por Maria".



"Toda a alma que ama a Deus, torna-se sua esposa".



"A humilhação leva-nos à humildade, assim como a paciência à paz e o estudo à ciência. Quereis experimentar se a vossa humildade é verdadeira, até onde vai, se adianta ou recua? As humilhações vos fornecerão o meio".



"Quando a caridade vem e é perfeita, realiza a união espiritual, e serão dois (Deus e alma) não numa só carne mas num só espírito, tal como diz o apóstolo: 'Quem nos aproximamos de Deus tornamo-nos um só espírito com Ele' (I Cor 6,17). Se ama perfeitamente, a alma está desposada com Deus. Amor mútuo, íntimo, válido, que não vive numa só carne, mas que une num só espírito, e de dois faz um só".



"Poderíamos definir a humildade assim: 'É uma virtude que estimula o homem a menosprezar-se diante da clara verdade do seu próprio conhecimento'".



"Tu encontrarás mais coisas nas florestas do que nos livros; as árvores e as pedras ensinar-te-ão mais do que qualquer mestre te poderá dizer".



"Amemos e seremos amados. Naqueles que amamos encontraremos repouso, e o mesmo repouso ofereceremos a todos os que amamos. Amar em Deus é ter caridade; procurar ser amado por Deus é servir à caridade".



"Só nos casos de confiança o Senhor deita o azeite da sua misericórdia".



"Quereis um advogado junto a Jesus? Recorrei a Maria, pois nela não há senão pura compaixão pelos males alheios. Pura não só porque ela é imaculada, mas porque nela só existe compaixão pura e simples. Digo-o sem hesitar: Maria será ouvida devido à consideração que lhe é devida. O Filho ouvirá a Mãe, e o Pai, seu Filho. Eis, pois, a escada dos pecadores, minha absoluta confiança; eis todo o fundamento da minha esperança".



"'Senhor, que queres que eu faça?' (pergunta Paulo). É esta certamente a forma de uma perfeita conversão. Quão poucos se ajustam a esta forma de perfeita obediência que, de tal modo tenham abdicado dà vontade-própria que nem sequer mais tenham o seu próprio coração e a toda a hora se perguntem, não o que eles querem, mas o que o Senhor quer".



"Que união feliz! Que união feliz, se já a experimentaste! Bem a conhecia, por experiência, o Salmista ao exclamar: ' A minha felicidade, ó Deus, é estar junto de Ti' (Sl 72,28). Sim, é muito bom se te unes a Deus com todo o teu ser. E quem então adere tão perfeitamente a Deus? Aquele que, habitando em Deus, sendo amado por Deus, atrai Deus a si com um amor recíproco".



"O amor não busca outro motivo e nenhum fruto fora de si; ele é o seu próprio fruto, o seu próprio deleite".



"Ser deificado é tornar-se caridade porque Deus é caridade; por isso todos os esforços da alma devem ter como alvo a caridade. A caridade dá a visão de Deus e a semelhança a Deus".



"Recorre a Maria! Sem a menor dúvida eu digo, certamente o Filho atenderá a sua Mãe".



"Para chegarmos à perfeição temos necessidade da meditação e da petição; pela meditação vemos o que nos falta; pela súplica recebemos o que nos é necessário".



"Quem recorreu à Vossa proteção e foi por Vós desamparado, ó Maria?"



"Desapareça a vontade própria e não haverá inferno".



"Se os homens fizessem guerra à vontade própria, ninguém se condenaria".



"Não há música mais suave, palavra mais jubilosa, pensamento mais doce que Jesus, Filho de Deus!".



"Não se poderiam encontrar palavras mais suaves para exprimir as doces e recíprocas relações que se dão entre Deus e a alma unida ao seu corpo ressuscitado, que as de esposo e esposa. Como estes possuem tudo em comum, nada de particular, nada de dividido, ambos têm uma herança, uma casa, uma mesa, um quarto conjugal, um mesmo corpo"