segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Os Pecados dos nossos Pensamentos I
É preciso que estejamos atentos à maneira como o demônio se aproxima de nós, e qual o meio que ele tem se utilizado para nos tentar e fazer – nos cair em pecado.
Nos dias de hoje e pelo contato que tenho tido com as pessoas que vem em busca de ajuda, tenho percebido que de maneira especial o demônio tem se utilizado para fazer-nos cair a nossa própria carne, e atacando de maneira direta a nossa pureza!
O meio que ele tem encontrado para atacar a nossa carne e a nossa pureza são: Os nossos pensamentos, os nossos olhos e o nosso coração!
Como é grande por vezes a luta em que travamos contra nossa carne por causa dos nossos pensamentos! Por vezes não é nem mesmo nossa intenção pensar em algo que vem a nossa mente, mas ele surge, às vezes com tamanha força e intensidade que não conseguimos lutar contra eles e nos deixamos arrastar para aquilo que estes pensamentos nos sugerem!
O dom da Castidade que como nos ensina o Catecismo no número 2337 é: “A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual.” É este o dom que nos ajudará a combater as tentações contra nossa pureza através dos maus pensamentos! A Castidade nos ajuda na maneira correta de utilizamos os nossos pensamentos, desejos e ações.
São Carlos Borromeu nos ensina que: “É impossível que te conserves casto, se não vigiares continuamente sobre ti mesmo, pois a negligência traz consigo mui facilmente a perda da castidade”.
Primeiro ponto importante então que devemos notar é que não conseguiremos ser castos, sermos puros em nossos pensamentos, se não estivermos atentos a nós mesmos, aos nossos impulsos, as nossas reações, e aqui em questão se não estivermos atentos aquilo que temos alimentado em nossos pensamentos! São Carlos Borromeu ainda diz que a negligência faz com que percamos a castidade. Negligência nada mais é do que a falta de cuidado ou de aplicação à uma determinada situação ou tarefa! Um sinônimo que cabe bem à negligência pode ser DESCUIDO!!
Se então é necessário cuidado aos nossos pensamentos, é necessário que os VIGIEMOS constantemente. A respeito dos pensamentos, Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina em seu Tratado sobre a Castidade, que podemos cair em um duplo engano:
a) Almas que temem a Deus e não possuem o dom do discernimento e são inclinadas aos escrúpulos, pensam que todo mau pensamento que lhes sobrevêm é já um pecado. Elas estão enganadas, porque os maus pensamentos em si não são pecados, mas só e unicamente o consentimento neles. A malícia do pecado mortal consiste toda e só na má vontade, que se entrega ao pecado com claro conhecimento de sua maldade e plena deliberação de sua parte. E, por isto, Santo Agostinho ensina que não pode haver pecado onde falta o consentimento da vontade.
Por mais que sejamos atormentados pelas tentações, pela rebelião de nossos sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de nossa natureza corpórea, não existe pecado algum enquanto faltar o consentimento. Como ensina também São Bernardo, dizendo: “O sentimento não causa dano algum, contanto que não sobrevenha o consentimento”.
Para consolar tais almas timoratas e escrupulosas, quero oferecer-lhes aqui uma regra prática, aceita por quase todos os teólogos: Quando uma alma que teme a Deus e detesta o pecado, duvida se consentiu ou não em um mau pensamento, não está obrigada a confessar-se disso, porque, em tal caso, se tivesse realmente cometido um pecado mortal, não estaria em dúvida a esse respeito, porque o pecado mortal, para uma alma que teme a Deus, é um monstro tão horrendo, que não poderá ter entrada em seu coração sem o perceber.
b) Outros, que possuem uma consciência mais relaxada e são mal instruídos, julgam, pelo contrário, que os maus pensamentos nunca são pecados, mesmo havendo consentimento neles, contanto que não se chegue a praticar. Este erro é muito mais pernicioso que o primeiro. O que se não pode fazer, não se pode também desejar; por isso, o mau pensamento em si contém toda a malícia do ato. Assim como as más obras nos separam de Deus, também os maus pensamentos nos afastam d’Ele e nos privam de Sua graça. “Pensamentos perversos nos separam de Deus” (Sab 1, 3). Como as más obras estão patentes aos olhos de Deus, também Sua vista alcança todos os nossos maus pensamentos para condená-los e puni-los, pois “um Deus de ciência é o Senhor, e diante d’Ele estão patentes todos os pensamentos”
Com isso começamos a entender duas coisas muito importantes nesta luta que devemos travar sobre os nossos maus pensamentos:
- Não podemos descuidar dos mesmos, ser negligentes! É preciso atenção aos pensamentos que surgirem em nossa mente, é preciso cuidado, zelo…
- E, nem todos os nossos pensamentos são pecados, e nem todos os que são pecados trazem em si o mesmo cunho de malícia, a mesma gravidade, o mesmo peso!
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