Oremos com a intercessão de São José, patrono da Igreja.
Introdução:
O silêncio de José nos Evangelhos nos causa admiração. Apesar de sua figura ter um papel tão importante na história da salvação, não encontramos nos relatos evangélicos uma fala de José sequer, mas apenas seus atos, ou seu nome aparece como referência paterna de Jesus - "Achamos... Jesus..., filho de José" (Jo 1,45). Entretanto a Igreja sempre reconheceu o importante papel deste que foi o pai escolhido do Verbo divino encarnado, Jesus, nosso Salvador.
Assim como Jesus aprendeu, nós também podemos muito aprender de José. Se Jesus Cristo apresentou Deus como Pai, certamente pode faze-lo devido à experiência que teve com José como pai. José soube mostrar a Jesus a figura amorosa do Pai, que no trabalho do dia-a-dia, na firmeza amorosa com que conduziu o sagrado lar, no amor dedicado e fiel a Maria, deixou sua marca na pessoa de Jesus.
O que sabemos de José hoje são poucas, mas não sem importância, referência sua nos evangelhos. Na verdade seu nome é citado apenas 14 vezes nos relatos bíblicos . Também se sabe através de fontes não canônicas, tais como o Evangelho da Infância e Pseudo-Epístola de São Jerônimo. Mas nem por isso nossos dias de oração serão mais pobres ou menos significativos, pois, como diz Santo Inácio, "a Escritura supõe que tenhamos inteligência..." (EE 299). "O Evangelho é sempre lacônico. Mesmo ao mencionar a Santíssima Virgem, é discretamente parcimonioso. Diz-nos apenas aquilo que é essencial que saibamos e que está estritamente relacionado com o mistério da Encarnação, deixando-nos o trabalho de estudar as riquezas que nelas se contém. Ora, os textos do Evangelho relativos a São José estão particularmente repletos de tesouros escondidos, e os sóbrios pormenores que nos fornecem tornam-se extraordinariamente reveladores quando meditamos sobre eles."
Para entendermos como Deus agiu em José, em Maria, e em muitos personagens bíblicos e santos, é importante, primeiramente aprendermos a silenciar o coração. O exemplo de José nos mostra que na escuta sincera e fiel aprenderemos a ouvir os apelos, sentir as moções, a entender os sinais que Deus nos agracia em nossas vidas. Aprenderemos a encontrar e seguir a Vontade de Deus, que nos ama como filhos e filhas, e que José soube realizar e viver.
Não é o nosso objetivo aqui uma reconstrução histórica de José, nem fazer um estudo de sua espiritualidade, mas sim, através de algumas características suas que chegaram até nós, podermos encontrar um modelo, naquele que viveu perto de Jesus. Que José nos ajude a viver mais perto daquele que nos ama e que se doou por nós. Nestes dias com o Senhor, sob a intercessão de São José, coloquemos nossos pedidos confiantes, pois como bem lembrou M. Gasnier citando Santa Teresa: "Não me lembro até hoje lhe ter pedido alguma coisa que não ma tenha concedido, nem posso pensar sem admiração nas graças que Deus me tem concedido por sua intercessão e nos perigos de que me tem livrado, tanto para a alma como para o corpo. Parece-me que Deus concede ao outros santos a graça de nos auxiliar nesta ou naquela necessidade, mas sei por experiência que São José nos socorre em todas, como se quisesse fazer-nos compreender que assim como Ele lhe fora submisso na terra, porque estava no lugar de pai e como tal era chamado, também no céu não pode recusar-lhe nada" .
Organize sua vida, encontre um lugar e um tempo para que possa se dedicar à escuta do Senhor. Procure o melhor lugar e tempo em sua vida, em seu cotidiano, mas o importante é o desejo sincero deste encontro com o Senhor. Havia quem só tivesse o tempo dentro do ônibus durante o trajeto de casa até o trabalho. De qualquer forma, dê-se este tempo precioso de oração, de escuta amorosa a Deus, pois "pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á" (Lc 11,9). Antes de cada momento faça um bom sinal da cruz sentindo que realmente está na presença do Senhor e faça uma oração preparatória que pode ser como esta: "Senhor Jesus, com a ajuda de seu pai, São José, fazei que todas as minhas ações, intenções e operações sejam para o louvor e glória de tua Majestade". Leia tranqüilamente o texto indicado e se ajudar os pontos que se seguem. Reflita, contemple, medite ou considere o que o Espírito lhe mostrar, o que aparecer mais forte. Anote após o que mais significativo apareceu na oração. Que sentimentos apareceram, alegrias, tristezas, medos, resistências, lembranças,... Que apelos surgiram durante a oração? O que o Espírito de Deus fala em mim?
Boa oração!
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1° momento:
A origem de José, esposo de Maria.
Disponha-se. Tranqüilize-se. Faça o sinal da cruz e a oração preparatória.
Texto: Mt 1,1-16
Graça: De sempre mais conhecer-me como filho(a) amado de Deus.
Lugar: Imagine-se num lugar aprazível, tranqüilo, onde você terá um encontro com São José. Ele lhe colocará a sua origem, e você poderá refletir e conversar sobre a sua.
1. Nossa origem está em Deus. Somos criados por Deus, o qual nos amou primeiro, antes de todos, desde o ventre de nossas mães. Em Deus, Pai eterno, desde a eternidade estávamos em seu querer amoroso. Deus nos dá uma vida, no tempo e espaço, uma cultura, fazemos parte de um povo, seu povo escolhido, a Igreja viva das pessoas que crendo, respondem amorosamente ao dom do Pai. Deus nos dá uma família, que vem de gerações e gerações..., muita gente que nem conhecemos, mas que estão na nossa história, fazem parte de nosso sangue. Pare um pouco. Recorde... Reconheça e agradeça este grande presente de Deus: sua família, sua origem, sinais de seu amor para com nós.
2. José também tem uma família, uma origem nobre, que descende de Davi, que descende de Abraão... Embora de origem nobre, a vida de José é simples e humilde. Sabemos que fora um trabalhador, um homem justo. Jesus, que "sendo de condição divina, fez-se servo"(Fl 2, 6-7), assumindo nossa humanidade, quer nos dizer: "És importante!" José também fora "nobre" que na simplicidade e na dedicação do dia-a-dia, enobreceu sua condição de servo. Veja... Reflita como nossa vida, na simplicidade do nosso ser e existir, torna-se nobre perante Deus.
3. Também somos filhos e filhas amados por Deus, que quer viver e vive em nosso coração. Nossa nobreza está em sermos também seus filhos, chamados por amor a vida, e que no amor de nossa resposta alcançaremos mais vida, uma vida plena em Deus. Deixe São José lhe mostrar a beleza de que você também tem uma origem divina.
Finalizar com um colóquio de agradecimento ao Pai
Rever e anotar o que mais tocou o coração.
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2° momento:
José, o servidor do Pai
Dispor-se. Sinal da cruz. Oração preparatória.
Texto: Mt 1, 20-25
Graça: de um grande coração aberto e generoso para poder acolher a graça de Deus
Lugar: Numa simples casa onde ao lado José tem sua carpintaria. Peça para entrar e veja as peças: sala, cozinha, quarto (onde José recebeu a comunicação do anjo).
1. José, esposo de Maria, foi aquele que soube ouvir ao chamado de Deus, sentir e distinguir a ação de Deus em sua vida, na vida de Maria, nos fatos da realidade. José soube responder sim ao apelo de Deus com sua doação, seu serviço humilde e silencioso, seu amor. José não temeu. José não disse 'não' nem se fechou, mas abriu seu coração, respondeu sim a Deus com sua vida, sendo o marido que Maria amava, o pai que Jesus amou. Pense no que você diria com José, procure perceber as dificuldades e preocupações dele, mas também a confiança que ele colocava no Senhor Javé. Caia em conta do que o Espírito lhe dá sentir. Reze conforme seu coração lhe ensinar.
2. Deus, Pai eterno e criador amoroso, nos chama para participarmos de sua criação. Todos somos chamados para servi-lo participando com nosso serviço nesta maravilhosa obra de amor que é o mundo. Deus, está sempre se comunicando conosco por muitos meios. Muitos são os "anjos" que nos comunicam e comunicaram sua vontade de amor para conosco. Relembre em sua vida, etapa por etapa, os "anjos" que Deus lhe colocou no caminho. Depois, se expresse conforme lhe for dado perceber e sentir.
3. O servir de José é um servir simples, mas de grande valor na história de Jesus, na história da salvação. Não esperemos grandes coisas ... nossa serviço, embora pequeno, vale como ouro aos olhos de Deus, como a pobre viúva, que ao doar o pouco que tinha, o valioso de sua vida (Lc 21,1-4). Ofereça a Deus sua missão, seu serviço na comunidade, seu trabalho. Renove seu sim e peça luzes para melhorar cada vez mais.
Colóquio com o Pai, agradecendo por nossas vidas. Pedir para sempre atendermos seu chamado a cada instante da vida. Rever e anotar.
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3° momento:
José, aquele que louvou a Deus
Dispor-se. Sinal da cruz. Oração preparatória
Texto: Lc 2, 20-21
Graça: de sempre louvar e bendizer a Deus em todos e por todos os momentos da vida.
Lugar: A local onde ocorreu a apresentação de Jesus ao Pai no Templo. As pessoas que estavam presentes... Pensemos num batizado de gente pobre... São tantas crianças e famílias... Todas juntas... O sacerdote não pode dar muita atenção a cada criança.
1. O louvor de Deus é para todos os de sã consciência e razão algo natural e sincero. São tantas as maravilhas que Deus nos dá, nos concede, nos faz. Desde a criação, passando pela nossa vida, e tudo que é relativo à vida: alegrias, mas também tristezas. A natureza canta louvores ao Senhor em cada novo amanhecer, em cada flor que desabrocha, em cada vida que nasce. Louve a Deus pela natureza, pela criação, pessoas, animais, vegetais... Quanto mais na novidade de vida de uma criancinha nos braços de seus jovens pais ...
2. Após oito dias do nascimento, é costume entre os Judeus a circuncisão do novo filho. Cada criança do sexo masculino devia ter cortada uma parte da pele do seu pequeno órgão sexual, para marcar, na carne, a pertença ao Povo Eleito. Era a lei de Moisés. José, como todo bom pai judeu, seguindo os costumes da Lei da Aliança, convidou parentes e amigos próximos para a cerimônia, entre eles, certamente, Zacarias, Isabel e João.
Ponha-se lá, na cena, no local, com as pessoas... Escute atentamente o que dizem, veja o que fazem, os sentimentos de Maria e de José. Note também os seus próprios sentimentos. Cabia a José o dever de executar o corte e ele devia dizer estas palavras: Bendito seja Javé, o Senhor, que santificou o seu bem amado desde o seio da sua mãe e gravou a sua Lei na nossa carne. Marca os seus filhos com o sinal da sua aliança para comunicar-lhes as bênçãos de Abraão, nosso pai. E todos respondiam: Feliz aquele que escolhestes para filho. Olhe, ouça, sinta e reze...
3. Quando fez o corte, José deu o nome à criança, conforme o costume de todo bom pai judeu. Disse pela primeira vez: Vai se chamar Jesus! Jesus! Isto é, Você é o salvador do mundo. Você é aquele para o quem se dirigem todas as esperanças contidas nas Sagradas Escrituras. É neste nome que se dobrará todo joelho...(Fl 2,10).
O nome é muito importante para qualquer pessoa Seu nome faz parte da sua identidade. Quem escolheu seu nome? Sua mãe? Seu pai? Os dois? Por que você tem este nome? O Pai do céu expressa seu amo nos dando um nome: Chamei-te pelo teu nome, tu és meu (Is 43,1). Talvez seja tempo de você louvar ao Deus da Vida também pela sua vida, pelo nome cristão recebido no seu batizado.
Colóquios com José e com Jesus criança, louvando pelas maravilhas operadas diante de nós.
Anotar o que foi mais significativo.
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4° momento:
A reverência sincera e devota de José e Maria
Dispor-se. Tranqüilize-se o melhor que puder
Procure ver-se na presença de Deus.
Oração preparatória.
Texto: Lc 2,14-17
Graça: da reverência filial e sincera a Deus, Senhor nosso.
Lugar: Estar na gruta de Belém, local do nascimento de Jesus. O local onde a Sagrada Família esteve durante a permanência em Belém após o nascimento.
1. Pode começar olhando as pessoas com o olhar da imaginação, da sua experiência de vida e da sua fé: Nossa Senhora, São José, o criado e o menino Jesus quando tiver nascido. Ficarei em presença como um pobre e indigno criado, olhando-os, contemplando-os e servindo-os em suas necessidades, com todo acatamento e reverência". Contemple esta passagem, fazendo-se presente, junto com a sagrada família, ajudando-os em suas necessidades. Maria e José talvez um pouco cansados devido à longa viagem, mas com toda a atenção para o pequeno menino recém nascido. Talvez não haja muito diálogo, mas a reverência silenciosa a este milagre da vida, milagre do amor.
2. O ato de reverenciar, alguém disse reflete a experiência de saborear na fé a presença majestosa de Deus, que nos faz ser humildes, amorosos e desejosos de louvar e servir a Deus em todas as coisas . José foi o homem que talvez mais intensamente tenha vivido esta reverência. Soube fazer-se pequeno na grande missão que recebera. Procure perceber em seu coração a importância de cada pessoa, de cada serviço bem realizado, a dedicação e o zelo pela missão de muitos e muitas que encontramos nas igrejas, paróquias, nossas comunidades, nossas famílias e na vida de todo o dia.. Deixe seu coração falar a Deus destas pessoas, tão próximas a José e a você.
3. Em sua vida, com que intensidade a reverência é experimentada? Perceba momentos em que certamente você tenha vivido esta dimensão, que muitas vezes passa despercebida.
Colóquio com José e Maria. Conversar sobre o que de importante aparecer.
Anotar.
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5° momento:
Não é este o filho do Carpinteiro?
Desejar estar com Deus. Tranqüilizar-se. Dispor-se.
Não esquecer o Sinal da Cruz nem a oração preparatória, com carinho e reverência...
Texto: Lc 2,51-52
Graça: da sabedoria de viver cada momento empregando os dons de Deus
Local: A carpintaria de José, ali, junto de sua casa.
1. Vá lá! Olhe José! Um pai de família... Mora no povoado de Nazaré, junto com Maria e Jesus. E o pai desempenha um papel importante e central na família. José assume todas as obrigações de um bom e zeloso pai: o cuida da esposa e do filho. Ele o educa e lhe dá o exemplo de um homem justo, judeu devoto, pai responsável. Se Jesus vai poder apresentar Deus como Pai, em boa parte porque teve a experiência amorosa de ter José como pai. Jesus o amou como verdadeiro pai. Pai do coração, pai de eleição, pai de verdade! Olhe bem a família de José, Jesus e Maria... como se relacionavam, como José desempenhava seu papel de pai de família.
2. José trabalha. Como muitos outros. Trabalha honestamente para poder sustentar sua família. Serviço de carpinteiro de roça: uma porta, uma janela aqui e lá, o conserto de uma canga de boi, uns banquinhos, coisas humildes para gente humilde. Vá ate a casa de Nazaré, onde José tem sua oficina. Com certeza não há muitas ali em Nazaré. Talvez você até encontre José sendo ajudado por Jesus, que divide o tempo entre as aulas de ler e escrever em hebraico na sinagoga e o aprendizado do ofício do pai. Mas também ajuda Maria. Até vai tirar leite das poucas cabras e ovelhas da família, criadas no pasto do povoado. Há valores importantes para ele e para você. Reflita sobre si mesmo para tirar algum proveito.
3. A missão paternal de José manifestou o fim, a glória de Deus. Tornou possível a nossos olhos vê-la: a glória do Pai do céu e o ser humano vivo, justo, feliz. José, imagem do Pai nosso, soube empregar os meios para proteger, alimentar e educar a Jesus. Todos temos uma missão. Como José empregamos os meios, da melhor maneira que nos é possível, para a executar e assim fazermos brilhar a glória de Deus. Em sua missão, há espaço para Deus brilhar? Você, hoje, se sente livre diante dos meios que lhe são dados para glorificar a Deus?
Colóquio com José e com Jesus sobre o que ocorrer no coração.
Rever e anotar o que for importante.
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6° momento:
José, guia em todas as dificuldades
Texto: Mt 2,13-14
Graça: de não ser surdo aos apelos do Senhor, mas pronto e diligente em cumprir sua vontade (EE91)
Local: O caminho de Belém até o Egito pelo qual passou a Sagrada Família.
1. Deixe sua sensibilidade e experiência de vida levá-lo a acompanhar José na luta da vida. José, amigo, um homem simples, mas de coração aberto!. Ele soube sentir, discernir, reconhecer a voz de Deus em seu coração. Acolheu em sua casa, como esposa, Maria, que já estava grávida de Jesus. O "sim" de José teve suas conseqüências. Siga com eles na repentina viagem desde Belém de Judá ao Egito, para proteger Maria e o menino... Que percurso difícil é este que a sagrada família tem de fazer enfrentando o deserto: o perigo da viagem por causa dos assaltantes das caravanas ... a dificuldade de levar água e alimentos, quase impossíveis de encontrar na travessia ... a dificuldade de encontra um guia e um chefe de caravanas que os aceitassem, mediante pagamento ... o frio da noite e o sol forte durante o dia ... Maria, no pouco conforto que um lombo de burro pode oferecer com o menino nos braços... José guiando-os pelas trilhas .... Deixe sua imaginação ajudá-lo a viver esta situação penosa e arriscada ... Você terá tido jornadas assim na sua vida ... Pode, então, sentir alguma coisa do que se passava no íntimo de Maria e de José. Jesus, pequenino, ia bem, abraçado pelo amor de seus pais.
2. Muita gente acha que a vontade de Deus é que soframos, carregando nossas cruzes. De fato, a cruz faz parte da vida do cristão, mas não qualquer cruz, qualquer sofrimento que temos. A cruz cristã é sempre conseqüência de uma opção amorosa pela causa do Reino de Deus. Neste sentido, o sofrimento e as dificuldades, assumidos com amor, se tornam consolação, pois são por Deus, por seu Reino e pelo o outro. Não há exigências, nem reclamações, mas somente a firme constância na doação de si, em paz e em alegria que somente o Senhor concede. Assim cainhavam José e Maria pelo deserto afora. Veja e medite como você carrega sua cruz dia adia... Reze o que seu coração lhe ensinar.
3. Procure tirar proveito na contemplação da fuga para o Egito. Veja como assume a missão que lhe é concedida.... Pense com carinho para aceitar com amor, alegria e esperança naquilo que lhe cabe realizar ... Se percebem, agora, que lhe falta sentido de vida e sentido de missão, ou paciência e perseverança, ou fé, ou amor, ou esperança, é tempo também de rezar.
Colóquio com a sagrada família. Rezar uma Ave Maria.
Anotar.
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7° momento:
José, fiel até o fim...
Preparar-se. Acolher-se na presença de Deus
Faça o Sinal de Cruz e a oração preparatória.
Texto: Lc 2,29-32. A morte de José
Graça: de uma vida de serviço e doação amorosa.
Lugar: o lar de Nazaré, passados alguns anos, agora com Jesus, mais velho, mais adulto.
1. Ajuda lembrar que não conhecemos pormenores sobre a vida de José, muito menos sobre sua morte. Os autores evangélicos o mencionam sempre em referência a Jesus. Mas concorda-se que sua morte se deu antes da vida pública de Jesus. Nada aparece sobre José nos relatos da vida pública de Jesus, mas apenas quando o povo chama Jesus como o "filho do carpinteiro" ou "filho de José".
José, como era o costume, terá casado cedo. E os que passavam dos 40 anos não eram muitos. Poucos atingiam 70 anos ou mais.
Acompanhe este momento em que José vai se unir a seus antepassados "no"seio de Abraão", como se dizia. Acompanhe sua morte, uma tranqüila passagem, em casa, rodeado pela família, entre Maria e Jesus. Procure contemplar este momento ... Junte-se aos bons vizinhos ... ouça o que dizem ... fale você também ... procure sintonizar com o que sentem, em particular com os sentimentos de Maria e Jesus ... Observe o que você mesmo sente e reze a partir do que sente e percebe agora.
2. José consumiu sua toda sua vida dedicando-se à família. Foi zeloso pai e esmerado trabalhador. Certamente deve ter trabalhado até onde suas forças o permitiram. Como uma vela que se apaga lentamente, assim terá sido a sua santa morte.
Acompanhe seu velório e sepultamento ... Jesus, o filho único e querido, entoando salmos e bendizendo a Deus pela vida do pai. Mas com lágrimas nos olhos, apoiando, no barço forte, sua sofrida Mãe ... Cheguemos todos a um local nos arredores de Nazaré: parentes, conhecidos, o rabino ... Sintamos o coração agradecido de Maria, que reconhece a presença e o apoio e o sentimento de cada um, de você também. É sua hora de lhe agradecer pela presneça dela em sua vida e agradecer ao Pai do céu também pela presença de tantas outra pessoas, que o têm ajudado, amparado e contribuído para você ter chegado até aqui.
De certo, virão lembranças de pessoas que não o ajudaram e até o marcaram negativamente. Junto à sepultura de José, com Jesus e Maria tão próximos na mágoa e na saudade, esta é uma feliz hora de perdoar, de ver que, de uma forma ou de outra, você agora pode ter mais presente o sofrimento do mundo e alcançar o dom um coração mais acolhedor, generoso e compreensivo.
3. Nossa vida pode ser comparada a uma folha, que brota, cresce, ajuda a árvore, seca, cai e volta para a terra, para alimentar a raiz da árvore. Com o passar dos anos nem seremos lembrados e aquilo que tinha parecido tão importante se mostra muito pouco, nada mesmo. Como somos pequenos! Mas como somos preciosos aos olhos de Deus. José passou despercebido pelos grandes e pelas multidões deste mundo. Mas sua morte simples é gloriosa diante do Senhor e ele é o Padroeiro da Boa Morte para os que crêem em Jesus, o Senhor do Bonfim, o Bom Jesus. Que, chegando a nossa hora, possamos rezar como Paulo: Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé (2Tm 4,7). Tempo de pedir ao Deus da Vida a graça de uma boa e santa morte, de um feliz encontro quando retornaremos ao ventre fecundo de onde fomos tirados, feitos semente de vida eterna. Tempo de pensar, diante dos bons olhos de Jesus e do Pai, ajudado por José e Maria, em como queremos que nossa vida se passe, em como podemos perdoar, amar, ser úteis, rezar, servir... No que é preciso renunciar, partilhar... Nas responsabilidades a assumir aqui e agora... Nas ações solidárias, perseverando com tolerância, deixando de lado os defeitos alheios, sem se deixar impedir pelos próprios defeitos, para ser capaz de ser para os demais com os demais, vencendo o individualismo, sabendo fazer união pelo Reino do Pai...
Você poderá completar estes breves exercícios, redigindo um pequeno "projeto de vida", conforme aquilo que sente ser mais inspirador, e conversar sobre ele com alguma pessoa de experiência e de confiança. Nos próximos exercícios, deixe que o Espírito o conduza para atualizar. Aceite assim desenvolver seu sentido de missão, de Igreja, de cidadania na cidade de Deus conosco.
Colóquio com Deus Pai sobre o que foi mais significativo neste tempo e peça a graça de um coração fiel até o fim.
Anote o que for importante.
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Uma palavra final:
Terminando o retiro, ajuda repassar, em clima de oração, suas anotações. Procure fazer um balanço e ver por onde o Espírito de Deus move seu coração. Que apelos foram mais constantes? Quais os sentimentos predominantes? Que meios você pode dispor para concretizar? - "Valei-me São José!" - Nossa Igreja será melhor servida? Agradeça o dom de Deus que é sua vida. Agradeça com Jesus, Maria e José. Assim você poderá concretizar seu "projeto de vida" e caminhar com mais segurança e disposição por onde o Espírito do Filho o conduz para o Pai nosso.
Oração
"São José, nós te saudamos, porque a divina graça te levou à perfeição. Nos teus braços descansou o Salvador e cresceu sob o teu olhar. Tu és louvado entre todos os homens, e bendita é a divina criança de tua castíssima esposa.
São José, foste dado ao Filho de Deus como pai. Roga por nós em todas as nossas necessidades da família, da saúde e do trabalho, agora e até o fim de nossa vida. Assiste-nos na hora da nossa morte.
São José, o teu poder se estende sobre todas as nossas necessidades e cuidados. Tu consegues resolver o que nos parece impossível. Somos teus filhos! Olha com amor de pai para todos os nossos interesses."
Amém
SALVE PATER SALVATORIS!
SALVE, CUSTOS REDEMPTORIS.
O JOSEPH AMABILIS!
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