As visitas papais ao Santuário de Fátima
“Homens, sede homens!”
Paulo VI empreendeu a primeira visita de um Papa a Portugal, em Maio de 1967, no cinquentenário das aparições de Nossa Senhora aos videntes Lúcia, Francisco e Jacinta.
Dois anos antes, a 13 de Maio de 1965, este Papa havia enviado como legado Pontifício a Fátima o Cardeal Fernando Cento para este entregar ao Santuário a Rosa de Ouro, expressão de particular reconhecimento por serviços prestados à Igreja.
Em Fátima, a 13 Maio de 1967, Paulo VI anunciou-se como “peregrino humilde e confiante” e teve como intenções dominantes da sua peregrinação rezar pela “paz interior” da “Igreja una, santa, católica e apostólica” e pelo “mundo, a paz no mundo”. Da homilia da Missa do dia 13 ficou para a posteridade esta exortação: “Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total no mundo. Homens, sede magnânimos”.
Um agradecimento à Mãe celeste
Após o atentado falhado de 13 de Maio de 1981, João Paulo II reteve uma convicção profunda, que testemunhou com as seguintes palavras: “Eu devo a minha vida a nossa Senhora de Fátima”. Assim, um ano após esta data, em 1982, o “Papa de Fátima”, como ficará para a história, peregrinou a este santuário mariano português.
Na noite de 12 de Maio, pela primeira vez presente na Capelinha das Aparições, João Paulo II sublinhou o motivo da sua vinda ao país, que viria a repetir na homilia do dia seguinte e em muitos outros momentos: “(…) desde que se deu o conhecido atentado na Praça de S. Pedro há um ano, ao tomar consciência, o meu pensamento voltou-se imediatamente para este santuário, para depor no coração da Mãe celeste este meu agradecimento por me ter salvo do perigo”.
13 de Maio de 1991
Dez anos depois do atentado, em 1991, o Papa peregrino regressaria a Fátima, após em 1984 ter pedido para lhe ser levada a Roma a imagem de Nossa Senhora de Fátima entronizada na Capelinha das Aparições, para a consagração do mundo à Virgem.
A 13 de Maio de 1991, em Fátima, disse João Paulo II: “De coração profundamente comovido e maravilhado diante do plano criador e salvífico de Deus para realizar a plenitude a que Ele nos chamou, Eu, Peregrino convosco dessa Nova Jerusalém, vos exorto, queridos irmãos e irmãs, a acolher a Graça e o Apelo que neste lugar se sente mais palpável e penetrante, no sentido de ajustarmos os nossos caminhos aos de Deus. Saúdo-vos a todos, amados peregrinos de Nossa Senhora de Fátima, aqui presentes física ou espiritualmente”.
A beatificação de Francisco e Jacinta Marto - 13 de Maio de 2000
“A expressão mais alta do reconhecimento de Fátima por João Paulo II deu-se a 13 de Maio de 2000, com a beatificação dos dois videntes mais novos e o anúncio da publicação da terceira parte do segredo”, considera Mons. Luciano Guerra, antigo reitor do Santuário de Fátima, em artigo publicado na “Enciclopédia de Fátima” (uma edição Principia, Maio 2007).
Nessa visita a Fátima, além da oferta da sua jóia preciosa – o anel do “Totus Tuus” (todo Teu Maria) - este Papa pediu que a imagem de Nossa Senhora fosse de novo a Roma a fim de encerrar o Ano Santo, na festa de Nossa Senhora do Rosário.
Outro singular gesto da ligação deste Papa a Fátima aconteceu quando João Paulo II ofereceu a Nossa Senhora de Fátima bala que o trespassara em 1981. Esta bala foi no ano de 1989 encastoada na coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima, que tinha sido oferecida pelas mulheres de Portugal em 1942.
Bento XVI e Fátima
O Santo Padre Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de Maio de 2010. Peregrinou a Fátima no dia 12, onde chegou ao final da tarde, e de onde partiu na manhã de 14 de Maio.
Na primeira Nota Pastoral a propósito desta visita, divulgada a 6 de Outubro de 2009, a Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que “o Santo Padre vem, essencialmente, como peregrino de Fátima, onde encontrará uma expressão viva de todas as Igrejas de Portugal. (…) Quando o Papa se faz peregrino, na qualidade de Pastor universal da Igreja, é toda a Igreja que peregrina com ele. Por isso, esta sua peregrinação reveste um grande significado pastoral, doutrinal e espiritual”.
Bento XVI pretendeu, tal como os seus antecessores, visitar este santuário para, deste lugar, peregrino entre os peregrinos, falar ao mundo.
Bento XVI em Fátima:
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